Fluminense e Abel Braga: juntos mais uma vez
Abel assume o Fluminense como treinador pela quarta vez na carreira
Abel Braga será o técnico do Fluminense em 2022. Esta será a quarta passagem do treinador no clube das Laranjeiras (2005; 2011–2013; 2017–2018). Pelo Flu, Abel conquistou dois Estaduais (2005 e 2012) e um Brasileiro (2012).
A relação do técnico, ídolo do clube por conta de passagens vitoriosas, com a diretoria, facilitou o acordo entre as partes, visto que Abel já havia manifestado o desejo de retornar ao Fluminense recentemente, mas não tinha sido contatado.
Trabalhos recentes
Experiente, Abel volta ao tricolor com estigmas. “Ultrapassado” e “retranqueiro” são apenas alguns dos rótulos impostos ao treinador, que acumula trabalhos recentes muito questionáveis. Após deixar o Fluminense em 2018, Abel durou pouco tempo no comando técnico do Flamengo em 2019, visto que fora criticado por ter em mãos o melhor elenco do futebol brasileiro e produzir pouquíssimo em termos de rendimento e resultados. Naquele mesmo ano, vimos o histórico Flamengo de Jorge Jesus encantar o país conquistando o Brasileiro e a Libertadores. Também em 2019, fez parte do comando técnico do Cruzeiro, que viria a ser rebaixado.
Em 2020, ficou pouco tempo no Vasco. Em apenas três meses de trabalho, Abel foi demitido após derrota, curiosamente, para o Fluminense. Em novembro, foi anunciado como novo técnico do Internacional, sua sétima passagem pelo clube de Porto Alegre. E pode-se dizer que foi o melhor trabalho recente do treinador. Apesar de eliminações consecutivas na Copa do Brasil e na Libertadores, o Inter engatou uma sequência de nove vitórias no Brasileiro, a maior na história dos pontos corridos no formato atual.
Apesar dos bons números e de liderar o campeonato por várias rodadas, tropeços custaram o título brasileiro ao Inter, que perdeu por um ponto para o Flamengo. Após deixar o Colorado, Abel rumou à Suíça para treinar o Lugano. Sua passagem na Europa durou apenas cinco jogos.
O que esperar?
O Abel Braga que chega ao Fluminense em 2022 terá o desafio de se renovar. Apesar da montagem de elenco do tricolor indicar atletas mais “cascudos” (Fred, Felipe Melo e, possívelmente, Ricardo Goulart), as comparações com os trabalhos recentes ruins (exceção ao Internacional) são inevitáveis, muito por conta do aspecto conservador dos times treinados por ele.
Não obstante, fica à cargo da diretoria do Fluminense uma crítica: existe um nítido medo de ousar, de buscar o diferente, pelo simples receio de “dar errado”. Se não deixar a zona de conforto, o que aguarda é o marasmo e a mesmice. E isso não vale apenas para o futebol.
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