Como o Computador do Milhão me ajudou a me tornar um UX Designer

Pedro Alberti
Senior Mega
Published in
5 min readNov 1, 2019

Desde de criança eu me pegava mexendo no computador do meu pai. Não se engane que era um desses modernos cheios de funções e talz, era na realidade um Computado do Milhão. Me lembro que ele vinha com um CD para instalar o jogo do Show do Milhão, para a época era o que tinha de mais moderno com suas caixas de som e impressora multifuncional. Vou te contar nesse artigo o que tudo isso tem a ver com minha carreira em UX.

O melhor do computador é que ele permitia acesso grátis a internet!

Acervo da internet

Desde que meu pai instalou os primeiros programas no Computador do Milhão, os quais resumiam-se no Windows Media Player, Áres e o Internet Explorer, eu vivia fuçando neles, tentando entender todas as funções e a “cara” que eles tinham. Apesar de adorar fazer isso, eu sempre levava bronca do meu pai, pois ele dizia que fazendo isso eu estragaria o computador.

Eu sei que essa citação parece mais uma crise de nostalgia de uma época que nem sequer sonhávamos com smartphones e que você deve estar se perguntando: “onde esse cara quer chegar?”

Continue e verá!

Conhecendo o Design Gráfico

O tempo passou e, por acaso, eu descobri o Design Gráfico. Na época, era o que chegava mais perto dessa minha curiosidade de entender e construir a tela bonitinha que ajudava a realizar de maneira mais eficaz as tarefas dentro do programa. Abracei como algo que queria como profissão, mas ainda assim estava longe do que realmente queria.

Continuei estudando e fazendo trabalhos como freelancer até realmente conseguir meu primeiro (e único) emprego na área. Foi um tempo muito bom, aprendi bastante coisa sobre a área, conheci pessoas maravilhosas, participei de encontros de design e aprendi muitas técnicas que facilitaram minhas criações.

Até hoje me lembro da sensação da minha primeira campanha saindo nas mídias online e offline. Foi maravilhoso! Mas com o tempo essa sensação foi passando e o pensamento de que estava faltando algo junto com a vontade de ajudar as pessoas através do design foi crescendo.

“Estava cansado de fazer apenas criações sem ter imersão ou algum propósito maior por trás!”

Descobrindo o tal do UX Design

A angustia virou empolgação quando eu estava em uma palestra sobre inovação organizada pela faculdade que estudava na época e foi nela que tive meu primeiro contato com o UX. Até então, tinha apenas lido em matérias e perfis aleatórios no LinkedIn e nunca realmente escutado o que fazia, e quando soube, tudo mudou.

“A sensação foi tão boa que eu pensei : acho que descobri o que sempre busquei quando mexia no Computador do Milhão!

Pesquisei muito sobre UX, o que fazia, o que comia, onde vivia. Não tinha como ser diferente, realmente descobri a área que se encaixava dentro dos propósitos que sempre admirei, e foi aí que resolvi procurar como poderia fazer a migração.

A mudança

Comecei a estudar diariamente sobre UX para poder migrar de área o mais rápido possível. Eu estava empolgado com a descoberta e não queria perder mais tempo. Comprei cursos, usei das minhas habilidades de “cara de pau” e sai chamando pessoas que pesquisei e vi que eram influentes na área para conversar e pegar referências de onde eu poderia começar. Uma delas foi o Álvaro Souza, que me ajudou muito na hora de montar portfólio até o momento de entregar o desafio da vaga. Fora isso, vi muitos vídeos no YouTube, principalmente dos canais UX Now e do Design Team, ambos me deram um norte.

O (re)começo

Resolvi então me arriscar na área, montei meu portfólio e mandei para uma única vaga que uma amiga do meu antigo trabalho me mandou. E deu certo!

“Na hora que descobri, eu desacreditei. Foi tão rápido que eu achei que não estava preparado ainda.”

Daqui alguns dias vão fazer dois meses que estou trabalhando na Senior Mega e posso dizer, com toda certeza, que me arriscar para aquela vaga foi a melhor escolha que fiz em tempos. Duas pessoas começaram a trabalhar comigo na mesma época, o André Amaral e a Carla Santucci, e o mais curioso é que o André também estava migrando do Design Gráfico, já trabalhando estavam a Crícia Silva e a Amanda Ulitska, duas baitas profissionais que nos deram todo auxílio e ainda dão para facilitar dentro da equipe de UX, apesar de que hoje a Amanda ainda ajuda, mas de longe, pois foi desbravar novas águas.

Da esquerda para direita, Crícia, André, Carla, Amanda e eu.

Dicas de quem está começando

Ainda é muito cedo para sair dando dicas técnicas e escrevendo longos textos falando sobre processos, os toques que posso dar que podem ser valiosos para quem está procurando migrar ou está começando, é:

  • Estude processos de pesquisa e síntese;
  • Pratique suas soft skills, principalmente a empatia;
  • Se aproxime de pessoas que te impulsionam;
  • Monte cases para seu portfólio com clientes reais, procure ONG’s ou pequenas empresas, além de ajudar, o desafio é maior;
  • Não foque apenas no visual, vá a fundo no problema e descreva tudo no portfólio, lembre-se: o importante no UX é a solução e melhoria para o usuário e nem sempre será o mais bonito;
  • Questione muito e não desista.

Espero poder ajudar uma galera que se identifica com minha história. Foi um breve resumo da minha trajetória até aqui tentando explicar como o Computador do Milhão me trouxe para o Design. Conforme o tempo for passando, vou trazendo outras dicas dessa área fascinante que é o UX 💙.

E você, também está migrando de área? Ou está em fase de criação de seu portfólio em UX? Conta aí a sua experiência ou deixe sua dúvida.

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