Competitiva e cada vez mais interessante: saiba tudo sobre Liga Inglesa Feminina

Recheada de estrelas, A WSL 2020/2021 já começou e aqui no Mezzala, você terá um guia com as informações de todas as equipes da liga mais badalada da Europa

Luan Fontes
Mezzala
12 min readOct 8, 2020

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(Foto: Divulgação)

Muitos dizem que a Premier League (a liga masculina) é a liga nacional mais disputada do continente europeu, mas no futebol feminino, isso parece ser indiscutível. Na pátria-mãe do futebol, a Women’s Super League de 2020/21 já começou, e promete ser disputadíssima, com várias estrelas em diversas equipes, tornando o campeonato ainda mais atrativo.

A liga teve um mercado de transferências bastante agitado. De acordo com o jornal The Guardian, foram feitas 125 negociações envolvendo todas as equipes da WSL, mostrando a solidez da liga, mesmo em tempos de pandemia.

Serão 12 equipes disputando pela taça. Além do título, também são disputadas mais duas vagas para a Champions Feminina e os dois últimos colocados são rebaixados, sendo tudo isso decidido em 16 rodadas. Tendo ideia do funcionamento da liga, vamos falar sobre as equipes.

ARSENAL

A equipe das Gunners está entre as favoritas da liga, como de costume. Campeão na temporada 2018/19, o Arsenal fechou a última WSL em terceiro lugar, sem conseguir garantir a vaga para a próxima Champions. A campanha do time londrino teve bons números, incluindo a goleada por 11 a 0 sobre o Bristol City, mas contou com altos e baixos, com algumas falhas a serem corrigidas. Na Champions da última temporada, o Arsenal caiu nas quartas de final contra o PSG. O técnico Joe Montemurro garante fidelidade ao estilo de jogo, por parte do time, durante a temporada e para manter a competitividade, o Arsenal foi ao mercado, contratando jogadoras experientes.

Destaque: Vivianne Miedema

(Foto\;Divulgação)

O Arsenal conta com várias jogadoras talentosas no elenco, mas sem dúvida, a jogadora a ficar de olho é a atacante Vivianne Miedema. A goleadora holandesa é a grande craque da equipe. Autora de 16 gols na temporada, além de 8 assistências, Miedema é, mais uma vez, a grande esperança de gols das Gunners. Além de Miedema, vale ficar de olho na habilidosa e baixinha Danielle Van De Donk

Contratações: Lydia Williams (goleira, Melbourne City FC-AUS), Noëlle Maritz (zagueira, Wolfsburg), Steph Catley (zagueira, Melbourne City FC-AUS), Malin Gut (meia, Grasshopper-SUI).

Fase nas três primeiras rodadas: 3V 0E 0D

ASTON VILLA

Estreante na elite do futebol feminino da Inglaterra, o Villa chega como candidato a surpresa da liga. O clube é dirigido por Eniola Aluko, ex-Chelsea e seleção inglesa. A diretora de futebol do clube de Birmingham, foi a responsável por várias contratações, tornando o time mais competitivo e capacitado para brigar contra grandes equipes. Na última temporada, o Villa foi o campeão invicto da Segunda Divisão, vencendo 13 dos 14 jogos, marcando 39 gols, sendo 18 marcados pela dupla Melissa Johnson e Emma Follis. Johnson deixou o clube rumo ao Sheffield United, sendo uma perda significativa para a equipe.

Destaque: Marisa Ewers

(Foto: Divulgação/Aston Villa)

A experiente meia é a capitã da equipe do Villa. Ewers é bastante versátil podendo atuar tanto como meio-campo quanto como zagueira. A alemã de 31 anos atua geralmente como primeira volante, sendo uma jogadora mais dura na marcação. Ewers está no clube desde 2019 e esta será sua segunda temporada no Villa.

Contratações: Lisa Weiss (goleira, Lyon), Freya Gregory (defensora, Birmingham City), Anita Asante (defensora, Chelsea), Caroline Siems (defensora, Turbine Potsdam), Chloe Artur (meia, Birmingham City), Ramona Petzelberger (meia, SGS Essen), Diana Silva (atacante, Sporting), Stine Larsen (atacante, Fleury 91).

