A volta do Dinizismo!

Galvao
Mezzala
Published in
3 min readMay 10, 2021

Divergindo opiniões entre admiradores e críticos de seu trabalho, Fernando Diniz chega a baixada santista para ser o novo técnico do Santos. Mas afinal, o que podemos esperar do treinador no Peixe?

(Foto: Globo Esporte)

Após o precoce pedido de demissão de Ariel Holán, Diniz chegou ao Peixe para arrumar a casa e dar continuidade na boa fase que o time vivenciava em 2020. Apesar de não ser o primeiro treinador após a saída de Cuca, Diniz deve mudar todo o estilo de jogo da equipe finalista da Libertadores para conseguir aplicar suas estratégias e táticas dentro de campo. Para sua sorte, a maioria dos jogadores já estão habituados com alguns conceitos aplicados por Diniz, como, por exemplo, o jogo de posição, aplicado por Sampaoli em 2019.

Como funciona o modelo de jogo de Diniz?

Mesmo com ideias semelhantes, o técnico brasileiro tem uma característica que o argentino nunca teve, o baixo número de contratações e o aproveitamento da base. Além disso, ele sabe trabalhar muito bem a individualidade de cada jogador, fazendo com que qualquer atleta se torne o astro de sua equipe. Isso ocorreu no SPFC com Luciano e tem tudo para acontecer novamente, desta vez com jogadores como Kaio Jorge ou Marcos Leonardo. Ambos participam de construções de jogadas e sabem ler muito bem os espaços, coisas que Diniz aprecia em um atacante.

Ainda no ataque, Diniz vai contar com habilidades que não tinha no São Paulo, a velocidade dos pontas é a principal delas. Com Marinho e Lucas Braga o técnico não deve mais usar o 4–4–2 utilizado em comandos anteriores, afinal, ele pode ter mais eficácia ofensiva dando amplitude com os pontas ou infiltrando na área, como Marinho e Braga já faziam na temporada anterior

Contudo, o ataque não é a única característica de Fernando Diniz, sua principal carta dentro de seu baralho tático é a defesa. O treinador usufrui da saída curta, que mantém a posse de bola da equipe, elemento fundamental em seu estilo de jogo, e que também oferece chances de construir jogadas, na maioria das vezes quebrando linhas de pressão. Dentro disso, ele também aplica uma ideia que ganhou forças com o Barcelona de Guardiola, a superioridade numérica. Trata-se de sobrecarregar um dos lados do campo e criar linhas de passes para transições. Outra tática usada por Pep que Diniz aplica é a pressão pós perda, onde os zagueiros se mantêm em linha alta e obrigam os atacantes a pressionar o portador da bola.

Os pontos fracos do Dinizismo

Apesar do estilo de jogo eficaz e agradável de assistir, quando bem efetuado, há quem questione os pensamentos do técnico. A instabilidade apresentada por ele em trabalhos anteriores é a principal crítica feita pelos torcedores e por algumas pessoas influentes no meio do futebol. Este realmente é um problema de Diniz, isso ocorre devido ao alto nível de risco que seu jogo exige. Caso haja algum erro de passe e a pressão pós perda não funcione enquanto a defesa se posiciona em linha alta, é muito fácil do adversário marcar um gol. Porém, quando se tem tempo e paciência da torcida para treinar o elenco e adaptá-los a este novo formato de jogo, a equipe de Diniz fica muito competitiva.

O que esperar de Diniz no Santos?

Mesmo divergindo opiniões sobre seu estilo de jogo, a torcida espera bons resultados e acredita que possa assistir partidas que encantem e cativem novamente o torcedor a ver o Santos jogar. Este modo ofensivo e que encanta a torcida está no DNA do clube e faz parte da história dos grandes e históricos elencos que o Santos teve. Mas para conquistas futuras, é necessário respeitar o processo de adaptação e aplicação do modelo de jogo de Fernando Diniz. A contratação do treinador foi feita visando um trabalho a médio/longo prazo, a torcida Alvinegra precisa compreender e respeitar esse tempo para que, assim, o Peixe volte a comemorar títulos.

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