O reservado — Parte Quatro

A viagem curta, o vestido longo e a estadia por hora

Celina
Medium Brasil
5 min readApr 1, 2017

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(Imagem: Lily Mae Martin)

Entrei no táxi sentindo uma mistura de timidez e curiosidade. Pelo retrovisor olhava o rosto da motorista que conduzia o carro. Era uma mulher grande de cabelos curtos e cacheados, devia ter seus quarenta e tantos. Em um momento da minha observação secreta nossos olhos se cruzaram e ela sorriu. Cortava a Agamenon quando perguntei:

-É frequente aparecer gente pedindo pra levar pra motel?
-Ah, sim, bastante. A gente tem que saber a localização da maioria deles por causa dos clientes. O GPS ajuda nos casos de emergência, mas minha memória é muito boa.

Marcos não tinha emitido um único som até então, achei que ele não estava se divertindo com o passeio.

-Acho que motorista de ônibus e de táxi tem as melhores histórias pra contar. Vocês acabam vendo de tudo, escutando de tudo, deve ser divertido!
-E como! Meu marido dirigia antes de mim, mas sofreu um derrame e fiquei no lugar dele. Nunca me entedio, gosto de dirigir, rodar a cidade, de boas conversas. É minha terapia particular!

A viagem foi rápida, queria perguntar mais coisas, pedi o número do celular dela. Saímos do carro, me despedi com um aceno. Olhei pra Marcos, estava com o rosto vermelho. Pegou na minha mão e me arrastou pra dentro do quarto. Uma escada em formato de caracol nos levava pra um cômodo revestido de espelhos com uma cama gigantesca de lençóis brancos. Segurou meu cabelo, me beijou com força, me jogou na cama, abriu minhas pernas e esfregou-se entre elas. Pôs a mão por debaixo do vestido longo e atirou minha calcinha longe. Nem tinha dado tempo de me ver com ela. Abriu a camisa exibindo a pele lisa, sem pelos nenhum.

Tirou a calça e a cueca, colocou tudo bem dobrado numa mesa de vidro ao lado da cama. Não tinha um único pelo naquele homem. Será que ele realmente não esperava aquilo?
Não me deu tempo pra pensar, desceu a alça do meu vestido e colocou meus seios pra fora. Fiquei olhando a bunda dele pelo espelho quando colocou os joelhos no colchão, ficou por cima de mim e me beijou. Num piscar de olhos ele estava em pé na cama. Pôs a mão na minha nuca e fez pressão.

-Não rola sem camisinha, falei.
-Ah, tá bom, desculpa.

Desceu da cama, abriu a mochila e tirou uma de lá. Aproveitei o momento pra ver de perto o pau dele. Ficava duro pra baixo, um pouco torto, era a primeira vez que tinha visto um assim. A camisinha parecia difícil de entrar e ele disse que estava “arrochada” demais. Segurei o riso, o sotaque dele era engraçado e arrocha pra mim é uma dança que você rebola pra lá e pra cá. Imaginei ele dançando arrocha enquanto colocava a camisinha, imaginei ele dançando arrocha metendo em mim. Virei a cara pro colchão porque tinha espelhos por todos os lados e eu não queria intimidar o rapaz com várias versões risonhas de mim achando graça da situação.

-Pronto!

Subiu na cama, abri a boca e ele colocou dentro, não conseguia olhar pro rosto dele de vergonha. Mas ouvi os gemidos cada vez que o chupava e sugava. Aquilo foi me excitando também, fui ficando molhada, ansiosa. Me deitou e foi abrindo minhas pernas, mas não conseguia me penetrar de jeito nenhum. A situação começava a ficar estranha.

-Acho que é melhor a gente tentar de quatro.
-Você prefere assim?

Assenti com a cabeça. Virei, inclinei o quadril e peguei nele, mostrando o caminho. De início foi complicado, saía muito, mas conseguiu entrar com mais facilidade. Ele mantinha o ritmo, mas de repente escorregava. Já estava angustiada com aquilo. Até que me virou, colocou minhas pernas pro ar e penetrou de novo. Era rápido e falava no meu ouvido:

“Você gosta disso, não gosta?”

Metia a boca no meu peito, mordiscava o mamilo, lambia.

“Você gosta, não é?”

Batia na minha bunda, gemia e gritava, o ritmo começava a ficar mais forte e ele mais suado. Pingava, parecendo ter saído de uma sauna.

-Acho que esquecemos de ligar o ar, eu disse.
-Não, eu prefiro sem, mas se quiser eu ligo.
-Você tá perto de gozar?
-Não. E você?

Parou de meter e pediu pra lambuzar o pau dele inteiro. Bateu com ele no meu rosto e tirou algumas vezes da minha boca. Eu nunca entendi de que forma isso excitava um cara.

-Você gosta, não é?

De novo com a mesma pergunta. “É, eu gosto de ser fodida, de trepar gostoso e de ser tocada, eu gosto de gozar pra caramba. Só que hoje não tá fácil!”. Mas só respondi “uhum” e foi o suficiente.
Depois de uns bons minutos de pernas pro ar, comecei a ficar com os dedos dormentes e tive que perguntar novamente:

-Tá perto de gozar?
-Pra caralho!
-Não goza dentro de mim.
-Uhum…

Talvez ele fosse igual ao meu carregador que só funcionava em uma posição. Meteu mais forte e tirou de repente, gozou fora chamando uns palavrões.
Olhei pro teto do quarto cansada, querendo dormir, mas tinha trabalho mais tarde. Ele foi pro banheiro tomar banho. Deixou a porta aberta e eu pude observá-lo se ensaboar com cuidado, lavar o peito, a barriga, o pau. Bem devagar, ainda deitada, comecei a me tocar olhando o que tinha imaginado, gozando sozinha num motel com diversas faces de mim. Ele ensaboava o cabelo.

-O que você tá olhando tanto?
-Nada.
-Vem pra cá!

Neguei com a cabeça.

Preferia sentir prazer daquela forma, nua em cima da cama, assistindo um cara tomar banho como quem assiste um filme 3D numa sala reservada.

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Celina
Medium Brasil

"Writer". Nordestina, roteirista e fotógrafa. Editora da Revista Fale Com Elas no Medium. Stories in Portuguese and English.