Fase nas três primeiras rodadas: 0V 0E 3D

BIRMINGHAM CITY

O Birmingham vem de má campanha na temporada passada, na qual teve o pior ataque da liga e escapou do rebaixamento, por apenas um ponto. Assim, é de se esperar que o Birmingham brigue novamente para não cair de divisão novamente. Fora o retrospecto, que não é nada bom, a equipe azul de Birmingham conta com perdas importantes para a temporada, como é o caso das duas principais jogadoras: as meias Lucy Staniforth (jogadora de seleção inglesa) para o Manchester United e a escocesa Chloe Arthur para o arquirrival Aston Villa. A equipe é comandada pela jovem treinadora Carla Ward.

Destaque: Christie Murray

(Foto:Twitter)

A experiente jogadora escocesa é uma das principais contratações para a temporada e tem em seu currículo mais de 50 atuações pela seleção, além de ter disputado uma Copa do Mundo. Ainda assim, fica a dúvida se a experiência de Murray e demais peças, junto com a juventude da treinadora será o suficiente para uma permanência.

Contratações: Rachel Corsie (zagueira, emprestada pelo Utah Royals-EUA) Chloe McCarron (volante, Linfield-IRN), Christie Murray (meia, Liverpool).

BRIGHTON AND HOVE ALBION

Após fechar a última temporada em nono na liga, o Brighton chega reformulado para a WSL em 2020/21, visto que se movimentou bem no mercado de transferências vendendo 7 jogadoras e contratando 5 para o elenco. As Seagulls se reforçaram bastante no meio campo, com Kaagman e Heroun além do empréstimo da atacante coreana Lee Geum Min. A equipe do Sul da Inglaterra ainda cona com a lendária treinadora Hope Powell. Pelo nível dos reforços, se espera que o Brighton possa fazer frente com os grandes times da liga.

Destaque: Nora Heroum

(Foto: Twitter)

Principal contratação do clube na temporada, a experiente meio-campista finlandesa chegou do Milan e chega com a expectativa de ser a grande craque na equipe de Hope Powell para esta temporada. Heroum tem bom aproveitamento tanto em passes quanto na marcação, podendo exercer muito bem a função de volante.

Contratações: Rebekah Stott (zagueira, Melbourne City), Nora Heroum (volante, Milan), Katie Robinson (meia, Bristol City), Inessa Kaagman (meia, Everton), Lee Geum-min (atacante, empréstimo, Manchester City).

Fase nas três primeiras rodadas: 1V 1E 1D

BRISTOL CITY

Em sua quarta temporada seguida desde que chegou à primeira divisão, o Bristol vem de uma temporada 2019/20 recheada de dificuldades. Em 14 jogos, o Bristol marcou 11 gols e sofreu 39 e só acumulou duas vitórias, além de ter sofrido uma acachapante e histórica goleada por 11 a 1. Bristol não se movimentou muito no mercado de transferências e com o crescimento da competitividade, o Bristol pode continuar tendo dificuldades, podendo brigar contra o descenso.

Destaque: Abi Harrison

(Foto: Divulgação)

A atacante escocesa é a principal esperança de gols da equipe do Bristol. Retornando de uma grave lesão no ligamento cruzado do joelho, Harrison busca reencontrar a fase artilheira que lhe rendeu duas chuteiras de ouro, quando jogava pelo Hibernian.

Fase nas três primeiras rodadas 0V OE 3D

CHELSEA

O atual campeão da WSL é o detentor do caneco, que venceu de forma bem curiosa: o Chelsea foi campeão com um ponto a menos que o vice Manchester o City. Como o campeonato foi paralisado, por causa da pandemia de coronavírus, o resultado foi determinado pela média de pontos por jogo. Assim, o City que era líder com um jogo a mais que o vice-líder Chelsea, ficou em segundo e o Chelsea em primeiro. O Chelsea teve média de 2,6 pontos(39 pontos em 15 jogos) e o City teve de 2.5 pontos(40 pontos em 16 jogos). O Chelsea sonha com o bi na WSL e com vôos mais altos na Champions, e para isso, foi com tudo no mercado, contratando ninguém menos que a dinamarquesa Pernille Harder, por 300 mil libras (um abismo, comparado a uma transferência de um grande clube no mercado do futebol masculino). Foi a contratação mais cara da história do futebol feminino. Além dela, chegaram duas promessas: Charles e Flemming, além da ótima volante Melanie Leupolz.

Destaque: Pernille Harder

(Foto: Divlgação)

Como já foi dito, Harder é a contratação mais cara da história do futebol feminino e a principal do Chelsea para a temporada. A máquina dinamarquesa marcou 38 gols em 33 jogos pelo Wolfsburg, na última temporada, além de ter sido eleita a melhor jogadora da Europa pela UEFA. Além de Harder, vale ficar de olho na australiana Sam Kerr e a artilheira da última WSL Bethany England.

