A pesquisa genealógica no Brasil!

Quem nunca teve a curiosidade de saber sobre os antepassados?

A origem de qual país, cidade e sobrenome. Pois bem, se não teve, pode acreditar em algum momento essa luz acenderá à você ou à algum descendente. E isso certamente o fará ir atrás dessas respostas.

O problema é onde encontrar tais respostas?

Foto de Francesca Tirico no Unsplash

A Pesquisa

O intuito de começar uma pesquisa pode ser por diversos motivos, tais como: cidadania (é a mais provável); saber a origem de um sobrenome; a busca de um indivíduo em especifico; conhecimento ou simplesmente por hobby.

E por onde começar?

O iniciante

A primeira atitude de um iniciante é “dar um Google”, sobre o assunto (sobrenome/indivíduo) a pesquisar, é obvio que o indexador do Google vai carregar várias páginas com o nome da família, origem, significado e etc.

Contudo nada organizado e muitas informações desencontradas, fazendo com que o iniciante perceba que precisará refinar mais sua pesquisa.

Caso o iniciante seja persistente (e, muitos param no meio do caminho), é provável que cairá nos grandes players como FamilySearch, Myheritage, Geni entre outros.

Por sua vez, os players auxiliam como construir sua árvore genealógica, através dos primeiros passos, oferecem outras fontes de pesquisa (na maioria de outros países) e até cruzam informações com demais arvores já cadastradas, alguns serviços envolvem custo.

Todavia o iniciante ainda está andando as escuras, não sabe distinguir muito bem os dados com autenticidade daqueles que foram informados. E ai, começa um longo percurso.

O problema é que em um espaço curto de tempo estará estagnado, e perceberá que deve ir atrás de novas fontes, justamente para comprovações. Digo fontes que esses players ainda não disponibilizaram ou não as possuem, é neste momento o passo importante que o iniciante deve decidir em continuar ou desistir.

O Pesquisador

Esse é o iniciante que não desistiu!

Posso ser um pesquisador amador e torna-me um profissional. Tanto um quanto o outro tem por finalidade fazer pesquisa. O pesquisador quer saber a resposta de uma pergunta e no caso familiar terá que garimpar bastante.

O pesquisador sabe que não pode limitar-se simplesmente a fontes já disponíveis a todos, é preciso navegar por águas ainda não navegadas.

Essas águas inclui livros de outros pesquisadores, institutos históricos, as igrejas, os cartórios, acervos nacionais, arquivos públicos e até cemitérios; informação oral de familiares de outros estados ou países, documentos, cartas, manuscritos ou relatos deixados por antepassados, é crucial a anotação de tudo (índices) mesmo que não faça parte diretamente da investigação do momento.

E depois?

Depois, é preciso fazer a junção de tudo isso, traçar paralelos, analisar, confrontar dados, pensar, investigar outras ramificações familiares que cruzam com a qual está sendo pesquisada e mais do que isso organizar e catalogar todas essas informações. Cuidado com os homônimos.

O trabalho é árduo, mas ao mesmo tempo prazeroso. É necessário paciência para descifrar o indecifrável, documentos quase ilegíveis, fotografar livros. A disciplina e a ética também são fatores importantes para o pesquisador, pois prezam pela veracidade e comprovação das informações.

Um outro ponto importantíssimo é a busca por colaboradores/parceiros, ou seja outros exploradores que já navegaram por estas águas, tais que estão a disposição para compartilhar e colaborar nas pesquisa. Estes sempre estarão determinados a ajudar, correto?

#SQN

Só que não! A contrariedade se faz neste meio, principalmente aqui no Brasil. Grande parte dos pesquisadores vivem em um habitat somente deles e no máximo um grupo de whatsapp, onde a colaboração infelizmente é ínfima.

“Qualquer pesquisa genealógica que não seja compartilhada, esta fadada ao mesmo destino daqueles pesquisados, o eterno silêncio.” Eduardo Padilha dos Santos

Cada um por si, e as dificuldades para todos. Mas há ainda um outro grupo de indivíduos os intitulados genealogistas, quase “imortais”, um grupo seleto.

O genealogista

O especialista em genealogia, linhagem familiar. Esse indivíduo é alguém com muita experiência, não só de pesquisa mas também acadêmica. Digamos alguém já rodado em todos esses meios já mencionados.

Geralmente o genealogista é alguém com credibilidade em seus apontamentos, tem autoridade no que diz, provavelmente é dono de inúmeras publicações entre livros, revistas e artigos.

São beneméritos pela grandeza de suas realizações genealógicas, além de fazer parte como patronos e membros em colégios genealógicos, institutos históricos e arqueológicos.

No Brasil tivemos grandes nomes no passado, e alguns remanescentes em atividade, contudo vale ressaltar que não vamos encontrar um genealogista facilmente na internet, muito menos pronto a nos auxiliar.

Dificuldade em pesquisar

Diferente do passado a tecnologia evoluiu, hoje temos muitos livros, cartorários e eclesiásticos a nossa disposição online, além de muitas publicações de curiosos, pesquisadores e genealogistas do nosso tempo presente.

Contudo ainda há muito o que ser organizado, digitalizado, recuperado e disponibilizado para pesquisa, sem falar das condições e acessos a esses documentos desfalecidos, muitos deles para termos acesso é quase que preciso beijar o “Anulus Piscatoris” do detentor das informações.

Os grandes players oferecem a centralidade dos dados pesquisados em um único lugar, contudo essa centralidade ainda não mostra sua eficacia, pois como dito muitos trabalhos realizados sejam eles de iniciantes ou profissionais “pagos” estão em uma camada não acessível aos demais pesquisadores.

A dificuldade para pesquisar no Brasil é grande, não só pela cultura do país em vista aos valores genealógicos, mas também a contrariedade em estabelecer grupos fortes de investigação, investimento na digitalização e recuperação de acervos, além da falta de incentivo aos demais pela busca de suas origens. A vista do que foi no passado progredimos, todavia ainda continuamos a passos lentos.

No meu modesto jeito de pensar considero a pequisa genealógica um assunto muito importante, de modo a despertar nas pessoas de maneira geral o interesse e que se dediquem à pesquisa. Assim há uma contribuição ampla e proveitosa, juntando o útil ao agradável, na difusão da história de um indivíduo ou de um ramo familiar.

Eduardo Padilha do Santos

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Eduardo Padilha dos Santos
Meu Legado - Genealogia Comprovada

Product Manager na Venture Negócios — Construindo a nova Era Digital | Data Science | Openbank | Python | Big Data). https://www.linkedin.com/in/eduardo-padilha