Transtornos existenciais
Aprender a lidar ou a sufocar com eles
Maldita crise existencial que parece apurar durante as madrugadas. Eu fico catalogando as ideias, mas tenho medo de serem um fiasco. Depois tem a questão do dinheiro, tempo, qualidade. De repente você se pega viajando em mundos imaginários no colchão, de coisas lindas e inspiradoras a momentos de desesperos por causa de responsabilidades novas, pressão social, familiar, pessoal. A a cama sólida vira um colchão de água e você está afundando, tentando boiar pra não morrer afogado.
Nós somos jovens, sim! Mas o peso das coisas que temos que fazer pra sobreviver esmagam os sonhos, a fé em nós mesmos, a esperança.
Eis que a crise, achando pouco da situação, faz você se sentir ainda mais confuso. Você abre as redes sociais e vê sua turma de ensino médio formada e trabalhando na área que optou no último ano de colégio. Gente casando e construindo uma vida e você sem saber nem o que quer ao certo da sua.
Somos jovens precoces para o ingresso no mercado de trabalho, não há tempo para dúvidas e questionamentos, não há momento de descoberta e encontro com o que somos e o que realmente queremos. Fora que somos avaliados e rotulados em todo o processo. A questão não é a idade, é que a gente acaba vivendo ou querendo viver na sombra do que significa ser bem sucedido e resolvido hoje. “Não é o suficiente”. Acredito que cada pessoa tenha uma forma de encontrar a si, de ter seu desfecho feliz, mesmo que não seja aquilo que seus pais ou a sociedade rotulem como “sucesso”.
Abençoadas sejam as crises que me fazem descobrir um pouco de mim a cada dia, malditas por me fazerem perder noites de sono ininterruptas.