Contratações: Melanie Leupolz (volante, Bayern de Munique), Jessie Fleming (ponta, UCLA Bruins-EUA), Niamh Charles (atacante, Liverpool), Pernille Harder (atacante, Wolfsburg).

Fase nas três primeiras rodadas: 2V 1E 0D

EVERTON

Sexto colocado na última WSL, o Everton é o único clube de Liverpool na liga (o Liverpool foi rebaixado na última temporada) e tem de corrigir alguns problemas se quiser fazer uma boa campanha. O Everton sofreu 21 gols em 14 jogos na última edição da WSL. No ataque, o problema está na perda de sua principal jogadora Chloe Kelly, artilheira do time na temporada que foi para o Manchester City. Para suprir sua ausência, o Everton contratou Nicoline Sorensen, Valèrie Gauvin e Claire Emslie.

Destaque: Valerie Gauvin

(Foto: Divulgação)

A atacante francesa é o principal reforço das Toffels para a temporada 20/21 e uma das principais contratações por parte de um clube da WSL na temporada. Gauvin é certamente uma das principais atacantes francesas e é constantemente convocada para a seleção francesa. Além dela, vale destacar a contratação da zagueira da seleção norueguesa Ingrid Moe Wold.

Contratações: Rikke Sevecke (defensora, Fleury), Georgia Brougham (defensora, Birmingham), Poppy Pattinson (defensora, Bristol), Ingrid Moe Wold (defensora, Madrid CFF), Damaris Egurrola (meia, Athletic Bilbao), Nicoline Sorensen (atacante, Brondby), Valérie Gauvin (atacante, Montpellier), Claire Emslie (atacante, Orlando Pride).

Fase nas três primeiras rodadas: 3V 0E 0D

MANCHESTER CITY

Atual vice-campeão da WSL e campeão em 2016, o City entra como um dos favoritos ao título. Para esta edição da WSL, o time azul de Manchester conta com várias novidades, incluindo o novo técnico Gareth Taylor e a chegada de duas campeãs mundiais em 2019, pela seleção estadunidense: Rose Lavelle e Sam Mewis, além da atacante Chloe Kelly, ex-everton. Na última temporada, o City teve a defesa menos vazada, sofrendo 9 gols e sua arqueira Ellie Roebuck ganhou a luva de ouro da WSL. O City perdeu nesta janela atacante Bremer, autora de 10 gols na WSL, que foi para o Wolfsburge a também atacante Tessa Wullaert que rumou para o Anderlecht.

Destaque; Rose Lavelle

(Foto: Divulgação Man. City)

A habilidosa meia estadunidense de 25 anos é o grande reforço do City para a temporada. Autora de um dos gols dos EUA na final do mundial contra a Holanda, Lavelle dará mais destreza ao meio-campo do City, atuando como meia-armadora.

Contratações: Sam Mewis (meia, NC Courage), Rose Lavelle (meia, OL Reign), Chloe Kelly (atacante, Everton).

Fase nas três primeiras rodadas: 2V 1E 1D

MANCHESTER UNITED

Em sua segunda temporada na Women´s Super League, as Red Devils vem de uma quarta colocação na última temporada — nada mal para uma equipe que acabara de subir da Championship— , além de ter fechado o campeonato com a terceira melhor defesa e um ótimo meio campo comandado por Jackie Groenen, talentosa meio-campista, vice-campeã mundial com a Holanda, e Hayley Ladd, grata surpresa na última temporada. Para resolver o problema na lateral, o United chamou Ona Battle. Para uma equipe que já “chegou chegando” na WSL no ano passado, as expectativas em cima do gigante de Manchester não pode ser ruim.

Destaque: Lauren James

Foto: Twitter/Man. United)

A jovem de 18 anos vem de duas boas temporadas com a camisa do Man. United, sendo a artilheira do time na temporada 2019/2020 da WSL. Além dela, vale ficar de ilho nas já citadas Jackie Groenen e Hayley Ladd

Ona Batlle (defensora, Levante), Lucy Staniforth (meia, Birmingham City), Ivana Fuso (atacante, Basel), Tobin Heath (meia/atacante, Portland Thorns), Christen Press (atacante, Utah Royals), Alessia Russo (atacante, North Carolina Tar Heels).

