Alea Jacta Est…

Rodrigo Cerqueira
Medium Brasil
Published in
2 min readOct 21, 2016

Jogue um dado. Que número tirou?

A chance desse número cair era de menos de 17%. A chance de qualquer número cair é de menos de 17%. Parece pouco?

Jogue mais um dado. Quanto deu a soma?

São 11 combinações possíveis. Variando de 2% a 17%. Já não é mais possível tirar 1 ponto jogando dois dados. As coisas começam a ficar um pouco mais complexas.

Agora jogue 10 trilhões de dados. São quase 60 trilhões de combinações.

Assim somos nós. 10 trilhões de células. 10 trilhões de dados girando freneticamente sem parar. Infinitas combinações. São essas inúmeras probabilidades que ditam nossas vidas. Que ditam como o nosso corpo vai envelhecer (e se vai envelhecer).

Alguns chamam isso de destino. Outros de acaso. Mas o caso é que o destino de todos nós é um só: A morte. E é o rolar dos dados e suas probabilidades que vão definir a hora em que ela chegará. Seja destino, ou acaso. Viver e morrer são eventos aleatórios. As probabilidades de estar estar vivo e estar morto variam de caso a caso.

A partir do momento que envelhecemos a probabilidade de morrer vai aumentando. É como se você jogasse milhares de dados, várias e várias vezes ao dia, e a cada jogada um dado se tornasse viciado, tirando sempre o mesmo resultado. No final, todos os dados mostram apenas um só resultado e não há mais como escapar da morte.

Viver é rolar dados. Morrer é um resultado do jogo.

--

--

Rodrigo Cerqueira
Medium Brasil

Economista brasileiro. Degustador de bebidas escocesas e charutos cubanos. Admirador de filósofos alemães e escritores russos e apreciador de comida italiana.