Quando um doc da Netflix com o Jim Carrey te faz refletir sobre a vida

Fellipe Mariano
Medium Brasil
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3 min readNov 28, 2017
O documentário “Jim & Andy: The Great Beyond” da Netflix.

Quando vi o anúncio desse doc na página inicial da Netflix, logo vi que o filme que eu tanto postergava pra assistir era algo maior do que eu pensava. Fazia uns 2 anos que eu prometia pra mim mesmo que um dia iria assistir “Man on the Moon” (ou O Mundo de Andy), mas nunca conseguia. Então essa semana finalmente decidi assistir, de tão curioso que eu tava pra ver o doc e os bastidores da produção desse filme.

“Man on the Moon” conta a história de Andy Kaufman, um “personagem” da cultura pop americana que até então só ouvia ser mencionado na música do R.E.M. (de mesmo nome que o filme) que, coincidência ou não, é uma das minhas músicas favoritas, assim como “The Great Beyond”, feita especialmente para o filme.

Andy Kaufman foi um artista que fez sucesso na década de 70 interpretando o personagem Latka na série “Taxi”, da ABC. Andy não gostava de sitcoms, mas aceitou fazer esse programa na esperança de conseguir seu especial na emissora, tendo total controle criativo. Além disso, Kaufman possuía um personagem, Tony Clifton, um cantor mal humorado, que fazia questão de tornar uma pessoa real, tanto que ele negava quando o perguntavam se ele era Tony Clifton. Junto com Bob Zmuda, Andy aprontava diversas situações que fugiam do status quo do show business naquela época, além de fazer pegadinhas e inventar histórias que a imprensa acreditava serem reais. É mais válido assistir o filme pra que se possa ver tamanhas as peças que Kaufman pregava no público.

Enquanto eu assistia o filme, era difícil acreditar que tudo aquilo que era contado realmente aconteceu. Até eu pesquisar e ver que sim, era tudo real. Existem vídeos que comparam as cenas do filme com as gravações reais do que Kaufman fez na TV. Eu fiquei fascinado em saber da existência dessa figura.

Terminado de ver o filme, no dia seguinte (ontem), resolvi assistir o documentário e, ao vê-lo, nota-se logo que não havia melhor ator pra interpretar Kaufman do que Jim Carrey. Dirigido por Chris Smith e com produção de Spike Jonze, o filme vai traçando paralelos entre a carreira de Jim e Andy, além de mostrar os bastidores da produção de “Man on The Moon”.

E sério, eu diria que essas imagens são tão boas ou ainda melhores do que o filme em si. Tendo sido guardado com Jim durante quase 20 anos, as gravações mostram como Carrey encarnou, literalmente, Andy Kaufman e Tony Clifton enquanto gravava o filme. É impagável ver a reação e o comportamento dos outros atores e da produção diante de Jim (ou Andy?), principalmente de Danny DeVito e do diretor Milos Forman. E eu diria que o documentário em si já valia por isso, mas tem mais.

A entrevista com o Jim Carrey é sensacional. Nela, vemos um depoimento dele sobre a sua carreira e um aprofundamento de seus sentimentos, sua visão sobre a vida, morte, a indústria cinematográfica, e sobre os papéis que já fez em sua carreira. Um lado de Jim Carrey que ainda não tínhamos visto. Muitas falas dele durante a entrevista realmente ficam com a gente e nos fazem refletir sobre a nossa vida, o que está ao nosso redor, o futuro e nossa carreira.

Terminei de assistir tendo uma grande admiração pelo Jim, e espero não me decepcionar com isso, tendo em vista que esse tem sido o ano de decepções com atores que costumávamos admirar antes de saber de suas atitudes pessoais. Dito isso, é um documentário pra ser visto e refletido várias vezes no decorrer da vida.

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Fellipe Mariano
Medium Brasil

Aqui posso fingir que sou colunista de um portal famoso e que sei escrever. Formado em Rádio e TV, edito vídeos pra ganhar dinheiro e desabafo pra sobreviver.