It’s all about Atmosphere

Gustavo Gomes
Metagame
Published in
2 min readJul 1, 2016

por Gustavo Gomes e Caio Amaral

Silent Hill (1999) foi lançado para o PSOne, publicado pela Konami e desenvolvido pelo Team Silent. Após o grande sucesso do primeiro Resident Evil, era inevitável o surgimento de outras franquias de horror na tentativa de se apropriar da sua fórmula. E Silent Hill faz isso, tendo os controles muito parecidos e o combate também, mas essas são as únicas semelhanças entre os dois games.

O fator assustador de Silent Hill não está presente em jumpscares, muito comuns em jogos e filmes de horror até hoje, é tudo muito mais sutil e psicológico. Os monstros não são tão assustadores e nem tão perigosos, porém, a ambientação e os cenários são muito explorados. Seja na cidade vazia e tomada por neve e neblina (uma maneira inteligente de esconder a baixa distância de renderização), ou nos corredores e salas escuros onde as paredes sangram.

Essa sequência mostra uma transição de cenários e através da trilha sonora e iluminação cada vez mais escura, a tensão vai aumentando.

A trilha e os efeitos sonoros são, sem dúvidas, uns dos pontos mais altos do jogo. Há um momento que se aplica muito bem isso, quando Harry está em um banheiro e é ouvido um choro vindo de uma das cabines. O jogador nunca tem a oportunidade de saber o motivo do choro, ou quem está chorando, e o som não serve de alerta para um jumpscare ou algo do tipo. Simplesmente é um momento que contribui para a atmosfera tenebrosa do jogo e mexe com a cabeça do jogador. As composições e músicas de ambiente são brilhantes e capazes de causar medo por si só.

DESESPERO.mp3

Apesar dos gráficos não terem envelhecido bem, são muito impressionantes para a época. Resident Evil, por exemplo, utilizava de pre-rendered backgrounds para economizar memória, enquanto em SH, tudo é em 3D. Isso contribuiu imensamente para a imersão do jogo, pois os cenários aparentam estar ao alcance e interagindo com o jogador constantemente. Algo que não envelheceu bem, no entanto, foi sua história.

A premissa é boa, mas a forma como a história se desenvolve e tenta se explicar ao jogador destoa muito do gameplay. Os personagens secundários, diálogos, e até os finais (sem spoilers!) são definitivamente os pontos fracos do jogo. Os momentos de maior imersão são durante o gameplay, pois as cutscenes são tão patéticas que quebram o clima de horror. Claro que, isso pode ser devido às limitações da época que o jogo foi desenvolvido, mas para um jogo tão original como Silent Hill, a sua narrativa é muito fraca e poderia ser melhor explorada.

--

--