#ISAFloripa17: meu primeiro e último ISA

A experiência de quem participou pela primeira vez de algo tão importante para os profissionais que colocam o ser humano no centro de tudo.

Jéssica Perin
Mergo
6 min readNov 15, 2017

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Não sou nenhuma digital influencer, mas gostei da ideia de escrever sobre o evento com a visão de quem participou pela primeira vez de algo tão importante pra gente que gosta de criar coisas colocando o ser humano no centro dos nossos “designs”.

Hey, tô estreando! E logo no maior evento de UX do mundo :D

Casa de ferreiro, espeto de aço valiriano

Com certeza o que não faltou durante a organização desse evento, foi uma bela jornada do consumidor! O antes, durante e após evento foi pensado de tal maneira que em nenhum momento eu pensei ou ouvi alguém falando: “Isso aqui poderia ter sido diferente”. Vai aí um pequeno resumo:

O Antes

Recebemos vários e-mails COM INFORMAÇÕES IMPORTANTES antecedendo o evento, com dicas de hoteis, restaurantes, rotas turísticas, dicas e tudo mais sobre o evento. Chegamos lá já sabendo de quase tudo!

  1. O App do ISA 2017 já estava no ar uns dias antes, e a partir dele dava pra saber toda a programação, criar sua agenda, conhecer previamente outros participantes, ver o mapa do local, dentre outras funções;
  2. O “Welcome kit” que recebemos no credenciamento foi bem completo, os itens que mais chamaram a atenção (além do vale cerveja haha) foi uma camiseta da hora (mas tá aí um problema: Meia grande, hein, talvez um ponto a melhorar pros próximos) um copo bacana pra gente ser sustentável lá dentro e usar sempre o mesmo, um handbook da Youse com ferramentas pra resolver problemas, um sketchbook, e um crachá super útil com a programação no verso (amei a usabilidade do crachá, a programação já estava de ponta cabeça, e ao virar pra ver ele mostrava certinho — genial)

Durante

Como eu me inscrevi num workshop que estava acontecendo a +- 2 Km do centro de eventos, fui direto pra lá, mas

  1. Tinha transporte esperando na porta do local para levar e buscar o pessoal, fazendo o translado sem custo adicional, um luxo.
  2. A praça de alimentação estava completa, com muitos foodtrucks de todo tipo de comida, o espaço cheio de hugs infláveis (NECESSITO), almofadas e sofás pra descançar por lá.
  3. Existiam lockers da Youse por todo lado, qualquer um podia deixar o dispositivo carregando, e sair. Muito seguro.
  4. 5 Palcos com talks simultâneas ocorrendo no mesmo espaço, foi uma das coisas que mais me impressionou. Cada um pegava um rádio com fones e podia ouvir o speaker de cada palco circulando por lá, isso deixou o primeiro dia muito silencioso e funcional, eu particularmente amei o esquema todo!
  5. Para as talks principais havia tradução simultânea pelo rádio/fones de ouvido.
  6. Coffee break com doces e salgados com glúten e sem glúten, lanches para intolerantes a lactose, frutas, sucos, chás, uma grande variedade de opções.
  7. Alguns jogos estavam rolando por lá, incentivando a interação entre os participantes, como por exemplo o personagem do crachá: Existiam 4 personagens diferentes, ao juntar os 4, cada um ganhava um brinde;
  8. Os happy hours pra lá de divertidos nos fizeram conhecer um pouco mais de Floripa e proporcionaram mais espaço pra interação e diversão.

Depois

  1. Recebemos um Certificado de participação no total de 27 horas. Para o meio acadêmico isso conta muito;

As Talks

Sobre as Talks, foi falado sobre muita coisa, mas os tópicos que mais foram citados foram guiados por essa evolução que estamos vivendo, onde as soluções são embasadas em dados e emoções: Machine Learning, Data Science, Design emocional, UX Design em marcas, inovação, cultura organizacional e felicidade, design thinking, psicologia econômica, dentre outros. Na sequência cito algumas das quais mais me fizeram refletir.

Andrew Kaufteil falou sobre cultura organizacional fazendo uma analogia com os ingredientes da feijoada, todos os itens necessários para desenvolver uma cultura e inserir todos os colaboradores nela, mostrou técnicas e atividades utilizados na Cooper, onde não é apenas um aspecto que deve ser trabalhado, mas sim todo o conjunto para que ao final o resultado seja satisfatório.

Anderson Gomes da Youse falou sobre a evolução do UX designer dentro da empresa desde o operacional até o head designer, fazendo uma feliz analogia com a evolução do homem, a importância e os desafios na carreira do profissional junto com o constante aprendizado que tal papel exige.

Cynthia Savard falando sobre Tragic Design, me fez segurar uma lágrima. A talk dela nos fez mergulhar em uma reflexão profunda, podendo ver e assumir o peso de um design na vida de pessoas, e como ele pode salvar vidas — e também tirá-la.

Lucas Radaelli trouxe a importância da acessibilidade para pessoas com deficiência de uma forma clara e direta, mais uma reflexão de que devemos desenhar para todos, pois o design tem o poder de tornar possível muitas coisas: Para quem não possui deficiências o design facilita a vida, mas para quem tem, ele torna possível.

Elaine Ann, em seu workshop e talk sobre user research na China e em mercados emergentes nos fez ver que a forma que fazemos pesquisa não é uma fórmula pronta: Cada país tem a sua cultura e a sua própria forma de interagir e perceber o mundo, cabe aos pesquisadores entender dessas diferenças e criar seu próprio método de pesquisa. As diferenças culturais entre a China e os Estados Unidos, sociedade coletivista e individualista, autoritária e democrática, nos mostra que não podemos pegar modelos prontos e seguir um passo a passo. Finalizou com um vídeo/frase do Bruce Lee que nos fez refletir muito: “Be water, my friend!”

Be water, my friend- Bruce Lee

Lições Aprendidas e Percepções

  1. Inglês. Em um lugar que mistura pessoas do mundo todo, a única forma de haver comunicação é por uma língua em comum, e por mais que existissem muitos falando espanhol e português, a língua comum a todos é o inglês. 75% das palestras foram nessa língua, e ouvir a tradução simultânea não é a melhor coisa do mundo.
  2. Sem dúvida esse é o lugar para fazer conexões, portanto deve-se ir aberto e disposto a falar com muita gente, o ambiente proporciona uma troca de experiências incrível, portanto não fique só com o grupinho da empresa. Interaja, ninguém vai te julgar por ter ou não ter muita experiência com algo.
  3. Aproveite a oportunidade de estar no mesmo local daquela pessoa que você tanto admira e muitas vezes toma por referência na área, e vá dizer o porquê você é fã dela!
  4. É de grande ajuda levar consigo uns cartões de visita, isso facilita o contato posteriormente!

2018 é ILA: Interaction Latin America

Esse foi meu primeiro ISA, e último, pois ano que vem será ILA: Interaction Latin America, que será em novembro no Rio de Janeiro. Já confirmei meu ingresso na euforia do lançamento do early bird, durante a finalização do evento e voltei pra casa com aquele sentimento de “Caraca, amei ter ido e vou ir em todos daqui pra frente”. Aquela euforia de querer ser melhor a cada dia, de criar o melhor design, de pensar ainda mais nas pessoas. Se em algum momento esse foi o objetivo do evento, conseguiram atingir.

PS.: A organização do evento tá de parabéns hein! \o/

Vi que sei muito pouco e tenho muito a aprender. Que saibamos aproveitar as oportunidades being water my friend.

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Jéssica Perin
Mergo

Product Designer. Interested in UX Design, psychology and investments;