Apertando os botões certos

Sexo e sexualidade nos videogames

Marco Rigobelli
Medium Brasil

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Originalmente publicado no finado POP Games. O texto foi revisado e atualizado com novas informações sobre empresas, jogos e pessoas citados(as), alguns dados também foram acrescentados. Republico aqui tanto por apego pessoal quanto por acreditar que a discussão sobre o assunto precisa ser mantida. As entrevistas com Luana e Nina foram feitas em um período entre julho e setembro de 2014.

Quando tinha sete ou oito anos, ganhei de meu pai uma porção de revistas em quadrinhos. Não as conhecia, pareciam distantes dos heróis que tinha me habituado a ler, nas capas de algumas delas estavam personagens com traços e cores que lembravam muito Hergé, que na época eu secretamente conhecia graças ao desenho animado do Tintim transmitido pela TV Cultura, o título também era colorido e estava escrito no que eu hoje imagino ser francês. Na ilustração de capa, os personagens apareciam sorridentes.

Lembro de ter perguntado o que era, meu pai respondido que não sabia, mas “tinha ganhado esses gibis”. Era uma época bem anterior à democratização da internet, no Brasil quase nenhuma pessoa tinha acesso a computadores e eu não estava entre elas. Então embarquei naquelas HQs sem nenhuma preparação ou conhecimento prévio, sem também saber que aquele monte de revistas teria um papel bem importante na pessoa que eu viria a me tornar no futuro, porque junto daqueles quadrinhos coloridos também estavam algumas edições em português do Conan com Frank Frazetta como desenhista.

A importância que ambos tiveram foi bem diferente. Conan abriu meus olhos para um nicho que até então não conhecia nos quadrinhos, que trocava o maniqueísmo pela ambiguidade e contava as histórias de personagens com motivações muito diferentes daquelas com as quais estava acostumado nas histórias de super-heróis. Já as outras revistas, com personagens felizes e muitas cores, me apresentou o sexo.

Cresci em uma época bem tenebrosa do ensino público. Educação sexual nunca foi nem cogitada pelos professores que muitas vezes achavam mais produtivo gastar um dia de aula passando as fitas que os alunos tinham com Predador 2 e Duro de Matar gravados da Tela Quente no lugar de dar uma aula de fato, que dirá explicar às crianças sobre uma coisa que seria muito mais constante na vida adulta delas do que quase tudo mais ensinado pelas matérias. Então acabava restando os pais ou a pornografia. No caso dos pais, foram poucos os que tiveram um contato muito melhor com educação sexual que os filhos, e a pornografia nunca se preocupou com contextualizar ou mesmo dizer que pra você fazer aquilo com outra pessoa precisaria primeiro saber se estava dentro dos limites dela ou não.

“A cena mais marcante estava numa página dupla com vários personagens participando de uma orgia.”

Além disso meus pais não pensavam que uma história em quadrinhos teria algum conteúdo sexual e aqueles gibis em específico enganavam muito bem. A capa era tão inofensiva que meu pai sequer se deu ao trabalho de folhear essas como fez com Conan. No miolo encontrei quadros e mais quadros de pessoas nuas, fazendo sexo de todas as formas que a mente de um menino era capaz de interpretar. A cena mais marcante estava numa página dupla com vários personagens participando de uma orgia. Não conseguia entender nada do que estava escrito nos balões, mas já conseguia entender o que estava acontecendo naquelas ilustrações. Também compreendia que nos desenhos todos estavam sempre felizes, sorridentes, satisfeitos — seja sozinhos, com outra pessoa ou em grupo, em nenhum quadro aqueles personagens pareciam aborrecidos, tristes ou desanimados.

Claro que quando meus pais descobriram do que tratavam essas revistas, elas desapareceram. Mas já era tarde, aquilo estava grudado na minha cabeça. A imagem dos personagens felizes, nus, esfregando as genitálias umas nas outras, se aninhou em meu subconsciente e só deu as caras de novo no momento em que tive outro contato com sexo anos depois, quando uma das revistas de videogame que eu costumava ler publicou uma matéria sobre os chamados jogos pornográficos que tinham chegado ao Atari no auge do console.

