A alta do dólar afeta a volatilidade das criptomoedas?
Fatores que levam a oscilação do dólar não são os mesmos que fazem o preço do bitcoin e de outras moedas digitais subir ou cair
A escala do dólar chegou a um novo ápice na semana passada, quando alcançou o valor de R$ 4,19, um recorde desde a criação do Plano Real. Entre os fatores apontados por analistas para a alta da moeda americana estão a indefinição da disputa eleitoral no Brasil e a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Esses fatores, no entanto, não costumam afetar diretamente a volatilidade de moedas digitais, como o bitcoin.
Por serem globais e descentralizadas, os preços das criptomoedas não estão sujeitas às crises e questões domésticas. Em países como Turquia e a Argentina, que vivem um cenário político e econômico instável, o volume de negociações em criptomoedas até mesmo têm crescido por esse motivo.
No entanto, de forma indireta, há, sim, uma correlação entre o preço do dólar e do bitcoin e de outras moedas digitais, uma vez que grande parte delas são cotadas no mercado internacional na moeda norte-americana.
Mas ainda que fique mais caro para os brasileiros comprarem bitcoins, esse tipo de ativo tem se mostrado um investimento interessante: pode ser adquirido em frações, negociado no mundo inteiro e ainda pode ser considerado uma alternativa de reserva de valor a longo prazo.
Além disso, embora a cotação do bitcoin seja em dólares, a oscilação também é. Ou seja, quanto maior a variação entre o dólar e o real, maior pode ser o retorno sobre esse investimento, no caso da moeda americana subir por aqui. Por isso, a alta da moeda americana não costuma interferir no volume de negociações das criptomoedas.
O que vale mencionar é que tanto o dólar quanto as moedas digitais estão sujeitas ao mesmo mecanismo de autorregulação: a lei da oferta e da demanda. Quanto mais gente querendo comprar dólares ou bitcoins, maior a valorização dessas moedas.
