América estreava em Copas do Brasil há 15 anos, contra o Londrina

Museu da Memória Americana
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4 min readAug 13, 2019
Marco Aurélio disputa bola com adversário: no gramado, o zagueiro Carlos Eduardo está caído (Foto: Lance)

Museu da Memória Americana

Como se tornou uma sofrida tradição no futebol carioca, o ano em que um clube completa o primeiro centenário não tem sido exatamente auspicioso. Não seria diferente com o América. O sétimo lugar obtido no Campeonato Carioca de 2003 garantiu ao Diabo a inédita classificação para a Copa do Brasil do ano seguinte. Uma estreia tardia para um clube tão tradicional, que só entrava na disputa em sua 16ª edição. O sorteio da primeira fase reservou um adversário que permitiu à torcida sonhar: o paranaense Londrina.

O time dirigido por Renê Weber vinha em um início irregular de Campeonato Carioca e já dava mostras de que o ano do centenário seria de sofrimento. Após derrota para o Friburguense na estreia (1 a 0) e vitória sobre o Madureira (2 a 1), ambos em casa, o América receberia o Londrina no Giulite Coutinho vindo de derrota para a Cabofriense na Região dos Lagos (3 a 1).

Para o jogo da competição nacional, Renê Weber contou com o retorno do goleiro Carlos Germano e dos laterais Neto e Guto, que estavam lesionados e não enfrentaram a Cabofriense. Mas havia problemas, como as ausências do zagueiro Alan, do apoiador Felipe Campos e do atacante Fabiano, No departamento médico. Mesmo assim, o “Jornal dos Sports” do dia do jogo promovia a partida de modo megalomaníaco: “Libertadores, o sonho maior do América”, era o título da matéria. O “Extra” limitava-se a destacar o ineditismo da participação americana: “Um jogo especial”.

O comedimento da publicação da família Marinho parecia mais adequado à realidade daquela noite. O primeiro tempo foi equilibrado, mas os visitantes abriram o placar aos 23 minutos, com um gol do atacante Nem, em chute de fora da área que Carlos Germano não conseguiu alcançar. Os rubros voltaram sonolentos para a segunda etapa e demoraram a reencontrar seu melhor jogo. Quando conseguiam chegar com perigo, eram parados pelo goleiro Marcelo, destaque do time paranaense em noite inspirada.

Jornal dos Sports

Joílson deu trabalho aos visitantes e só foi parado pelo lateral-esquerdo Fabiano Henrique, do Londrina, com uma falta dura que lhe rendeu o cartão vermelho. Com um jogador a mais, a pressão americana aumentou. O time demonstrou brio, mas ia desperdiçando uma a uma as oportunidades criadas.

Com o resultado consolidado, a noite histórica terminava mal e a expectativa frustrada dava lugar às críticas. “Que decepção! Londrina estraga a festa do América”, destacava Eduardo Vieira nas páginas do “Jornal dos Sports”. O “Extra” foi ainda mais crítico: “Uma decepção dos diabos: América joga muito mal em casa e perde para o Londrina por 1 a 0 em sua estreia na competição”.

Extra

Com a derrota, o América dependia de uma vitória por dois gols de diferença no jogo da volta, duas semanas depois, no Estádio do Café. Caso passasse, teria pela frente o vencedor do confronto entre Chapadão-MT e Grêmio, que seria vencido pelos gaúchos. Não deu. Com mais uma derrota pelo placar mínimo, o América se despedia da competição sem marcar gols na edição que ficou lembrada pelo título do Santo André sobre o Flamengo, em pleno Maracanã. Era apenas a primeira página da história da história do clube na competição.

América 1x0 Londrina

05/02/2004

Estádio Giulite Coutinho

Árbitro: Enéas Eugênio Aguiar (MG)

América: Carlos Germano, Fabio (Felipe), Vagner e Carlos Eduardo; Cléber, Zé Ricardo, Joílson e Humberto; Gil (Eduardo), Marcos Aurélio (André Silva) e Dudu. Técnico: Renê Weber.

Londrina: Marcelo, Juninho, Johnes e Réferson; Luís Henrique, Rocha, Gian e Eduardo (Luisinho); César (Lucas); Nem e Paraguaio (Cassiano). Técnico: Lívio Vieira.

Cartões amarelos: Felipe (América); Eduardo e Paraguaio (Londrina).

Cartões vermelhos: Luís Henrique (Londrina)

Gol: Nem (23 do primeiro tempo) — Londrina.

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