Fase nas três primeiras rodadas: 2V 1E 0D

READING

Quinto colocado na temporada passada, o Reading viveu uma temporada 2019/20 de altos e baixos. O clube foi ao mercado para buscar peças afim de reforçar setores nos quais encontraram dificuldades, e contratou para os dois setores, Cooper, Mitchel e Carter. O Reading teve a defesa mais vazada dentre as principais equipes da última WSL e o ataque não foi bem. Para piorar, as duas referências do meio-campo, Jade Moore e Remi Allen, responsáveis por um terço dos gols do Reading na última WSL. Para reforçar esse setor, foi contratada por empréstimo, a galesa Jess Fishlock que jogará ao lado da experiente Fara Williams de 36 anos.

Destaque: Danielle Carter

(Foto: Twitter/Danielle Carter)

Contratada no início da temporada, a ex-Arsenal chega para ser a solução dos problemas ofensivos do Reading, após passar 11 anos na equipe do Norte de Londres.

Contratações: Deanna Cooper(defensora, Chelsea), Emma Mitchell (defensora, Arsenal), Jess Fishlock (meia, OL Reign), Danielle Carter (atacante, Arsenal).

2V 0E 1D

TOTTENHAM HOTSPUR

Em sua segunda temporada na WSL, as Spurs vem de uma sétima colocação na liga na última temporada, e o mesmo é de se esperar nesta temporada, visto que boa parte do elenco conta com remanescentes da última temporada. Mas para reforçar o elenco, o Tottenham foi ao mercado e contraou uma das melhores jogadoras do mundo: Alex Morgan uma das principais contratações da WSL nesta temporada. Pela campanha feita no ano passado e as aquisições no mercado estadunidense, pode ser que o Tottenham se torne uma equipe mais competitiva nos próximos anos.

Destaque: Alex Morgan

(Foto: Divulgação/Tottenham Hotspur)

Morgan é certamente, uma das principais atacantes no futebol mundial. A goleadora que estava no Orlando Pride, não chega só para somar, em termos de nível, ao Tottenham, mas também à liga inglesa. Além da craque estadunidense, vale ficar de olho na jovem atacante Rianna Dean, artilheira do time na última temporada e que pode fazer uma dupla letal com Morgan.

Fase nas últimas três rodadas: 0V 1E 2D

WEST HAM UNITED

Apesar de ser tradicional no futebol feminino da Inglaterra, esta é só a segunda temporada do West Ham na elite. Em 2019/20, o West Ham teve uma temporada repleta de altos e baixos, terminando na oitava posição. As Hammers tiveram diversos problemas na defesa, sofrendo 34 gols em 14 jogos sofrendo goleadas como 8 a 0 para o Chelsea e 5 a 0 para o Manchester City. O West Ham mostrou-se muitas vezes, instável e não conseguia impor seu jogo.

Destaque: Adriana Leon

(Foto: Divulgação/West Ham)

Vice artilheira da temporada com seis tentos, a canadense foi a goleadora do West Ha na WSL, com 5 bolas na rede. Vale também ficar de olho em Emily Van Egmond, meia australiana que foi emprestada ao West Ham pelo Orlando Pride

Contratações: Mackenzie Arnold (goleira, Brisbane Roar); Maz Pacheco (defensora, Reading); Hawa Cissoko (defensora, Soyaux), Katerina Svitkova (meia, Slavia Praga); Ruby Grant (meia, sem clube); Emily van Egmond (meia, emprestada do Orlando Pride); Nor Mustafa (atacante, Eskilstuna United).

Fase nas últimas três rodadas: 0V 1E 2D

Como assistir a todos os jogos da WSL?

Infelizmente, A liga não é transmitida por nenhuma emissora de TV brasileira, mas os brasileiros podem assistir às transmissões de todos os jogos ao vivo, gratuitamente pelo app da FA. Basta criar uma conta gratuita para ter acesso a todos os jogos ao vivo. Para baixar o app e assistir a todos os jogos, é só clicar aqui.

(Foto: Divulgação)

A cada ano que passa a WSL está cada vez mais competitiva. Totalmente profissionalizada, a liga conta com algumas das melhores jogadoras do mundo. Com algumas das contratações mais caras da história, cujos valores, injustamente não chegam nem perto dos valores de transferência no mercado masculino. Ainda assim, é muito bom vermos uma liga de futebol feminino totalmente profissionalizada, bem organizada, estruturada, crescendo, ganhando holofotes e espaço entre o público. Pelo visto, parece que as melhores ligas do continente estão concentradas em terras inglesas, não importa o sexo.

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