Cosmos: da glória ao underground

New York Cosmos já teve o Rei, mas hoje se encontra preso no segundo escalão do futebol estadunidense

Rafael Bizarelo
Mezzala
2 min readOct 23, 2020

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(Foto: Divulgação/New York Cosmos)

Em 1975, Pelé decidiu sair de sua semi aposentadoria para jogar no jovem New York Cosmos, clube americano que havia sido comprado pela Warner, e já havia sido campeão da North American Soccer League (NASL) em 1972. O projeto, com Pelé e craques como Franz Beckenbauer, Carlos Alberto Torres e Giorgio Chinaglia ainda venceu mais quatro títulos entre 1977 e 1982.

No ano de 1984, o New York Cosmos, clube que teve o rei do futebol, se viu sem opções para se manter, e teve que fechar as portas. A volta do clube só aconteceu em 2010, mas o time ainda não conseguiu se filiar à Major League Soccer (MLS).

O clube, que antes era um gigante do futebol americano, se tornou a equipe do underground. Estabelecido longe do centro da cidade de Nova York, o Cosmos abraçou as comunidades locais que, em sua maioria, são marginalizadas pela sociedade.

Longe do dinheiro da MLS, o Cosmos hoje se encontra preso na NASL, visto que não existe rebaixamento nas ligas de futebol do Estados Unidos. Em uma espécie de segundo escalão do futebol estadunidense, a equipe ainda tenta o ingresso ao topo, mas o dinheiro nunca é suficiente. Em campo, o time já venceu a NASL em três ocasiões desde a sua volta ao futebol.

Ainda na mesma cidade, o Cosmos tem dois rivais com o peso do dinheiro. No lado azul, o New York City é o time do City Football Group, que detém diversos clubes ao redor do mundo. Já do lado “que te dá azas”, o New York Red Bull é o clube da famosa empresa, que também é dona de equipes ao redor do globo.

O sentimento do underground cresce ainda mais tendo rivalidades como essas. Dessa forma, torcidas como os “5 points” são criadas. Apoiando refugiados e causas que apoiam a comunidade LGBTQ+, além de levantar o antifascismo, a torcida do Cosmos mostra o multiculturalismo que a cidade de Nova York representa, e tudo além do dinheiro dos milionários da MLS.

(Foto: NY Cosmos)

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