Um jogo de fã para fã

Ícaro Leal
Metagame
Published in
3 min readJul 1, 2016

Uma análise de South Park: Stick of Truth

Escolha de classe. Fonte: Comedy Central Tumblr

Nos quase 20 anos de existência, videogame sempre foi um tema recorrente em South Park, como episódio em que Cartman se congela porque quer jogar Wii, ou outro feito quase todo no World of Warcraft com ajuda Blizzard. A série conhecida por seu humor ofensivo e tratar de temas polêmicos, já havia se aventurado por vários caminhos, mas ainda faltava um jogo. Em 2014, foi lançado pela Ubisoft, South Park: Stick of Truth, uma paródia de RPG.

Com sistema baseado RPG de turnos, o jogo possui um enredo bastante linear, onde até as side quests possuem momento certo para aparecer. Na história, você joga no papel de uma criança que acabou de se mudar para South Park pra fugir de um segredo (que não lembra), e ao andar pela cidade, seu personagem começa a conhecer os outros da série, que no momento estão brincando de RPG, no inicio está tudo dentro da realidade das crianças, mas depois as situações absurdas que já são comuns pra quem assiste o desenho começam a aparecer.

Criado para ser um episódio jogável, o gráfico se mantém igual ao desenho e o enredo possui muitas referências para agradar os fãs, algumas mais explicitas, como a sonda anal que o ETs colocam no seu personagem, que é o plot do piloto da série, e outras mais sutis, que aparecem ao explorar o cenário, como o Tom Cruise dentro do armário, do polêmico episódio sobre Cientologia. Além disso há várias outras piadas que fazem mais sentido para quem assiste o programa, como quando chegam ao Canadá, o gráfico muda para RPG antigo, já que todos os canadenses sempre são retratados de forma diferentes aos demais personagens.

Além do mais os criadores não deixaram de aliviar no roteiro. Em um determinado momento do jogo, um liquido começa a transformar qualquer ser vivo em zumbis nazistas, só que acaba vazando em um clinica de aborto, e seu personagem precisa lutar contra fetos zumbis nazistas, até que o chefão aparece, um feto gigante zumbi nazista, que seria um aborto da Khloe Kardashian. Ao terminar a missão, você desbloqueia uma conquista chamada ‘Too Far”, onde eles mesmo assumem terem ido longe demais.

Em modo geral, o jogo possui poucas modificações de ambiente pro usuário, basicamente resume a roupa do personagem, classe e habilidades que são adquiridas após obter pontos de experiência, já que nem o nome do personagem dar pra escolher, ao ser perguntado por Cartman, você será sempre chamado de Douchebag (babaca), independente do que for preenchido. E até durante a escolha de classes o Cartman solta comentários que influenciam sua escolha. As opções são Guerreiro, Mago, Ladrão e Judeu. Ao selecionar ladrão e seu personagem for branco, ele diz que nunca viu um antes. Ao selecionar judeu, ele diz que vocês nunca serão amigos. Mas em geral, não há muitas mudanças além dos poderes especiais e alguns poucos diálogos. Além disso o jogo possui vários bugs, que vão desde problema renderização a saves que não carregam, costuma variar de jogador pra jogador, mas todos vão pelo menos encontrar um.

Apesar de todos os problemas, o jogo vale muito a pena pra quem gosta do humor ofensivo de South Park, pois é o público para qual foi pensado, já que provavelmente será o único que vai rir das várias vezes que o Kenny morre e volta durante o jogo. E a Ubisoft já anunciou o próximo, Fractured but Whole, onde o alvo dessa vez é a ganancia do Universo Marvel e DC.

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