Altas confusões em Uncharted 4

João Vitor Cupolillo
Metagame
Published in
5 min readJun 29, 2016
Nathan Drake, protagonista da série

História

A história principal do game se passa alguns anos após o terceiro jogo e conta a busca dos irmãos Drake pelo suposto tesouro deixado por Henry Avery — famoso pirata inglês do século XVI. Em meio aos acontecimentos da narrativa, antigos personagens da série também são inseridos, como, por exemplo, o fiel parceiro e mentor do protagonista, Victor Sullivan. Do mesmo modo, Samuel Drake (irmão de Nathan Drake) e os vilões Rafe e Nadine são inseridos como novos personagens na trama do jogo.

Estilos

Apesar de tratar-se, a princípio, de um shooter em terceira pessoa de aventura e ação exclusivo do Playstation 4, com elementos característicos do gênero, Uncharted 4 traz uma mescla de estilos diferentes que harmonizam de acordo com os momentos distintos propostos pela própria narrativa do game.

Para apresentar um novo personagem e seus laços com a trama da série, por exemplo, o jogo utiliza-se do recurso de flashback, para voltar à infância/adolescência dos irmãos Drake (protagonistas do jogo). Durante essas fases é proposta uma jogabilidade em modo stealth, em que o player evite o confronto com os inimigos presentes no cenário por meio da realização de movimentos de parkour para manter-se fora do alcance dos mesmos.

Outra novidade que o jogo traz são fases em cenários amplos e ricos em detalhes, que nos fornecem uma sensação de “mundo ampliado” (mas não mundo aberto). Nestas fases o jogador encontra um grande espaço para a exploração, planejar um ataque aos inimigos e encontrar secrets presentes no jogo — de modo bastante semelhante ao que é proposto ao jogador em The Last Of Us.

Com uma maior potência de hardware fornecida pelo Playstation 4, podemos dizer que essa “riqueza horizontal” das fases auxilia no desenvolvimento e no entendimento da narrativa, pois mais informações e diálogos podem ser inseridos, tal como na duração total do game, visto que dá ao jogador a escolha por mais horas de jogo e mais explicações sobre a própria história do que o normal.

Seguindo por este raciocínio, os puzzles — elemento bastante presente em todos os demais jogos da série — estão bastante presentes e mais elaborados, pois além das questões técnicas já citadas, há um aproveitamento dos novos recursos e da tecnologia do joystick do videogame.

Jogabilidade

A jogabilidade é bastante fluida e a física do jogo busca a proximidade com o real. O jogador dispõe de um vasto arsenal de armas de fogo para enfrentar os soldados inimigos, de um gancho para auxiliar nas partes de escalada e um caderno onde Nathan anota diversas informações sobre os cenários e acontecimentos dentro do jogo. Em determinadas capítulos do game, o jogador também utiliza um carro para acessar locais mais distantes.

Nate e sua corda, recurso fundamental neste 4º game da série

Gráficos

Os gráficos condizem com o atual mercado de títulos AAA e com o hardware do Playstation 4. Vale destacar, além das belíssimas paisagens paradisíacas das ilhas, a água e o fogo (elementos complexos de serem reproduzidos com fidelidade).

Um fato relevante a ser considerado é o atraso que ocorreu antes do lançamento do jogo. Inicialmente previsto para o final de 2015, o game teve seu lançamento adiado por 2 vezes, sendo finalmente lançado em Maio de 2016. Quando disponibilizado em todo o mundo, entretanto, não apresentou falhas ou bugs significativos em sua interface. Pelo visto, ao contrário de muitas empresas que privilegiam prazos e datas comerciais, a espera por parte da Naughty Dog privilegiou uma melhor experiência para seus jogadores.

Multiplayer

Em Uncharted 3, o modo de jogo Multiplayer foi implantado pela primeira vez na série e agradou bastante aos fãs. Apesar de simples, trazia modos de partida clássicos dos demais games da época, como “Mata-mata” (Team Deathmatch) e “Caça a relíquia” (Capture The Flag), por exemplo.

Anos depois, em The Last Of Us, o mesmo modo multijogador foi igualmente muito bem recebido pelos fãs. Nele, além da temática de mundo pós-apocalíptico, os jogadores possuíam poucos recursos para enfrentar o time adversário, e eram capazes de obter benefícios dentro da partida de acordo com o número de mortes/assistências geradas.

O modo Multiplayer de Uncharted 4 apropriou-se de elementos de ambas as experiências citadas. Se o jogo possui o mesmo ritmo de jogo mais fluído e de rápida resposta, presente no último jogo da série, ele acrescenta elementos que deram certo em The Last Of Us, de modo a tornar a gameplays menos frenética e que fomente a utilização de estratégias, comparado aos demais shooters lançados recentemente.

Agência

Por tudo que fora citado anteriormente, podemos considerar que, ao analisarmos a agência do game, no modo história há pouca interferência por parte do jogador. Nele, o player 1 é obrigado a seguir os passos e as dicas, corretamente, nos momentos adequados para passar de fase e, assim, prosseguir para o próximo estágio. Podemos que o agenciamento está na inteligência artificial dos inimigos, ou seja, na forma como o jogador deve reagir a estratégias adotadas pelos NPCs do game e aos puzzles aos quais o jogador é exposto. Do mesmo modo, tais elementos são pré-programados não variando ou não oferecem um novo desafio ao jogador em um possível replay ou checkpoint do jogo.

Considerando suas inúmeras CGs guiando a gameplay, podemos considerar que o game funciona de forma muito mais cinematográfica que seus anteriores. Os gráficos, neste aspecto, contribuem para a experiência.

Por outro lado, podemos considerar que a agência ocorre no modo Multiplayer, visto que o jogador é colocado em um ambiente com outros jogadores reais e é “obrigado” a reagir a este tipo de contato. Seja para sobreviver ou vencer a partida. Nesta modalidade de jogo, o usuário possui escolhas e pode apropriar-se de estratégias diversas, se organizando da forma como preferir, buscando ganhar a partida. Vale ressaltar também que, apesar das partidas serem disputadas em mapas e arenas pré-delimitadas, não há uma possibilidade de repetição de partidas, por causa da variedade em relação aos jogadores e suas respectivas ações.

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