O que está no nosso radar quando falamos de sustentabilidade bem-estar e saúde do planeta

Foto: Ze Moreu

Denilson Baniwa

Pajé-Onça hackeando a 33ª Bienal de São Paulo, 2018

Denilson Baniwa, da nação Baniwa, é natural do Rio Negro, interior do Amazonas. Os trabalhos dele expressam uma vivência enquanto ser indígena do tempo presente, mesclando referências tradicionais e contemporâneas relacionadas às suas origens. Ele também se apropria de ícones ocidentais para comunicar o pensamento e a luta dos povos originários em diversos suportes e linguagens. O artista-jaguar participa da 35ª Bienal de São Paulo com a obra ‘Kwema / Amanhecer’.

Ele afirma que “amanhecer é entender que um novo dia surge após uma pesada noite e que ainda podemos realizar o Pudali, em que se troca conhecimentos e possibilidades de existência em um mundo em constante transformação”.

Faça você mesma

Com o projeto Biquíni.pdf, a artista Danielle Cavalher faz provocação à indústria da moda

“Aprender a fazer e vestir um biquíni completo. Sem costura. Quantas vezes quiser”. Esse é o anúncio — e a promessa — de Danielle Cavalher em suas redes sociais. Um PDF impresso, um pedaço de lycra e tesoura de tecido é tudo que você vai precisar para fazer seu próximo look praiano.

Biquíni.pdf, o projeto da artista plástica carioca, é uma provocação conceitual e prática em relação ao vestir e à cultura do consumo e do desperdício na indústria da moda.

Em seu ateliê no Rio, ela reúne grupos para fazer as peças junto com ela. O traje não precisa de costura e se adapta ao corpo por meio de cortes e amarrações que ganham diversas formas. Os encontros são realizados em datas esporádicas informadas pela artista em seu próprio Instagram — onde também rolam as inscrições.

A ideia é que, ao fazer as próprias roupas, as pessoas possam resgatar a sua autonomia, pensar a moda além do produto e imaginar um futuro no qual criatividade e sustentabilidade caminhem juntas. “Precisamos tecer alternativas contemporâneas ao consumo e ao desperdício. Não construiremos novas realidades repetindo velhas práticas”, diz Danielle em seu manifesto. Fica o convite.

Juntos pela fauna e flora

A parceria entre Ampara e MECA visa conscientizar sobre a importância da biodiversidade para um futuro desejável

Foto: @oranduu

A OSCIP Ampara e o MECA se conectam para refletir sobre a necessidade de preservar a fauna e a flora brasileiras, afim de garantir um futuro sustentável e ético. O ponto de partida da parceria foi o painel ‘3 anos após o maior incêndio no Pantanal: um trabalho diário’, que aconteceu no MECA (Inhotim). “Estar aqui mostrando aquilo que nos move é muito gratificante e faz toda a diferença. Temos certeza que falamos para um público de qualidade, preocupado com as questões ambientais”, diz Marcele Becker, vice-presidente da instituição.

Ciência da Bondade

Pensata escrita por Maria Rita Casagrande, head de tecnologia e mantenedora do estúdio de inovação ÁIYÉ

Foto: Rony Hernandes

Nunca se falou tanto sobre bem-estar. A preocupação em equilibrar corpo e mente ganhou status de objeto de desejo, alimentando uma indústria bilionária que promete resolver todos os nossos problemas com invenções que vão de ‘goma para crescer cabelo’ a ‘cristais para melhorar a energia’. Mas sabemos que há um problema nesse mar de promessas. Existe muita coisa sendo vendida sem eficácia comprovada.

De acordo com Kelli Harding, psiquiatra da Universidade de Columbia, há uma peça essencial no desafio do bem-estar sobre qual poucos de nós pensam o suficiente. Na década de 1970, durante uma pesquisa, cientistas deram a um grupo de coelhos geneticamente idênticos a mesma dieta, pouco saudável e rica em gordura, para ver como isso afetava seus corações. Alguns animais se mantiveram surpreendentemente bem.
Qual seria o fator mágico?

Os cientistas perceberam um pesquisador que, além de dar ração a esse grupo de coelhos, acariciava-os e conversava com eles. Parece clichê, mas é um clichê com evidência científica. E o que é verdade para coelhos, é verdade para humanos também. Se você vai viver uma vida longa, saudável e feliz ou uma vida curta e atrofiada, depende de o mundo, metaforicamente, acariciá-lo ou apenas entregar ração pela porta
de sua gaiola.

O abraço que você dá em alguém faz diferença, e não apenas para o outro. Segundo Harding, existe uma ciência empolgante de epigenética (mudanças na expressão gênica que não alteram a sequência do DNA) e telômeros (estruturas de DNA que formam as extremidades dos cromossomos) que mostra como as ações amorosas realmente mudam nossa fisiologia.

Você, sem dúvida, aprendeu a importância da bondade, da empatia e da amizade na pré-escola. Este não é um avanço biomédico sexy. Mas em um mundo frequentemente categorizado por crueldade, divisão e pensamento desesperado de soma zero — ou seja, para um ganhar, o outro tem que perder e vice-versa — , vale a pena lembrar que a bondade é um dos princípios fundamentais na busca do bem-estar.

A decência básica importa muito mais do que qualquer biohack ou dispositivo caro. Portanto, economize algum dinheiro, pule os cristais e concentre-se em consideração.

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MECA // Informação, cultura, criatividade e festivais: um radar da cena cultural do Brasil e do mundo. @mecalovemeca

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