10 fotos para lembrar que São Paulo vai além da Avenida Paulista
Em 2016 São Paulo foi a quarta cidade mais fotografada no Instagram, no entanto, uma visita aos maiores perfis revela um misto entre áreas extremamente nobres e bem conhecidas e alguns marcos arquitetônicos pinçados aqui e ali. Que tal embarcar numa rápida viagem por cantos nem sempre lembrados da metrópole?
A ideia de selecionar 10 fotografias no Instagram foi acidental e aconteceu durante um monitoramento esporádico, no entanto, não é segredo para quem nos acompanha com assiduidade, que já pincelamos inúmeras vezes pautas buscando valorizar e resgatar a visibilidade do conjunto que forma a Grande São Paulo.
Vamos em frente! Nem todas as fotografias foram descritas pelos seus autores, mas não se preocupe, pois todas receberam um comentário. ;)
Foto 1: partindo da Estação Suzano
É incrível como capturar a espontaneidade pode mudar o olhar sobre áreas que precisam de mais cuidado e atenção, caso da região que abriga as obras de segregação dos trens de carga da MRS Logística, nela, é comum ver dependentes de crack circulando ao lado dos trilhos. O olhar despretensioso e interessado dos meninos é simplesmente fantástico. A estação está situada na Linha 11-Coral (Luz-Guaianazes-Estudantes).
Foto 2: extensão operacional da Linha 8-Diamante
Num momento em que alguns grupos tentam retomar a discussão do completo subsídio ao transporte coletivo, resultando em uma “tarifa zero”, ali, na porção oeste da Região Metropolitana de São Paulo, está o trecho Itapevi-Amador Bueno da Linha 8 da CPTM (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno), que não possui cobrança de tarifa. O trem da extensão, que outrora circulou no trecho principal com 12 carros, resultando numa imensa composição — para se ter uma ideia, o trem tinha o dobro do comprimento de um trem do Metrô de São Paulo — , hoje roda com apenas 4. A reconstrução da extensão, assunto polêmico, é marcada pela total ausência de um plano de desenvolvimento para a região.
Foto 3: breve retrato de Carapicuíba
Junto ao acesso da Estação Santa Terezinha, feito por uma passarela de concreto sem cobertura, está uma favela, que contrasta com a singela estação construída pela extinta Fepasa. A posição da favela é privilegiada: próxima da região central de Carapicuíba e da divisa com Osasco (Km 21), com acesso a Alphaville em aproximadamente 30 minutos de ônibus. A falta de atenção do poder público é flagrante, contrastando com o bucólico horizonte, onde também é possível observar um segundo trem da Linha 8, quase fugindo do campo de visão.
Foto 4: entre as frutas e os vidros espelhados
Distando cerca de 10–15 minutos de caminhada da Estação Estudantes da Linha 11-Coral (Luz-Guaianazes-Estudantes), um segundo polo de serviços e negócios começa a ganhar força, ainda que timidamente, complementando o “bairro virtual” do Centro Cívico. O contraste entre a feira do Mercado do Produtor e um edifício empresarial inaugurado recentemente, é uma das demonstrações da transformação em curso e da importância de Mogi das Cruzes como uma espécie de “capital” do Alto Tietê.
Foto 5: Ermelino Matarazzo
Uma das subprefeituras com maior taxa de desemprego, Ermelino Matarazzo abriga uma estação relativamente nova da CPTM, reconstruída há cerca de 10 anos. O bicicletário vive cheio e, com trânsito bom, é possível chegar no Parque Cecap, em Guarulhos, em cerca de 25 minutos.
Foto 6: nem só de autódromo vive Interlagos
A fotografia está em perfeita sintonia com a legenda — ou seria o contrário? — , que resgata uma perspectiva que pode se perder em meio ao estresse e aos problemas cotidianos: o misto de simplicidade e aconchego que pode ser encontrado em tantos bairros fora da bolha do Centro Expandido. A plataforma é a da Estação Primavera-Interlagos da Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú).
Foto 7: chuva de amor em Mogi das Cruzes
Além das homenagens à imigração japonesa, presentes no interior da estação que leva o nome da cidade, o muro fronteiriço à Praça Sacadura Cabral é lar de um simpático grafite. A estação está localizada no Centro, próximo das lojas, da praça da relógio e de ruas que recentemente passaram a acolher melhor o pedestre.
Foto 8: entardecer em Barueri
Quase na divisa com Carapicuíba, uma pequenina estação passou a ficar ainda menor com a inauguração de um imponente call center, com seus vidros espelhados e atendentes apressados passando de lá para cá, além da inauguração de um shopping center. O bucolismo derramado pelo horizonte é interrompido pela proximidade com Alphaville, acessível por uma das duas linhas da cidade que contam com ar condicionado, a T245VP1, que para na porta da estação.
Foto 9: trem partindo da Estação Jundiaí
60 quilômetros, eis a distância que separa os dois extremos da Linha 7-Rubi (Luz-Francisco Morato-Jundiaí). Com arquitetura que remonta ao auge da São Paulo Railway, com arquitetura inglesa, de estilo vitoriano, a Estação Jundiaí sobrevive ao tempo e continua recebendo trens diariamente, sete dias por semana. Vizinho à estação está um terminal do sistema de ônibus da cidade, bastante necessário, visto que a maior parte das atrações estão suficientemente distantes.
Foto 10: ciclista em Ribeirão Pires
Talvez a mais bucólica das fotos selecionadas. Ribeirão Pires é uma pequena cidade no Grande ABC, cujo clima serrano lhe conferiu facilidade para conquistar o título de estância turística junto ao governo estadual. O centrinho conta com lojas, espaço para eventos, uma vila gastronômica (Vila do Doce) e outras amenidades, como um terminal urbano e rodoviário. A passagem de nível, que liga o “centro alto” ao “centro baixo”, é exclusiva para pedestres, que também podem usar a escada metálica da centenária estação, a penúltima da Linha 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra).
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por Caio César
