#6-Design System e Time to Market
Como padrões podem acelerar seu potencial de inovação?
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Oi,
sou o Thiago Hassu, fundador e CEO da Meiuca. Esse já é o 6º de uma série de artigos. Nele vamos falar um pouquinho sobre os impactos de um Design System no negócio, combinado?
Vale lembrar que esses artigos são um grande aquecimento para a nossa tão esperada Formação Online em Design System & Ops.
Você também pode voltar ao primeiro dos nossos 10 artigos para garantir uma boa introdução ao assunto: “Design System na visão da Meiuca”.
Espero que faça sentido pra você,
🤗
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Antes de mais nada, o que é Time to Market?
Nada mais é do que uma métrica sobre o tempo que um produto leva para ser disponibilizado ao mercado, do momento em que alguém entende que uma dor existe até o botão “comprar” estar no ar para o seu usuário clicar. Esse “prazo” muda radicalmente de acordo com o seu segmento, estrutura e até cultura. Grandes empresas podem levar anos para colocar um novo produto ou funcionalidade no mercado, enquanto startups precisam fazer isso em meses ou podem simplesmente deixar de existir.
Onde está o problema?
É verdade que a burocracia tem um papel importante nessa história. A hierarquia, sua filha mais velha, também. As novas formas de nos organizarmos, por exemplo em squads como o Spotify, e as metodologias ágeis, vieram para trazer mais autonomia e velocidade à forma como entregamos. Mas de sprint em sprint, o que está indo para o ar?
Fake Agile
A verdade é que aplicamos abordagens e metodologias sem parar para analisar o quanto o nosso cenário é diferente daquele em que elas se mostram funcionar perfeitamente. Nossa mercado é muito menos maduro do que onde o Spotify se encontra, por exemplo. E então, a autonomia com profissionais menos experientes e sem padrões bem definidos pode ser a verdadeira fórmula do caos. No fim, fazemos entregas de 15 em 15 dias, mas na maioria das vezes estamos entregando pequenas melhorias ou desenvolvendo o “mesmo botão” pela milésima vez. E nessa, a inconsistência e a sensação de baixa produtividade só aumentam.
E o Design System com isso?
Nessa altura, você já deve saber que Design System é uma abordagem para projetar e desenvolver do menor para o maior, baseado em componentes e Design Tokens. Certo? Se não souber, tudo bem (recomendo dar um pulo no 1º artigo). Um Design System traz padrão ao dia a dia e poupa bastante trabalho, tanto dos representantes de design quanto dos de tecnologia nas squads. Afinal, partem de componentes já projetados e desenvolvidos, em sua maioria, pelo time de Design Ops.
Mas separei aqui alguns outros fatores, que vão além do ganho de produtividade e fazem um Design System ajudar a diminuir essa distância entre problema e solução. Vamos lá? :)
Todos falam a mesma língua
Os componentes e os Design Tokens, variáveis semânticas de estilo, são 100% espelhados entre design e tecnologia. E isso faz com que as pessoas de design, de tecnologia e até de negócios se entendam muito melhor na hora de discutir a necessidade de uma interface. No 4º artigo dessa série conto um pouco mais sobre isso. É impressionante o quanto hoje perdemos tempo por falarmos “línguas” tão diferentes.
Processos ágeis de verdade
O Design System também nos promove um novo mundo de possibilidades sobre processos. No 5º artigo falo um pouco sobre isso, nele cito o reflexo dos padrões no flow de design e handoff para tecnologia, as “design tools” que vão revolucionar nossos principais gargalos e muito mais. Encaramos um Design System como uma API de design, capaz de revolucionar nossos métodos e a forma como trabalhamos.
Menos distância entre design e desenvolvimento
Hoje um dos fatores que mais alonga o Time to Market em empresas de tecnologia é justamente o intervalo entre a entrega do time de design e o momento em que ela começa a ser desenvolvida. Geralmente os times de design tentam ficar uma, talvez duas sprints a frente. Na vida real, esse abismo pode ser muiiiito maior. No 5º artigo falo um pouco também de uma possibilidade que até então parecia completamente impensável: design e tecnologia trabalharem juntos na mesma sprint. Isso só é possível com um Design System bastante maduro, onde passa a ser possível otimizar todo o processo de produto, em especial a passagem de bastão entre as especialidades.
Squads com foco no produto
Um fator que também colabora demais é uma simples questão de foco. Componentes deixam de ser uma preocupação dos representantes de design e tecnologia nas squads, esse vira um “problema” do time de Design Ops. Ali, nas squads, o foco é 100% no produto. Apenas agrupam componentes para criar jornadas cada vez mais incríveis, que entreguem os resultados esperados pelo negócio.
Colaboração cross-produto
Entenda também que um Design System não escala apenas a forma como projetamos e desenvolvemos um único produto, sua natureza colaborativa faz com que acelere o seu ecossistema como um todo. Quanto mais produtos e pessoas consumindo e colaborando, maior será a escala que sua empresa vai alcançar. Pense que uma squad junta alguns componentes de “form” para criar uma tela de login, a partir desse momento nenhuma outra squad que trabalhe com produtos da mesma linguagem vai precisar repetir esse trabalho. Os padrões por trás de um Design System ajudam a trazer muito mais inteligência coletiva ao seu time. E os efeitos disso no seu Time to Market são monstruosos!
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O que vem por aí?
No próximo artigo vamos falar um pouquinho da importância da escala gerada por um Design System e uma boa Design Ops no “novo normal”, na nova realidade do mercado com a crise causada pela COVID-19.