Espelho da sociedade

A capa de Custer’s Revenge já dava dica do que esperar no jogo | Reprodução

Hoje em dia pode ser até meio absurdo pensar que as pessoas tinham interesse por pornografia — usualmente relacionada a estímulos visuais — em videogames quando ela resumia-se a um punhado de pixels mexendo em uma tela preto e branca, mas jogos como X-Man, no qual o protagonista é um cara pelado que precisa superar um labirinto cheio de obstáculos sedentos por decepar seu pau na busca incessante por sexo, ou Custer’s Revenge, com o jogador assumindo o papel do General George Armstrong Custer, uma figura histórica dos EUA que acabou morto em 1876 durante uma das constantes guerras que os colonizadores travavam contra os nativos da região. No jogo, o General Custer está nu, com uma ereção notável, e tem o objetivo de desviar de flechas e fazer sexo com mulheres nativas amarradas a um poste. Se achamos que a liberdade trazida pelo PlayStation era permissiva demais após décadas convivendo com o selo de qualidade da Nintendo, não tínhamos ideia de que já foi muito pior.

“Não conseguimos lidar naturalmente com o sexo, nós sempre damos importância demais ou importância nenhuma.”

Não tive contato direto com nenhum dos jogos. Nem mesmo em emuladores tive curiosidade de experimentá-los por causa do choque que foi o conflito deles com os quadrinhos que mencionei antes. Ninguém estava feliz com o sexo, que era retratado com agressividade e opressão. Nesses jogos tudo se resumia ao sexo como recompensa para o protagonista, que a conquistava através do estupro. Eventualmente invertiam os papéis e usavam todo o mesmo conceito, colocando mulheres nos papéis de protagonistas, o que não mostrava outra coisa além de um completo desconhecimento sobre sexo das pessoas que faziam esses jogos.

“A indústria dos videogames é um reflexo de nossa própria realidade,” explica a psicóloga Luana de Oliveira, “por isso quando ela reproduz o sexo, é quase sempre como uma recompensa ou uma punição. Dificilmente o vemos retratado como uma escolha.”

Hoje penso: para muita gente que cresceu durante os anos 1970 e 1980, esses jogos foram o primeiro contato com que tiveram com sexo. Quando não eram eles, filmes como Porky’s assumiam o papel de educadores sexuais, sem realmente ter muito o que ensinar. Constantemente o sexo era tratado como uma recompensa e havia diferentes graus de estupro, dependendo das circunstâncias. No caso de Custer’s Revenge um acerto de contas, e no de Porky’s um mérito.

Luana vai mais fundo dizendo que, “Quase sempre que o sexo aparece em um jogo, ele é usado para afirmar o herói como alguém forte, másculo, imbatível; como acontece em God of War. É sempre algum extremo: ou é completamente escondido, ou usado como ferramenta de afirmação. Mesmo quando uma mulher é representada, ou ela é extremamente agressiva e sexualizada, ou recatada e contida. Dificilmente vemos o meio-termo, porque mesmo que ele exista em nossa sociedade, não é muito bem aceito. Não conseguimos lidar naturalmente com o sexo, nós sempre damos importância demais ou importância nenhuma.”

O jogo para celulares HappyPlayTime tornou-se uma espécie de exemplo prático deste comportamento. Desenvolvido por Tina Gong, o game é protagonizado por Happy, uma vulva antropomórfica. Quando foi inicialmente revelado, HappyPlayTime causou um certo desconforto por tratar do tabu da masturbação feminina com simpatia e naturalidade. Mesmo esperando sofrer resistência, Gong seguiu em frente com o jogo e tentou lançá-lo na iTunes App Store, sem sucesso. “Eu admito, está saindo muito do padrão. Você está usando sua tela de toque para brincar com uma personagem vulva e fazê-la ter um orgasmo,” disse ao GamesIndustry.

