Peguei Covid-19

Fabio Blanco
Meu ConTexto
Published in
7 min readMay 1, 2021
Foto de CDC no Pexels

É isso mesmo, peguei Covid-19 e não foi gostoso!

Embora eu tenha me cuidado bastante procurando ficar mais em casa, evitando sair quando possível e ao sair usando máscara, procurando evitar aglomerações e mantendo a distância de outras pessoas, além dos outros hábitos de higiene como lavar a mão várias vezes e usar álcool gel nas situações em que não foi possível lavar com água e sabão. Ainda assim eu acabei me contaminando.

No dia 05 de março, uma sexta-feira, minha esposa começou a apresentar os sintomas. Eu olhei para ela, arqueando a sobrancelha e ela me disse que isso era só um ataque de rinite ou alergia. Acontece que ela estava enganada. Durante o final de semana os sintomas não foram embora e começamos a desconfiar. Na segunda-feira de manhã ela foi no hospital e fez o exame. Quarta-feira saiu o resultado como positivo. Ela esteve trabalhando em um serviço comunitário preparando marmita para moradores de rua e provavelmente se contaminou lá.

A partir daí eu já comecei a considerar estar contaminado também mas ainda não estava com nenhum sintoma exceto pelo fato de estar com um pouco de pigarro que atribuí apenas à mudança de tempo. De qualquer forma, entrei em contato com o meu plano de saúde, Prevent Sênior, e fiz uma consulta virtual para pedir orientação e ver se seria possível agendar um exame. Fui orientado a me dirigir ao Drive thru deles para efetuar o exame e logo no dia seguinte fui lá fazer o exame. O atendimento foi muito bom e rápido. Parei com o carro lá, fiz o exame e já fui para casa.

Até então, estava tudo bem, mas na noite do domingo para a segunda-feira, dia 15 eu comecei a ter febre. Na segunda feira recebi uma ligação da Prevent Senior, era uma médica querendo verificar como eu estava e me avisando que meu exame tinha dado negativo. Eu expliquei para ela todo o histórico e disse que achava melhor fazer outro exame para confirmar já que, quando fiz o primeiro, ainda não estava com sintomas, ela concordou mas me pediu para esperar até quinta-feira para que tivesse mais de três dias de sintoma. Na quinta-feira logo pela manhã fui lá fazer o exame.

A partir do dia 15, tive febre todos os dias oscilando entre febril e com febre e depois de uns dois dias começaram as tosses secas, não produtivas, que inicialmente não incomodavam muito mas que com o passar dos dias começaram a se intensificar. Na sexta-feira, dia 19, já saiu o resultado do meu segundo exame confirmando que eu estava mesmo com Covid.

Foi na segunda semana de sintomas que eu me senti pior. Uma tosse seca, chata, que não me deixava dormir direito e febre constante. Muita indisposição, falta de apetite e um pouco de enjoo. No meu caso, não senti muita modificação no sabor ou cheiros.

No dia 23 fiz uma consulta por telemedicina e me foi indicado antibiótico porque o médico suspeitou que pudesse haver algum fator complicador (sinusite ou outra coisa) já que eu estava tendo febre direto.

Na noite do dia 25 para o dia 26 foi que estive pior. Estava já muito cansado da tosse constante, sem conseguir dormir e comecei a sentir um pouco de dificuldade de respirar. Falei com a minha esposa e resolvemos ir ao hospital pois eu estava me sentindo muito mal. A irmã da minha esposa e o marido dela nos levaram. Passei a noite no lá, fiz alguns exames e, quando saíram todos os resultados, fui atendido pelo médico que me informou que meu pulmão estava apenas 25% comprometido e minha saturação (que tem a ver com a quantidade de oxigênio circulando pelo sangue) não estava ruim, ou seja, embora eu estivesse me sentindo muito mal, ainda não havia motivo para me internar. O médico me receitou um antitussígeno e dipirona para febre apenas, já que nesses casos não há muito o que fazer. Ainda não existe tratamento com eficiência comprovada para Covid. Apenas se monitoram os sintomas tratando aqueles que estiverem causando maior incômodo e se espera o próprio organismo fazer o trabalho dele e debelar a invasão dos vírus.

Fui medicado com dipirona,tomei soro na veia e, quando minha febre baixou, fui liberado para ir para casa. Depois disso comecei a melhorar aos poucos e, considerando que a tosse constante e não produtiva era o que mais estava me cansando, o antitussígeno ajudou bastante. Mas ainda me sentia bastante abatido. Fui começar a me sentir melhor mesmo apenas lá pelos dias 28 e 29. Ou seja, exatamente 15 dias do começo dos sintomas.

