A importância do Exercício Físico na Doença Oncológica: durante o tratamento.

Nuno Gato
Mentora-Health
Published in
2 min readSep 27, 2020

Uma das dúvidas que mais frequentemente surge quando se inicia a fase de tratamento de uma doença oncológica, é se se poderá iniciar ou continuar um programa de exercício físico.

A evidência científica demonstra claramente que sim, visto que são inúmeros os benefícios que decorrem direta e indiretamente da realização de um programa de exercício físico regular, no que especificamente à doença oncológica diz respeito. Pode-se esperar que da prática de exercício físico regular, resulte:

  • manutenção ou melhoria das capacidades funcionais, com o consequente aumento da autonomia funcional;
  • melhoria do equilíbrio e redução do risco de queda; prevenção da atrofia muscular;
  • diminuição do risco de doença cardiovascular e osteoporose;
  • aumento da autoestima;
  • diminuição do risco de ansiedade e depressão;
  • diminuição das náuseas;
  • promoção da socialização;
  • melhoria da gestão do cansaço;
  • controlo do peso;
  • melhoria do bem estar global e da qualidade de vida.

Um dos aspetos mais importantes é mesmo o controlo e atenuação da fadiga que naturalmente se instala no doente, fruto não apenas da doença em si, mas como consequência natural dos tratamentos. Uma das grandes metas dos programas de exercício físico, é que esta fadiga seja substituída pela fadiga naturalmente decorrente do aumento da atividade física, mas que está associada às adaptações agudas e crónicas que o exercício promove, com os benefícios já descritos.

Apesar disto, é essencial que cada caso seja visto como um caso, é imprescindível que exista uma avaliação clínica para estar envolvido num programa de exercício físico e é fundamental perceber que a doença apresenta diferentes formas e diferentes fases, pelo que a adaptação do programa, realizada por um fisiologista do exercício devidamente especializado e credenciado, que avalie, planeie, prescreva e supervisione o exercício, ajustando cada variável particularmente a cada pessoa, é determinante. As recomendações também serão diferentes no caso de pessoas que já eram antes fisicamente ativas, comparativamente com pessoas que não estavam envolvidas em programas de exercício, embora estas não estejam à partida impedidas de iniciar esse processo… antes pelo contrário!

Autor: Frederico Raposo

Doutorando em Educação Física e Desporto, especialização em Atividade Física e Saúde

Professor Assistente na Universidade Europeia

Responsável pelo exercício físico na Mama Help — Lisboa

Fisiologista do Exercício Especialista

--

--