Ser caminhante

Vou te contar uma coisa preciosa:

descobri que para evoluir,

é um pé no conhecido,

e um pé no desconhecido.

Para caminhar, um pé fica parado

e o outro é o movimento.

Pode ser imprudente, e até enlouquecedor

alterar todas as variáveis de uma vez

Imagine que ao invés de caminhar, seriam constantes saltos

com os dois pés juntos

estilo “corrida de saco”

parece desajeitado, certo?

E cansativo…

E pode machucar os joelhos

(ah os joelhos, já vamos falar deles!)

Saltar de uma vez, com os dois pés…

Alterar todas as variáveis de uma vez

Ficar sem chão por alguns segundos

Exige muita energia!

Pode ser bacana? pode!

Mas é difícil manter continuidade…

É mais fácil desequilibrar e até cair a cada movimento.

Por outro lado, por mais que pareça confortável, previsível e certo…

Não dá para se apegar apenas aos elementos conhecidos e tentar repeti-los,

o que chamo de “cristalizar variáveis”.

Por que?

Porque o mundo está em fluxo.

O mundo é caótico.

E quando o cenário está em movimento,

como um barco oscilando com a maré,

ou mesmo em meio a um terremoto…

é preciso dobrar os joelhos para se manter em pé.

Para evitar cair é preciso dar flexibilidade ao corpo

O terremoto dá medo mesmo, pode ser natural tentarmos nos apegar a algo estável nessas horas…

Mas cuidado com a rigidez

A rigidez facilita que as coisas caiam, e quebrem

esse é o pesadelo de quem tem medo

O irreversível…

Tá, e como fazemos para acessar o tal estado de malemolência?

É preciso exercitar os joelhos e articulações, normalizar o movimento…

É preciso deixar umas portas, umas janelas, umas brechas abertas…

É preciso dar espaço para acessar o desconhecido…

É preciso exercitar a curiosidade das possibilidades…

É preciso reduzir o peso das certezas…

É preciso reduzir a expectativa do controle…

É preciso assumir alguns pequenos riscos…

É preciso reduzir a necessidade da previsibilidade, das respostas, das definições absolutas,

mesmo que tudo isso possa trazer um pouquito de paz…

São apenas construções…temporárias

A caminhada é algo que fomos projetados a para fazer,

é natural, por isso mais fácil de manter um fluxo.

Para realizar cada movimento é preciso tentar eleger:

  • Quais elementos vamos manter
  • E quais variáveis serão alteradas

Novo método

Cenário familiar

Roteiro original

Atores conhecidos

Ferramenta dominada

Novo ambiente

Nova abordagem

Público próximo

Ok, nada de tentar ficar estável em um contexto em movimento e… ser atropelado

Ok, nada de alterar todas as variáveis de uma vez e… tomar um tombo sozinho

É preciso se manter caminhando…

Com um pé no conhecido e um pé no desconhecido

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Vanessa Spanholi
Metáforas Maduras Para Adultos Infantis

Designer e empreendedora, acredito na inovação que cria pontes para conexão humana. Especialista em design research e inovação.