Eduardo Rigée
Meu Nome é Pedro
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2 min readFeb 1, 2017

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Perdido em tantos capítulos desse livro que ora chamam de vida, ora chamam de destino, acredito que aquelas pessoas quando dizem ser difícil, têm sim toda razão. Eu mesmo saltei alguns, voltei naqueles que traziam um título convidativo e parei uns minutos naqueles, naqueles que tinham umas gravuras interessantes e expressivas. O humano se atem ao visual não é mesmo? Um espelho, por exemplo. Mas nada de narcisismo. Me pego me observando e lembrando, refletindo literalmente, sobre umas questões que me fazem todos os dias, amigos, conhecidos, familiares. A melhor delas: Como você está? — Não se tratando de posicionamento físico, ou vestimentas, ou ainda de humores, tenho aprendido nestas últimas lições, que não cabe predicado quando sequer temos um verbo. E ficaria bem clichê e evangelizador eu dizer que o verbo se fez carne. Mas seria bom abstrair isso. Nós somos carne. Não precisamos de adjetivos quando não estamos, não somos. Então, se me perguntam, se insistem nessa onda de qualificar, eu só tenho que dizer que estou, que eu sou. Pouco importa se bem, ou pra baixo, ou ainda doente. Acredite como eu acredito, que quando estiver contigo, o foco da minha presença será apenas isso. Tão claro, tão limpo, tão óbvio, que a importância vista por você se dará no meu estar por inteiro, ali com você. Caindo aos pedações, mas estarei. E desdobrando isso para um lado mais piegas, mais amorzinho, é a ideia de que numa relação nunca precisaremos condicionar ou limitar as nossas interações com nomes, substantivos. Quando se tratar de você, eu só estarei. De nós, nós estaremos. ― Prazer, meu nome é Pedro. E o seu?

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Eduardo Rigée
Meu Nome é Pedro

Se eu pudesse mudar meu nome, eu não me chamaria Joaquim.