Então se recapitularmos meu caso, podemos notar que:

  • Provavelmente me contaminei no fim de semana entre os dias 05 e 07 quando minha esposa começou a apresentar os sintomas.
  • Passei uma semana, do dia 05 ao 14, sem sentir nada e no dia 15 começaram meus sintomas.
  • Na segunda semana do início dos meus sintomas foi que meu quadro piorou e comecei a me sentir mal de fato e, entre o 11º ou 12º dias do início dos sintomas foi o meu pior momento em que acabei indo para o hospital por sentir alguns sintomas iniciais de falta de ar.
  • Com quinze dias do início dos sintomas, foi que melhorei, ou seja, passei quinze dias doente.

Eu, minha esposa, minha cunhada e meu concunhado tivemos Covid mas o meu quadro foi, dos quatro, o mais grave embora não tenha sido de fato considerado grave. O fato é que eu passei mal de verdade mas eles tiveram apenas um quadro mais leve.

Agora, uma coisa que me chamou atenção foi que, desde o meu primeiro contato com a Prevent Sênior por telemedicina quando eu estava apenas com a suspeita de estar com Covid, eles tentaram me enfiar aquele kit covid (hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, ect.) mas como ando acompanhando as notícias e me informando bem sobre tudo que é pertinente a esta pandemia, eu não aceitei. E fico mesmo abismado que um plano de saúde seja tão contrario a ciência desta forma.

A falácia do tratamento precoce

Não sei exatamente qual o ganho que o plano de saúde tem neste caso, mas deve estar relacionado com o lobby da poderosa e, muitas vezes antiética, indústria farmacêutica. Logo que eles me propuseram me enviar este kit, embora eu já tivesse visto bastante informação sobre o assunto e já estivesse realmente propenso a não aceitar, resolvi fazer uma pesquisa mais aprofundada para não ser leviano e só consegui me convencer de que não deveria mesmo aceitar isso porque já foi cientificamente provado por muitas equipes distintas de cientistas em trabalhos sérios que o tal do kit covid além de não ser eficaz contra o Covid, pode ainda ser prejudicial aumentando a mortalidade e os efeitos colaterais.

Vou aqui disponibilizar o resultado de minhas pesquisas para quem quiser comprovar a verdade do que estou afirmando: o famigerado tratamento precoce é uma mentira perigosa que tem sido propagada por antiéticos motivos políticos e talvez por outros motivos escusos ligados à indústria de medicamentos.

Segue:

  • Abaixo segue vídeo no canal do Átila Iamarino, doutor em Microbiologia, entrevistando o Dr. Bruno Caramelli, médico cardiologista professor da faculdade de medicina da Usp onde eles afirma categoricamente que o kit covid não funciona e faz mal (mais links para evidências disponíveis na descrição do vídeo no youtube):

Tá, Fábio, então você está dizendo que o tratamento precoce não funciona, certo? O que eu faço então?

Horas… simples, faça aquilo que os especialistas estão indicando há muito tempo, evite aglomerações, tente se manter em isolamento social. Sempre que possível, enquanto essa pandemia estiver rolando, tente ficar em casa e sair só quando não for possível evitar. Sempre que sair, use máscara e procure manter uma distância de ao menos 2 metros de outras pessoas. Sempre que tocar em algo fora de casa, higienize as mãos com álcool gel. Sempre que possível, lave as mãos com água e sabão. E assim que for possível e estiver disponível, tome a vacina. Só assim poderemos superar essa pandemia.

E não se esqueça, balada, só depois da pandemia. Confraternizações, reuniões presenciais, não é momento de fazer nada disso.

Não vai ser fácil, não vai ser imediato e teremos que aguentar essa situação chata por mais um bom tempo. Principalmente considerando a péssima administração que se tem feito no Brasil em relação às medidas de enfrentamento desta pandemia.

Mas apesar de todas estas dificuldades, nós podemos e vamos superar essa fase. Faça sua parte. Eu estou tentando fazer a minha.

Não compactue com a desinformação e com as fake news e procure as fontes de informação mais seguras. Nunca confie em informação que vem apenas de uma fonte. Cruze informações, seja consciente e pense a respeito da informação que chega até você.

E não se esqueça, ter pego a doença uma vez não garante sequer imunidade quanto mais imunidade duradoura. Já está cheio de casos comprovados de pessoas que pegaram Covid mais de uma vez e com agravante que, muitas das vezes a segunda infecção tende a ser mais agressiva que a primeira. Então eu vou continuar tomando todos os cuidados possíveis ou até mais já que eu pude comprovar em primeira mão que isso não é só mais uma gripezinha porque nenhuma gripezinha me deixou tão mal!

--

--

Fabio Blanco
Meu ConTexto

I’m a software engineer, musician, woodworker and casual writer.