Marcelo Camargo/ABr

Por que não se deve confiar em um político que está fora da internet

Alexandre Secco
DeepContent
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2 min readAug 3, 2015

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Há uma lista longa de queixas sobre o trabalho dos políticos no Brasil. Algumas referem-se a problemas que exigem uma abordagem complexa, como combater a corrupção. Outras poderiam ser resolvidas com mudanças relativamente simples de atitude, ou com o desenvolvimento de novos hábitos por parte dos políticos e dos eleitores. Os pontos que eu levanto aqui fazem desse segundo grupo, o das mudanças que dá para fazer

A internet e as redes sociais oferecem um conjunto extraordinário de ferramentas para aproximar os políticos de seus eleitores. Usando sites, blogs ou o Twitter, qualquer parlamentar pode estabelecer um diálogo direto com o eleitorado. Pode prestar contas de seus gastos, convidar as pessoas para opinar em temas importantes, pode convidar a todos a participar de sua agenda, pode conversar diretamente com os eleitores e ouvir suas críticas. “Ainda usam recursos digitais da mesma forma que usavam santinhos e faixas para disputar eleições, ou seja, como uma via de mão única na qual a participação do eleitor está restrita à contemplação”.

Tudo isso era praticamente impossível quando os recursos se limitavam às cartas e ao telefone. Mas hoje é perfeitamente viável lidar com grandes quantidades de informação de forma organizada. E para o eleitor as facilidades são as mesmas. Pode ser muito penoso tentar falar com um deputado em Brasília pelo telefone, porém mandar um e-mail é fácil e objetivo. Mas para que os políticos e os eleitores se encontrem é preciso que existam canais adequados. Faz mais de 40 anos que existe a internet e há quase vinte é usada comercialmente. Só no Brasil são quase 90 milhões de internautas, mas….ainda existem políticos que não têm sequer um blog ou uma conta de e-mail. Vivem isolados do mundo digital, pararam nos tempos da carta e do telefone. Há os que já fincaram os pés nesse mundo mas ainda usam recursos digitais da mesma forma que usavam santinhos e faixas para disputar eleições, ou seja, como uma via de mão única na qual a participação do eleitor está restrita à contemplação. A nova geração de políticos está descobrindo como interagir efetivamente com seus eleitores usando a internet e as redes sociais. É neste ponto que um site, ou uma conta no Facebook, ganha a dimensão de uma ferramenta essencial para o desenvolvimento do processo democrático. Precisamos descobrir os bons exemplos a fim de popularizá-los e incentivar que sejam imitados.

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