“É algo que tem um grande potencial para deixar alguns grupos raivosos,” continuou Gong. “Como um grande companhia, tenho certeza de que eles [a Apple] estão tentando se manter longe da controvérsia. Eu entendo, mas isso ainda me deixa triste.”

“A pergunta é: o que impediria o Steam de ter jogos eróticos em sua loja online? Provavelmente a mesma razão pela qual o YouTube costuma excluir vídeos que contenham nudez, mas mantém violência no ar.”

Tina subiu a classificação etária do jogo e tentou outra vez, mas recebeu nova recusa por ainda não se adequar às regras da loja de aplicativos, entre elas a de “apps que contém material pornográfico”. Qualquer olhada superficial nas imagens ou em algum vídeo do jogo é suficiente para notar o exagero, Happy está longe de ser relacionada à pornografia. Mas para o azar dela e de sua criadora, nós não crescemos aprendendo a aceitar as genitálias — principalmente a feminina — com a mesma naturalidade que aceitamos outros membros do corpo. Tina acabou desistindo de publicar o jogo na iTunes Store. Atualmente, HappyPlayTime pode ser jogado em qualquer navegador através de seu site.

E o problema não se limitou a ela. Há cerca de dois anos, o Steam passou a proibir jogos com conteúdo considerado adulto de participar do Greenlight, um programa que dá ao consumidor poder de decisão sobre quais produtos estarão disponíveis na loja de jogos digitais. Segundo declarou ao Kotaku o porta-voz chefe da Valve, Doug Lombardi: “Steam nunca foi o principal destino para material erótico e o Greenlight não vai mudar isso”. Todo o poder de decisão do consumidor acabava nesse limite, se quisesse jogos assim, que procurassem em outro lugar.

O jogo em questão foi “Seduce Me”, que atualmente é vendido apenas pela desconhecida FireFlower Games. A pergunta é: o que impediria o Steam de ter jogos eróticos em sua loja online? Provavelmente a mesma razão pela qual o YouTube costuma excluir vídeos que contenham nudez, mas mantém violência no ar. Em algum momento de nossa história, nós passamos a tratar a violência como algo corriqueiro, enquanto o sexo ainda é visto como uma espécie de absurdo. O desbalanço com o qual a violência e a sexualidade são tratados é evidente quando ambos aparecem em um jogo. Dragon Age, por exemplo, é capaz de lavar a tela de sua TV com sangue, mas o que mais chocou foi o fato de um personagem homossexual tentar fazer sexo.

A violência, infelizmente, é uma parte tão comum da rotina de qualquer um de nós quanto o próprio sexo, principalmente quando vivemos em grandes centros urbanos. O problema é que enquanto ela é escancarada, o sexo fica coberto. No final do ano passado Hatred causou uma grande controvérsia porque tinha na violência sua principal mecânica de jogabilidade. Matar o maior número de pessoas é o objetivo do jogo, sem propôr nenhum tipo de discussão sobre a banalização da violência, o uso de armas ou mesmo o ódio que tem se espalhado de diversas formas pela sociedade. Em Hatred você é o pastiche de um fã de heavy metal com problemas sociais que odeia o mundo e só quer acabar com tudo. O jogo não só foi aprovado no Greenlight como pode ser comprado no Steam por qualquer um que obedeça a uma faixa-etária mínima. Na mesma época as visual novels japonesas famosas pelo conteúdo erótico só podiam ser vendidas na loja digital se essas cenas fossem removidas. Só há cerca de uma semana tivemos a notícia do primeiro jogo com viés erótico publicado no Steam sem edições.

“A sexualidade é tratada com estranheza por nossa cultura, não temos o hábito de falar abertamente sobre o assunto,” explica Luana. “Mesmo quando o fazemos, é tudo dentro de regras estabelecidas que acabam nos reprimindo”, continua. “É estranho um mundo no qual o sexo está sempre presente ignorá-lo nos jogos”.

