A primeira temporada de Frank Lampard no Chelsea

Eliminado da Champions, Chelsea fez uma boa temporada de estreia com Lampard

Rafael Bizarelo
Mezzala
4 min readAug 10, 2020

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(Foto: Action Images via Reuters/John Sibley)

O Chelsea conseguiu se classificar para Champions League mesmo após sofrer nas últimas rodadas da Premier League. Além disso, ainda amargurou um vice da FA Cup para o Arsenal, terminando a temporada com um sentimento ruim, mas com esperança de momentos melhores para o futuro. Além disso, o Chelsea ainda se viu eliminado nas oitavas da Champions League para o Bayern, perdendo as duas partidas, uma por 3–0 e a outra por 4–1.

Sob comando de Frank Lampard, o Chelsea jogou muitas vezes em um 4–3–3, mas também virou muito para um 4–2–3–1.

O meio de campo do Chelsea tem muitos jogadores de qualidade, e força uma rotação entre eles. Na imagem, Mason Mount não aparece no time titular, mas é o terceiro jogador com mais minutos na equipe do Chelsea. A zaga, ao contrário do meio de campo, tem muitos problemas, e jogadores como Zouma, Christensen, Tomori e Rudiger não são titulares fixos.

A criação das jogadas do Chelsea acontece a partir dos zagueiros, que costumar trabalhar na ligação direta. Ao contrário do que acontece em muitos clubes, a ligação direta do Chelsea não é a última opção ou um método de rifar a bola, mas sim uma opção de Frank Lampard.

Na temporada passada, o Chelsea usava uma abordagem completamente diferente, com Maurizio Sarri trabalhando muito mais a bola até chegar ao ataque, como é visto no vídeo abaixo.

Lampard hoje pode usar a estratégia da ligação direta por ter Tammy Abraham como atacante, um jogador de 1.91m de altura que é muito bom pelo alto. Ainda assim, o “fator Jorginho” é muito importante para o Chelsea na criação de jogadas. O camisa 5 tem excelentes números de passe, como exemplificados na imagem. Sua importância tática na equipe é vital para quando a ligação direta não é utilizada. Enquanto a sua participação mais recuada dá liberdade para os laterais avançarem, seus passes efetivos alcançam diversos pontos do ataque.

O “fator Jorginho” tem os seus pontos negativos, principalmente quando o Chelsea adota o 4–2–3–1. Quando jogou nesse esquema, Jorginho não rendeu, e Lampard teve que usar Kovacic e Kanté no meio de campo, o que foi muito bom para o Chelsea.

O uso de Mason Mount foi um ganho enorme para o Chelsea. No 4–3–3, ele costuma jogar como o meio-campista pela esquerda, mas avançando mais do que os seus companheiros. Mount pode se aproveitar da capacidade de Abraham ou Giroud em fazer o pivô para pisar na área.

No 4–2–3–1, sua capacidade mais ofensiva é menos utilizada. A contratação de Pulisic deu uma liberdade maior para o ataque do Chelsea, e a função que Mount chegou a fazer em algumas partidas deixou de ser exigida por conta da chegada do americano. Ainda assim, a pressão feita por Mount na saída de bola do adversário é muito boa para o Chelsea.

Os pontos falhos do Chelsea são vistos a partir do ataque adversário. A lateral-esquerda não é bem servida com Marcos Alonso, e Emerson também não foi muito consistente para preencher tal espaço. Além do mais, a questão não é apenas técnica, mas também tática, já que o ataque muito intenso do Chelsea gera buracos defensivos.

O Chelsea, diferentemente das outras equipes, já acertou as contratações de Hakim Ziyech e Timo Werner para a próxima temporada.

Ziyech é uma contratação natural para repor a vaga de Willian, que certamente não continuará no Chelsea após o fim de seu contrato. No Ajax, Ziyech conseguiu destaque na campanha que terminou nas seminais da Champions League da temporada 2018/2019. Por conta da pandemia de Covid-19, a Eredivisie foi encerrada, mas Ziyech terminou com bons números, tendo como destaque o xG + xA (gols esperados + assistências esperadas nos 90 minutos) de 0.46, o terceiro melhor do Ajax.

O Chelsea perde um destro para receber um canhoto. Ziyech, ao contrário de Willian, não jogará apenas correndo pela ponta, mas tende a jogar por dentro para bater com a sua perna esquerda.

Timo Werner em teoria seria o centroavante do Chelsea, mas ele não tem feito tal função no RB Leipzig. Werner é visto jogando pelo lado esquerdo, que já é ocupado no Chelsea por Pulisic. Ainda assim, ele pode render bem como um camisa 9, mas brigará com Abraham pela posição.

Como dito anteriormente, o Chelsea usa muito da ligação direta, isso por ter Abraham para receber os lançamentos. Enquanto o atual titular é muito bom pelo alto, Werner deixa a desejar em tal quesito, o que pode ser difícil para o Chelsea.

Para a próxima temporada, o Chelsea precisa considerar muito a sua zaga. A mudança em tal posição é extremamente necessária.

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