Chumbo trocado não dói?

Breiller Pires
Medium Brasil
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2 min readMay 6, 2015

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Uma cruzada dos homens de bem contra a “ditadura deusista”

Nada contra quem acredita em Deus. Aliás, tenho até amigos que defendem sua existência. Mas o que é certo, é certo. Não foi Deus quem criou o mundo e é bem provável que Ele nunca tenha existido.

Eu defendo os valores da família científica tradicional. E, pra mim, a família é constituída com base na teoria da evolução. O mundo em que vivemos nada mais é que o produto de uma grande explosão do universo milhões de anos atrás (aceita que dói menos).

Até quando vamos nos sujeitar a essa “ditadura deusista”? Até quando vamos ver nossos filhos serem submetidos à tortura das aulas de ensino religioso nas escolas? Que geração queremos formar para o amanhã?

E o pior: agora somos obrigados a engolir o lobby pró-Deus no Congresso Nacional e até mesmo nas novelas. Jogadores de futebol perderam a vergonha de comemorar gols apontando para o céu, francamente… Se o cara quer orar para o seu Deus, que ao menos o faça entre quatro paredes. Mais uma vez, nada contra, só não quero que meus filhos cresçam vendo esse tipo de prática na rua, no estádio ou na televisão.

Outro dia vi dois senhores de meia idade lendo um versículo da Bíblia aos berros em pleno centro da cidade. Não bastasse acreditarem em Deus, querem que nós, homens de bem, também passemos a acreditar.

Não consigo crer que, com tantas ateias inteligentes e interessantes dando sopa por aí, ainda tem gente que queira se casar — na igreja, pra variar — com fanáticas religiosas e beatas franciscanas. Um desperdício.

Irmão, ateu que é ateu se casa com ateia, ponto. O resto é aberração da natureza.

Ninguém nasce acreditando em Deus. Esta é uma escolha infeliz que a pessoa toma ao longo de sua vida por depravação moral e falta de senso crítico. Isso já seria motivo suficiente para não aceitarmos que esses fieis alienados tenham os mesmos direitos que nós, homens de bem.

Porque eu sou brasileiro, ateu, com muito orgulho, com muito amor. Pela família, pela ciência, pelo direito de negar o batismo dos meus filhos, eu digo não a Deus. Tchau, querido.

Obviamente, não tenho nada contra quem acredita em Deus ou manifesta qualquer tipo de crença. As linhas acima são apenas ironias. E um convite à reflexão sobre como argumentos ignorantes podem servir à propagação de ódio, intolerância e preconceitos.

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