Claro, o sexo não é totalmente ignorado. O amadurecimento inevitável da indústria dos videogames também deu a algumas desenvolvedoras mais confiança para tocarem no assunto. A própria BioWare de Dragon Age e Mass Effect; enquanto a CD Projekt RED fez do sexo uma ferramenta importante da jogabilidade na franquia The Witcher e a Quantic Dream experimentou com uma cena de sexo feita toda com Quick Time Events que deixou muita gente desconfortável, o que parecia ter sido a bem executada intenção.

Os jogos como conscientização

How do you Do it, desenvolvido por Nina Freeman | Reprodução

A desenvolvedora independente Nina Freeman — atualmente trabalhando em Tacoma da Fullbright — acredita que os videogames estão sim tratando do sexo, ela inclusive se dedica a desenvolver jogos que usam a curiosidade e o próprio sexo como ferramentas de jogabilidade.

“Não acredito que sexo seja realmente evitado nos jogos — de cabeça consigo pensar em algumas franquias AAA que envolvem sexo, incluindo Dragon Age, Mass Effect e The Sims,” conta Nina. “Além disso, há uma imensa quantidade de jogos que seriam considerados pornográficos — visual novels hentai, por exemplo. Entretanto, tenho que observar que há diferenças entre jogos como pornografia e jogos sobre sexo. Um jogo pode envolver o sexo mecanicamente ou na narrativa sem contudo ser pornô, e há diversos games que fazem uma dessas coisas, incluindo os que já mencionei.”

“Precisamos nos engajar em uma discussão mais ativa sobre esses jogos e sobre como eles funcionam em nosso contexto cultural.”

Para Nina, na verdade, o problema não está na falta de jogos que lidam com sexo, mas sim em como nós tratamos o assunto: “Existem dois problemas aqui, acredito, que contribuem para a crença de que não há tantos jogos sobre sexo. Primeiro, em muitas culturas, falar ou criar mídia envolvendo sexo é considerado tabu. Acho interessante que, constantemente, se você ler os comentários em algum artigo sobre sexo nos videogames, alguém sempre vai dizer, ‘faz sentido que esse artigo esteja na publicação X, porque ela é bem liberal’. Penso que, graças a essa mentalidade, nós não falamos sobre sexo nos jogos com muita frequência, criando uma ilusão de que não há tantos games de sexo. Eles estão por aí, nós só não estamos falando deles o suficiente.

“Na verdade há um imenso mercado para jogos que muitos considerariam pornográficos. As visual novels hentai, como Kanon e To Heart, são alguns exemplos que me vêm na cabeça. Mesmo uma busca rápida na app store da Apple por ‘sex games’ produz mais de mil resultados [o que torna a história do HappyPlayTime ainda mais inexplicável]. Precisamos nos engajar em uma discussão mais ativa sobre esses jogos e sobre como eles funcionam em nosso contexto cultural. Por que eles parecem escassos, quando uma simples busca no Google pode nos mostrar que na verdade existem em abundância?”

Isso pode estar ligado à interação direta que temos com os jogos, coisa que não acontece em outras mídias. Assistir ao sexo é muito menos intimista do que praticá-lo, mesmo que seja através de um periférico que não transmita qualquer conotação sexual exceto, talvez, por vibrar. Nosso principal obstáculo para a sexualidade seja justamente a falta de capacidade que temos de lidar com nossa própria intimidade.

A sexualidade é assunto central na série Mass Effect | Divulgação

Em nossa sociedade, o sexo precisa funcionar sob regras estabelecidas dentre as quais o sigilo é a mais importante de todas. Todos sabem que as outras pessoas fazem sexo, mas as convenções mandam que paremos por aí. E é por isso que discutir sexo com os amigos, trocar experiências, revelar segredos, pareça tão interessante quando na verdade é bem mundano. Somos tão condicionados a manter nossa imaculada figura humana distante da sexual, mesmo que ambas na verdade sejam uma só, que até tratamos a sexualidade com uma devoção desnecessária.

