Um convite ao desafio de pensar digitalmente grande

Alexandre Secco
DeepContent
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2 min readJun 9, 2015

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Por trás do conceito de cidade digital há muito mais do que sites e Facebooks. Tem emprego, bem estar e desenvolvimento

Há muito tempo as cidades são avaliadas por seus serviços de transportes, de saúde, educação e áreas verdes. Mais recentemente, começaram também a ser analisadas pela oferta de serviços digitais. Como o leitor poderá conferir, essa ideia vai muito além do acesso à internet e da oferta de canais básicos de informação como sites e perfis em redes sociais. Quem vive em cidades conectadas já pode usar a internet para marcar consultas médicas, encontrar vagas em escolas, pagar e renegociar impostos, reclamar de multas, fiscalizar as contas públicas, navegar gratuitamente pela web, acompanhar a programação cultural e de esportes em cada parte, solicitar serviços, entre outras coisas. Esses são apenas alguns exemplos.

As cidades que estão levando esse assunto realmente a sério pensam ainda mais longe e enxergam a fronteira digital como uma das principais alavancas para o desenvolvimento e o bem estar de seus moradores. O caso de Nova York é emblemático. Desde 2009, a cidade paga até 350 mil dólares em prêmios anualmente para os melhores aplicativos criados a partir de bases de dados públicas. Note como uma iniciativa aparentemente simples pode gerar uma onda de benefícios. Um dos vencedores foi o aplicativo Embark, uma espécie de guia para uso do transporte que ajuda o usuário a otimizar os trajetos. A partir do cruzamento de dados sobre itinerários existentes em bases da prefeitura, a ferramenta mostra alternativas e ajuda os cidadãos a ganhar tempo programando suas viagens. Os ganhos continuam porque a cidade também pode organizar melhor a oferta de serviços de transportes. Nesse caso, Nova York ganhou ainda mais uma vez, com a criação de uma nova empresa e com geração de empregos. O sucesso do Embark foi tão grande que acabou adquirido pela Apple. Essa é uma pequena mostra do que está por trás do conceito de cidades digitais, ou conectadas.

No Brasil, ainda são pouquíssimos os governantes que atentaram para essas possibilidades. Mas a boa notícia é que o tempo de pensar grande é agora! Já temos uma grande base de empresas da era da internet, empreendedores e uma cultura digital madura. As cidades têm tudo nas mãos para aproveitar recursos que hoje acabam se mudando para outros países em busca de oportunidades. Um dos nossos objetivos na Medialogue Digital é chamar a atenção para o assunto e convidar cada gestor público no Brasil a colocar o digital na mesma ordem de importância de outros serviços essenciais para o cidadão. Digital não é só acesso a internet, trata-se de um governo mais eficiente, de geração de empregos e negócios, mais transparência e participação. É o desafio de pensar digitalmente grande.

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