O que eu aprendi no dia em que o Gmail me fez perder uma oportunidade incrível de emprego

Dia desses eu aprendi uma lição. Como todo bom aprendizado, ela veio da pior maneira possível.

Desde que comecei a minha carreira como analista de redes sociais/marketing digital, tenho vontade de trabalhar na empresa que atendi no meu primeiro projeto como social media.

Na época eu trabalhava em agência e vi a oportunidade de apresentar uma ideia para essa empresa, já que eles tinham um evento de abrangência nacional e não possuíam nenhuma ação online.

Era um evento voltado para o público adolescente. Essa galera toda estava na internet, no auge do Orkut no Brasil e nos primeiros anos do Twitter.

A empresa estava perdendo uma oportunidade incrível de atingir esse público e, percebendo isso, apresentei um projeto para o meu gerente da agência, que entrou em contato com outros parceiros e conseguiu apresentar a ideia para a empresa em questão.

Conseguimos fechar essa parceria. O evento foi um sucesso e as ações em mídias sociais tiveram uma alta taxa de engajamento e uma repercussão incrível nas redes sociais.

Esse projeto rendeu outras 3 ações com esse cliente (que é gigante em Minas Gerais e no Brasil) para a agência que eu trabalhava, todos com a minha coordenação, desde o planejamento até a execução.

Me valeu um aumento e três cases excelentes para começar a carreira.

Desde então, sempre tive vontade de trabalhar nessa empresa. Pode ser algo relacionado ao “primeiro amor”, já que foi o meu primeiro grande projeto. Ou não. Vai saber. A questão é que ao longo dos anos fiquei ligado nos processos seletivos para esse lugar e nunca surgia algo na minha área.

Até que há algumas semanas, uma das analistas de comunicação dessa empresa que mantive contato durante todo esse tempo me disse que abririam vaga para a área de marketing digital e perguntou se eu tinha interesse em participar.

É claro que eu tenho interesse!

Alguns dias depois a equipe do RH me ligou para confirmar a inscrição e marcar a primeira etapa do processo.

Confesso que achei seria apenas eu e mais algumas pessoas, mas tinha bastante gente no dia. Gente muito boa do mercado de Belo Horizonte. Inclusive uma professora minha da pós-graduação.

Mas eu estava tranquilo, porque essa primeira etapa consistia em fazer basicamente aquilo que eu faço diariamente desde 2008.

Ao final dessa “provinha”, a equipe de RH disse que entraria em contato até o final da semana seguinte com os candidatos que passassem para a próxima etapa.

O resto da semana foi bem longo. Olhava meu e-mail todos os dias, incluindo a pasta de spam.

A semana seguinte foi mais longa ainda. Olhava o meu e-mail a cada 5 minutos, incluindo a pasta de spam.

Na terceira semana eu já tinha aceitado que não seria chamado e relaxei completamente. Passei a olhar o e-mail pessoal apenas uma vez por dia.

Na última quinta-feira, resolvi colocar os e-mails pessoais em dia, começando pelas caixas de “promoções” e “atualizações”, onde a maioria das newsletters que assino aparecem.

Entre vários Medium Daily Digest’s e uma ou outra promoção, lá estava o e-mail me chamando para a próxima etapa do processo seletivo, enviado quase uma semana antes me avisando que eu deveria comparecer na empresa dois dias antes.

A minha reação na hora foi de querer chorar. Chorar por ser burro e por ter relaxado e não conferido o e-mail como havia feito nas semanas anteriores.

Liguei para a responsável do RH e expliquei a situação, porém ela me disse que “entendeu que eu havia desistido e já contrataram o novo funcionário”.

Eu nunca fiquei tão decepcionado comigo mesmo quanto nesse dia.

Essa situação me fez entender a importância de manter uma caixa de entrada zerada ou, pelo menos, com menor número possível de e-mails não lidos.

Eu não uso o meu Gmail com várias pastas, marcações e cores. Utilizo a formatação básica que ele me oferece com as suas abas.

Como o e-mail da empresa foi enviado através da plataforma de gerenciamento de pessoal, ele não caiu na aba Principal. Ele foi direto para a aba Atualizações.

Claro que na época eu culpei o Gmail, já que é difícil percebermos que esse tipo de situação só acontece por nossa culpa.

Se eu tivesse organizado melhor a minha caixa de entrada, provavelmente teria visto o e-mail e acredito que teria grandes chances de ter seguido adiante no processo.

Mas isso não aconteceu.

Estou há alguns dias limpando toda a minha caixa de entrada e buscando maneiras de organizar a disposição das minhas mensagens para que isso nunca mais aconteça.

Se eu puder dar uma dica valiosa aos amigos seria:

mantenha sempre o seu e-mail organizado.

Você pode perder oportunidades incríveis pela sua própria falta de organização.