31 anos do Sistema Único de Saúde
19/09/2021 — Texto que escrevi para a Direção Executiva dos Estudantes de Medicina (DENEM) em homenagem ao aniversário de 31 anos do Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS). Por ser para um texto de Instagram, para uma base de estudantes ainda muito desmobilizados, preferi escrever menos num tom histórico-descritivo, e mais agitativo, chamando para a defesa ativa e concreta do SUS.
Para além dos livros e artigos, é fácil ver o impacto do SUS na vida dos brasileiros. Tire uns minutos, e converse com seus pais, tios, avós, sobre como era o acesso (e a grande falta dele) na juventude deles. Há 31 anos, a criação do que hoje é o maior Sistema de Saúde universal em país continental mudou completamente o paradigma da saúde nacionalmente. Vacinação, pré-natal, partos, regulamentação de insumos hospitalares e de alimentos, atendimento multidisciplinar, cirurgias, reabilitações e, principalmente, a busca por uma Saúde Baseada em Evidências e na realidade concreta da população.
Para aqueles que já nasceram com o SUS vigente, parece ser algo natural, porém, só veio por uma luta extensa. Essa conquista, que não se encerra em si mesma, existe graças aos movimentos sociais organizados, que lutaram, inclusive com disputas contra a Indústria Farmacêutica, para que atualmente tenhamos acesso à saúde pública, gratuita e com participação popular. Entretanto, justamente por o SUS não ser algo natural, é ingenuidade pensar que podemos ficar tranquilos por já termos conquistado sua existência. Pelo contrário, agora que reformou-se a saúde, a tarefa torna-se ainda mais difícil: precisamos não somente manter o SUS vivo, mas também avançar. É preciso ir além.
Por isso, a DENEM vem neste aniversário de 31 anos do SUS lembrar a todos os estudantes de Medicina e de outros cursos a tarefa vigente e urgente de defesa do SUS. Vivemos um momento de avanço do neoliberalismo e das políticas de austeridade, representadas muito bem pelo governo Bolsonaro-Mourão-Guedes, e o SUS é um dos espaços que mais sofre, não somente pela pandemia.
Assim sendo, o trabalho do Movimento da Reforma Sanitária não acabou, pois o conquistado por eles há poucas décadas ainda era imperfeito, digno de melhora, e logo foi alvo de ataques tanto por governos liberais e privatistas, quanto por conciliadores. Agora, auge dos ataques do SUS, chamamos todos os estudantes, profissionais e outros trabalhadores: vamos juntes em defesa do SUS e para além dele!
