O triste retorno da Banheira do Gugu

Matheus Laneri
Medium Brasil
Published in
3 min readMay 29, 2015

Um duro golpe para o povo brasileiro

A semana foi tomada por diversas notícias bombásticas, como o caso de corrupção na FIFA, a mulher grávida que espirrou enquanto urinava fazendo com que seu bebê nascesse hermafrodita e um parlamentar assistindo pornografia em plena votação dos deputados. Mas nenhuma outra foi tão impactante quanto a volta do quadro Banheira do Gugu.

Na década de 90, Gugu Liberato disputava cabeça a cabeça a liderança dos domingos na TV brasileira com Faustão, e um dos seus grandes trunfos era o quadro onde belas mulheres do naipe de Nana Gouvêa, Luiza Ambiel e Alessandra Scatena tentavam impedir os participantes homens de pegarem a maior quantidade de sabonetes dentro da banheira.

Era um espetáculo visual incrível, ainda mais em uma época em que a televisão aberta não tinha freios morais e ajudava a moldar o caráter de milhares de homens com os closes generosos nas mulheres. Aquilo era o máximo. Ainda mais com a dificuldade em adquirir pornografia.

Com a volta do quadro, diversas perguntas surgiram: como fazer esse espetáculo ser anos 90 em nossa sociedade atual? Quem seriam os primeiros participantes que cativariam o público? Gugu conseguiria manter o pique e manter aquela narração empolgante do passado? E a principal de todas: como seria o quadro na Record, uma emissora religiosa?

A resposta foi dada na noite de ontem, e infelizmente foi tão decepcionante quanto ganhar um Polystation no lugar de um Playstation na noite de Natal.

A escolha dos artistas foi extremamente equivocada, com mulheres físico Panicat utilizando roupas que fariam uma menina de 15 anos rir, tamanha falta de ousadia.

Se a emissora do Bispo Macedo sabe selecionar bem as mulheres para participar da A Fazenda, aqui faltou know how. Um elenco formado por Geisy Arruda, Jennifer Pamplona, Claudia Alende e Mulher Melão chamaria mais atenção do que Denise Rocha e Verônica Araújo, por exemplo.

Os homens estavam contidos e constrangidos de participarem e até Gugu estava visivelmente sem graça com tudo o que acontecia, sem o ímpeto narrativo do passado. Parece que usar um calção ao invés da tradicional sunga mexeu com o psicológico dos participantes.

Marcos Oliver, o eterno sedutor do Teste de Fidelidade que poderia ser um fio de esperança, não salvou o quadro. O único participante que destoou de todos foi Kléber Bambam que fez questão de realizar a prova com vontade e com direito a uma declaração incrível: “Na vida, você tem que ser guloso, pensar grande”. Poético.

No final das contas, faltou um pouco de RedeTV para a atração. Faltou ousadia e o público percebeu isso, fazendo com que durante o grande evento da noite a Record ficasse em terceiro lugar no Ibope, bem distante de Globo e SBT.

O que era para ser uma grande festa, acabou virando mais um 7x1 na vida dos brasileiros.

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