Uma carta a garota comum
Se te não foges a cabeça ainda não se passaram seis dias.
Não foram os banheiros em brasa, o gozo.
A glande suja, que limpei em minha camisa.
Não, estes não perturbam o curso do rio,
ele segue até o limoeiro.
E, então lá, onde os prédios azulam
Fito as janelas espelhadas dos edifícios
e espero algo de volta, mais do que teu toque.
Desejo que as mãos que vagueiam tuas costas
fossem mãos de construtor, ou poeta.
A distância entre nós não me afeta,
tampouco teu olhar blasé, apático.
A malha metroviária é tão indiferente quanto o teu nome,
nalguns minutos me sentarei ao lado de outra menina,
e a deixei como o café sobre a mesa.
Suas cartas servem de apoio para a mesa de centro,
o remetente está ocupando-se com novos amores ébrios,
tremulando suas mãos ao desabrochar um toque,
que nunca foi meu.