O crescimento da MLS: franquias de expansão a partir de 2022 e uma grande vitrine sul-americana
A liga norte-americana tem se fortalecido ano após ano, tanto por mais investimento dos clubes, quanto por sua melhoria em organização e infraestrutura
Sobre a inserção de novas franquias, a Major League Soccer (MLS) tem um padrão de aceitação bem simples em relação a novos clubes. O modelo adotado é bem parecido com o que é utilizado pelas principais ligas profissionais de esportes americanos, como a NBA, NFL e NHL. No entanto, a MLS é uma liga fechada com um número fixo de clubes, além de não ter a possibilidade de rebaixamento.
Para que algum projeto de clube seja aceito na principal liga norte-americana, é necessário um investimento de no mínimo 200 milhões de dólares. Recentemente, três clubes realizaram esse investimento e integrarão à liga nos anos de 2022 e 2023.
São eles: Sacramento Republic F.C, clube da Califórnia com oito anos de existência que disputava divisões inferiores nos EUA; St. Louis City SC, clube recém-criado do estado de Missouri (fundação em 2019); Charlotte FC, clube também fundado em 2019, sediado na Carolina do Norte e que tem como estádio o tradicional Bank of America Stadium, casa dos Carolina Panthers da NFL.
St. Louis e Sacramento estão com previsão de entrada na liga para o ano de 2023. Enquanto isso, projetos de instalações dos clubes, centro de treinamentos e estádios já estão sendo discutidas, além das contratações para a formação do elenco.
O Charlotte FC, no entanto, deve fazer sua estreia já em 2022, após pagar cerca de US$ 325 milhões para entrar na liga - valor recorde. O clube tem como proprietário o empresário multibilionário David Tepper.
Rejuvenescimento da MLS
Segundo o Transfermarkt, a média de idade dos atletas que atuam na MLS é de 25,6 anos. Essa média, inclusive, é bem próxima da média do Brasileirão: 25,7 anos. No entanto, entender o contexto disso é muito importante. Isso se deve pelo fato de que se trata de um país em que o futebol está começando a se tornar mais presente e, principalmente, interessar o grande público.
O Orlando City é um dos projetos que mais vem chamando atenção na última década, tanto no futebol masculino quanto no feminino. Ricardo Moreira, diretor do clube, explicou o crescimento da MLS em entrevistas recentes:
“A MLS tem se consolidado cada vez mais como uma liga forte, competitiva e com bastante visibilidade. Alguns fatores são o marketing ao redor do produto, a quantidade de países para os quais os jogos são transmitidos e a não rara manifestação de clubes europeus sobre o crescimento da liga.”
Ainda sobre o crescimento da liga, a estrutura dos clubes da MLS atrai scouts e executivos de clubes europeus para a observação de novos talentos, e também novas parcerias. Isso só tende a fortalecer o mercado norte-americano, com mais investimento em contratações, e mais lucro em negociações.
O Grupo City, que tem como seu principal clube o Manchester City, por exemplo, tem feito um importante e forte laço no continente americano para a captação de novos talentos, com clubes nos Estados Unidos (New York City), Bolívia (Bolívar) e Uruguai (Montevideo City Torque).
Ricardo também deu sua palavra sobre o rejuvenescimento da liga:
“Fortalecer a liga, rejuvenescer, revender. Nós mesmos [Orlando City] temos seis jogadores sub-23 que são presença constante em suas seleções nacionais. Existem regras na liga que fomentam esse movimento, há um incentivo para que os clubes invistam em jovens valores, como nos casos de Brenner e Caio."
O caminho “inverso” para MLS
Aqui no Brasil, principalmente, se tornou normal olhar ligas como a MLS de uma forma com bastante desdém. Isso pelos últimos anos de bastantes contratações de jogadores renomados já com idade avançada, como Kaká, Ibrahimović, Gerrard, Higuaín e entre outros. Dessa maneira, a visão sobre desempenho da liga acaba ficando estreita.
No entanto, isso vem mudando. A MLS vem cada vez mais se tornando um atrativo para jovens jogadores de todo o mundo, principalmente da América do Sul. Com clubes de poder financeiro maior e que ofereçam mais benefícios que os principais clubes do continente, a liga tem sido um destino melhor para esses atletas.
Recentemente, alguns jovens talentos do Brasileirão foram transferidos para clubes de lá, como os atacantes Talles Magno (Vasco da Gama) e Brenner (São Paulo).