Festivais de música, convenções dos mais variados tipos, lojas “instagramáveis”, manifestações e até mesmo filas são habitats de preferência dos nascidos entre 1994 e 2010.

Nile Rodgers no Coachella. // Foto: Reprodução/Instagram

Há vida além das redes sociais. Ainda que a Geração Z seja conhecida pela presença online massiva e por ser a primeira gerada em um mundo conectado, os jovens nascidos entre 1994 e 2010 também frequentam eventos IRL (de “in real life” ou, em português, “na vida real”). Mais do que isso: eles gostam de grandes aglomerações, como festivais, convenções e até mesmo filas. “Hoje temos muitos eventos desse tipo, talvez por uma necessidade dos Gen Z de viver a coletividade”, afirma Luiz Arruda, diretor da divisão de consultoria WGSN Mindset. “É a volta do encontro em torno de algo”, acrescenta Luiz.

Leia mais: A diversidade da Geração Z.

Esse algo pode ser um tênis ou uma peça de roupa desejada. Marcas de streetwear se tornaram centro de uma comunidade de amantes da moda urbana. Para conseguir colocar as mãos em produtos de “edição limitada”, os Z não se importam de esperar em filas e transformam essa situação em uma oportunidade para encontros e relacionamentos.

As lojas físicas, por sua vez, contam com outra estratégia para atrair essa clientela: a construção de ambientes “instagramáveis”. Segundo o report
A Equação da Geração Z”, da WGSN, diversas marcas buscam projetar espaços com iluminação e decoração pensadas no formato quadrado
das fotos do Instagram, para atrair multidões e aumentar o alcance nas redes.

A busca por likes também leva os Z aos festivais de música — onde as marcas podem ativar o relacionamento com seus consumidores na vida real. Além de curtir shows, há quem vá para exibir seus looks ou para gerar conteúdo para seus seguidores. Mas, para Luiz Arruda, ter propósito é essencial. “Um Z não vai ao MECA apenas pelo show do headliner e sim porque se sente representado pelo discurso do festival, pelas questões ali discutidas, para trocar ideias e encontrar seus pares ou diferentes.”

Na mesma esteira encontram-se as grandes convenções. Entre os exemplos nos EUA estão a BeautyCon (de beleza e skin care), a SneakerCon (streetwear) e a ComplexCon (cultura pop). Em comum, os eventos têm o poder de atrair pessoas que compartilham os mesmos gostos e servir de espaços para que o público adquira habilidades e conhecimentos, faça novos contatos e aprimore sua presença online.

“Um Z não vai ao MECA apenas pelo show do headliner e sim porque se sente representado pelo discurso do festival, pelas questões ali discutidas, para trocar ideias e encontrar seus pares ou diferentes.” — Luiz Arruda

As redes sociais também desempenham um papel importante para outro tipo de evento que atrai a Geração Z: as manifestações. É na internet que eles encontram outros jovens que compartilham ideais similares, debatem e se organizam para exigir as mudanças que desejam em prol do bem coletivo.

“Quebrando um fluxo histórico de individualização, os Z promovem o retorno de pautas como igualdade e sustentabilidade”, analisa Luiz Arruda. “O que os une é um valor, uma ideia e uma causa. E eles esperam diversidade dentro disso”, conclui.

Memórias IRL. 4 eventos, no Brasil e nos EUA, que têm tudo a ver com a Geração Z

Os youtubers Foquinha e Luba na CCXP. // Foto: Reprodução/Instagram

CCXP // Maior evento dedicado à cultura pop do país, a Comic Con Experience reúne anualmente, em São Paulo, centenas de milhares de pessoas. Entre suas atrações, painéis de séries e filmes nacionais e internacionais, com presença de parte do elenco, além de games e ativações de marcas.

Protesto do March For Our Lives. // Foto: Reprodução

The March For Our Lives // Para protestar contra a lei de armas nos EUA e chamar atenção para os tiroteios nas escolas, estudantes organizaram marchas por todo o país.

Campanha da marca de stretwear Off-White. // Foto: Allure Editorial

Sold Out // Nesse evento de troca e revenda de produtos de streetwear, é possível encontrar as cobiçadas peças de “edição limitada” de marcas como Supreme, Off-White, Bape e Nike.

Coachella // Já em seu 20º ano, o festival continua atraindo um grande público. Em 2018, mais de 100 mil pessoas enfrentaram as altas temperaturas da região para ver mais de 80 shows.

Em parceria com a consultoria internacional WGSN,

o MECA analisa as principais tendências de comportamento e consumo atuais. O resultado você confere no MECAJournal e em talks realizados
no MECASpot. Nesta edição, apresentamos os rolezinhos da Geração Z
— um dos perfis de consumidores em ascensão global.

Esta matéria faz parte da edição #025 do MECAJournal e foi escrita
pelo repórter Helder Ferreira. Segue a gente no
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O MECA nasceu como um festival de música no Rio Grande do Sul e hoje é uma plataforma de cultura, conhecimento e criatividade. Produzimos conteúdo jornalístico de qualidade (MECAJournal, MECANews e MECASocial) e estamos presentes em SP, RJ, MG e PE com festivais multiculturais.

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