Everything is a Remix

Guimarães
Medium Brasil
Published in
3 min readJan 22, 2017

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O documentário é dividido em quatro partes e conta como todas as coisas que admiramos hoje em dia na chamada cultura pop (música, cinema, tecnologia) são nada mais que cópias de outras coisas que deixamos de admirar (ou não admiramos por não ter a mesma visibilidade).O mesmo ocorre com o mito das invenções e seus considerados inventores geniais. Não que todos os grandes nomes da ciência e tecnologia não são, de uma forma ou de outra, grandes mentes fazendo grandes coisas, mas considerar uma ideia inventiva, algo único, pontual e genuíno, é equivocar-se demais.

Talvez um dos documentários mais geniais que já vi. Kirby Ferguson procura desmistificar a figura do artista supremo, aquele que acredita-se ser isento de qualquer inspiração ou mesmo “cópia” prévia, que modela sua arte a partir do nada e de lugar nenhum; apenas surge em sua mente brilhante a ideia. Apontando grandes nomes do mercado musical (Led Zeppelin), cinematográfico (George Lucas e Quentin Tarantino) e tecnológico (Steve Jobs), Kirby dá seu ultimato: “Criatividade não é magia”. Uma alerta para que nos livremos do fardo de que toda ideia inventiva é algo único e genuíno e que descartemos qualquer pioneirismo. E quem disse que um “remix” ou “cópia” é algo indigno e repulsivo? Real gênio é o que consegue copiar, transformar e combinar elementos diversos para a partir daí ressignificar a experiência. (Re)invenção é a chave!

“Eu avistei mais longe do que muitos, porque fiquei de pé em ombros de gigantes”. (frase de Albert Einstein, inclusive também uma “cópia”)

COPIAR — TRANSFORMAR — COMBINAR = CRIAR ALGO NOVO

Determinação é, sim, a chave para grandes feitos, assim como conhecimento e experiência. O resto é pura reinvenção.
Uma vez um amigo meu foi em uma palestra dada pelo Wynton Marsalis, um baita (baita mesmo) trompetista que toca jazz bem tradiça. Quando abriram para perguntas, um cara no meio da plateia questionou como ele poderia se transformar, um dia, em um jazzista foda. O Wynton respondeu que, para tocar jazz pra cacete, não tinha segredo: bastava pegar todas as gravações de jazz já feitas e tirar todos os standards em suas diferentes variações de olhar de cada jazzista que a gravou e, ao final, você estaria tocando jazz com toda a facilidade do mundo.Fácil não seria, mas era esse o segredo. Se parar pra pensar, basta você ter repertório e, de tanto copiar, você acaba transformando e combinando tudo o que você absorveu em uma coisa genuinamente foda. Isso serve pra tudo.

Somos uma complexa composição de influências e experiências externas, ou seja não somos fruto “do nada”. Com toda certeza alguém aqui na discussão deve ter se lembrado de Lavoisier “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, a verdade é que devemos estender a teoria para a sociedade no geral.

Creio que estejamos todos interligados as gerações do passado do presente e do futuro, as gerações do passado serviram de apoio para nós hoje, assim como nós seremos apoio para as gerações futuras, é assim que deve ser, copiar, transforma e combinar, acredito que seja a base para nossa evolução, nós dependemos do próximo.

PARTE UM

PARTE 2

PARTE 3

PARTE 4

Vídeos e texto retiro do site: http://baixacultura.org

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