As melhores coisas da minha vida aconteceram quando eu desisti

Daiane Jardim
Melancia
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2 min readMar 16, 2019
Imagem site Finanças Femininas

Há 9 anos desisti de uma faculdade que me fazia mal.

Isso me motivou a criar coragem e entrar no curso que eu realmente queria.

Há 5 anos desisti de um casamento que já não me fazia feliz.

Isso me fez conhecer uma mulher que eu nem sabia que existia. Me descobri, me aceitei, aprendi a ser feliz.

Há 1 ano desisti de pessoas que em nada me acrescentavam.

Fiquei com poucos amigos, os bons. A vida ganhou mais leveza. Gente nova chegou.

Há 2 meses desisti de um emprego.

Comecei a trabalhar 100% por conta própria na área de criação de conteúdo, recebi desafios maiores, me abri para novos aprendizados e conquistei meus próprios clientes.

Sempre ouvi falar que desistir era para os fracos, e por conta disso me sentia mal cada vez que precisava desistir de algo.

Parecia errado.

Era como se a cada vez que eu decidisse tirar algo da minha vida, um novo fracasso entrasse para a minha conta.

Até que chegou um momento que comecei a ter medo de desistir.

Porque desistir era decepcionar, e a minha cota para os 20 e poucos já estava mais do que preenchida com os “fracassos”.

Minha mãe sempre me dizia “engula um sapo hoje para não engolir um boi amanhã”.

Eu ouvi isso, de verdade, e quando vi a quantidade de sapo que já tinha engolido, percebi que juntos eles pesavam mais que um boi inteiro ou talvez dois.

E para que?

Para nada.

Desistir exige coragem, e muita.

Para assumir que algo que um dia sonhamos na verdade não era bem aquilo, que o que juramos ser eterno talvez já não faça mais sentido. Assumir que as pessoas mudam e que está tudo bem deixa-las ir.

Que a gente muda, e tá tudo bem querer partir.

Toda vez que desisti de algo que não me fazia mais sentido, vi minha vida se transformar.

Desistir não é para os fracos.

Desistir é para os fortes.

Pois é preciso ter muita força para assumir que está tudo errado e precisa mudar.

Dar dois passos para trás e tomar fôlego.

Às vezes o que muita gente precisa para se curar é justamente isso: desistir.

E toda cura traz transformações.

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Daiane Jardim
Melancia

English and Portuguese teacher. Master's in Literature, Education and Formation. Polyglot, passionate about teaching and writing.