Para o bem e para o mal, damos mais importância ao sexo do que ele realmente tem. E pode parecer confuso, mas agora que a situação chegou a esse ponto e está cada vez mais evidente que ela precisa mudar, a importância dada ao sexo é coerente com a necessidade de desmistificá-lo. Devemos nos importar com sexo para que possamos deixar de nos importar tanto assim, e o entretenimento tem seu próprio papel nisso tudo.

“Estamos agora no meio de uma grande mudança nos videogames,” afirma Nina. “A mídia está amadurecendo muito rápido, e estamos vendo o crescimento nesses debates públicos sobre sexo e sexualidade nos jogos, entre outras coisas. A indústria dos jogos precisa prestar atenção nessas companhias menores e nos indivíduos que estão ultrapassando os limites da mídia — jogos como Luxuria Superbia e Gone Home. Estes são jogos engajados com o sexo e a sexualidade de maneiras significantes e emocionantes, que vão além do voyeurismo do sexo como acontece em muitos jogos AAA.

“Já que sexo é uma parte de minha vida, e das vidas de muitas pessoas, quero usar os videogames para explorar o que o sexo significa tanto para mim, quanto para o imenso contexto cultural no qual vivo.”

“Com o passar do tempo, jogos como Gone Home e Luxuria Superbia se tornarão mais comuns, e nós veremos representações significantes de todas as formas de sexo, e todos os tipos de experiências sobre esse assunto em jogos.”

Isso tende a acontecer simplesmente baseado no crescimento da acessibilidade que as ferramentas de desenvolvimento de jogos — softwares como o Game Maker e o Twine estão abrindo portas para o desenvolvimento de jogos a uma quantidade enorme de pessoas que nunca tiveram voz nessa mídia antes. Essas vozes estão tornando-se cada vez mais poderosas e, graças a isso, veremos uma maior diversidade de jogos sendo feitos sobre sexo e tudo mais que puder imaginar.

“Estou interessada em fazer jogos que são inspirados pela minha vida pessoal. Já que sexo é uma parte de minha vida, e das vidas de muitas pessoas, quero usar os videogames para explorar o que o sexo significa tanto para mim, quanto para o imenso contexto cultural no qual vivo. É importante pensar criticamente sobre a maneira que a sociedade o forma como pessoa — especialmente na maneira que forma a sua sexualidade. Do momento em que nascemos, estão nos ensinando certas coisas sobre nossos corpos e sobre nossas relações com outras pessoas. Precisamos pensar sobre isso, e sobre como nossa sexualidade é formada pela sociedade, para que possamos exercer o controle sobre nossos próprios corpos e como nos expressamos sexualmente. Os jogos, assim como muitas outras formas de expressão artística, são uma maneira frutífera de nos envolvermos com esses problemas significativamente.”

Gone Home lida com a sexualidade de uma maneira bem natural | Divulgação

Os videogames ainda estão distantes dos quadrinhos que li na infância. Mesmo o resto da indústria dos quadrinhos não está nem próxima disso; o entretenimento como um todo ainda é muito imaturo e machista quando o assunto é retratar o sexo e a sexualidade. A internet tornou opiniões contrárias mais vocais — da mesma forma que tornou as críticas mais claras — a quantidade de informação é também mais abundante e, ainda que não seja no grau que a maioria de nós queria, muita gente está encontrando esclarecimento ou se desvencilhando de alguns preconceitos.

Ainda teremos aqueles que reclamam da possibilidade de relações homoafetivas em Mass Effect, ou os que se sentiram ultrajados ao descobrir que Gone Home era um jogo sobre a descoberta da homossexualidade. Também não nos veremos livres de representações do sexo como as que acontecem em God of War. E, para muitos, ainda será inevitável não ter aquela sensação de estranhamento e desconforto quando um jogo pedir para que comandem uma cena de sexo, ou mesmo quando assistirem a alguma com pessoas ao redor. Mas é legal pensar que elas estejam aí com o objetivo de tirar da nossa cabeça a ideia de que qualquer uma dessas coisas seja tão estranha quanto crescemos sendo ensinados que são.

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