Teu espaço te transpassa
Dispor-se ao novo é expandir as nossas fronteiras, tensionar nossos limites e ocupar novos lugares. Em uma deriva pra além do concreto urbano, Duda, uma das makers de Curitiba, escreveu um breve relato afetivo sobre a urgência de parar um pouco e respirar. Fotos de Adriana Basso.
Numa quarta, subimos o morro.
Um ir e vir da cidade pulsante, decidimos pausar.
Parar pra ouvir a respiração, o vento e jogar gargalhada ao céu. É opção que não falta.
Curitiba já é a tal capital com uma porção de parques, pipocam árvores múltiplas pelas ruas, mas o seu redor é de tirar o fôlego. Conjunto Marumbi, Pico Paraná, Serra do Ibitiraquire, serras e mais serras, região metropolitana de muito verde, sem nem contar o segundo planalto. E numa da região metropolitana foi onde fomos parar. Campo Magro. O morro da Palha. As cachoeiras Gêmeas.
Um caminho leve, de estrada sem asfalto, de paisagem diversa e verde, tudo de carro. Um único trajeto é feito a pé.
Repara bem
teu espaço
passa além
te transpassa
te retrata
te re-traçao suspiro
o acalento
o respiro
piro
pairo
paroparemos
extasiadas
com amor,
Duda
Eduarda Guimarães é uma das makers de Curitiba. Duda em uma língua significa dúvida, ela mesma traduziria por curiosidade. Seus lugares favoritos são aqueles em que nunca esteve. Estuda materiais naturais, é química, alquimiza entre vidas, arte, planta, Brasil e ancestralidade indígena. O Hostel Natural Bosque de Iohana e a loja de arte Toró Indígena são frutos dessas derivas. Uma vez contaram que a fruta não vai longe do pé…