O fim da história de Toni Kroos com a seleção alemã

Após onze anos, três copas disputadas, e 106 partidas vestindo a camisa alemã, Toni Kroos anuncia sua aposentadoria da seleção e se despede como um ídolo. Veja a história do jogador com a Alemanha

Galvao
Mezzala
5 min readJul 4, 2021

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Kroos anunciou que está de saída da seleção da Alemanha (Foto: Frank Augstein/Pool/Getty Images)

Após a derrota para a Inglaterra na Eurocopa e, consequentemente, a eliminação da Alemanha no campeonato, Toni Kroos anunciou em seu Instagram que aquela foi a última partida dele pelo seu país.

O meio-campista afirmou que deseja se conectar mais com sua família e focar em seus objetivos com o Real Madrid. Ele também agradeceu o técnico Joachim Löw, que, assim como ele, também está de saída da seleção.

“Ele me tornou um jogador nacional e campeão mundial. Ele confiou em mim” — disse o jogador para o técnico

“Estava claro para mim há muito tempo que não estaria disponível para a Copa do Mundo de 2022 no Catar. Foi uma grande honra para mim poder usar esta camisa por tanto tempo. Fiz isso com orgulho e paixão. Obrigado a todos os fãs e torcedores que me carregaram e apoiaram com os seus aplausos e gritos. E obrigado a todos os críticos pela sua motivação extra”

A primeira convocação e a titularidade

Kroos na Copa do Mundo de 2010 junto com o atacante Klose (Foto: JEWEL SAMAD/AFP via Getty Images)

A primeira convocação do alemão foi quando ele ainda jogava pelo Bayern de Munique, em março de 2010, para um amistoso contra a Argentina. Nesse momento, no entanto, Kroos não entrou em campo. Apesar de não ter estreado pela Alemanha nos amistosos em que foi convocado, ainda assim Kroos foi chamado para a Copa do Mundo de 2010.

Foi nesta edição do torneio que Kroos fez sua estreia na seleção, contra Gana, substituindo outro grande meio campista alemão, Bastian Schweinsteiger. No mesmo campeonato, Toni entrou em campo contra a Argentina, nas quartas-de-final; na semi, contra a Espanha; e na disputa do terceiro lugar, contra o Uruguai.

Toni Kroos e Joachim Löw juntos na última Copa do Mundo, em 2018 (Foto: Alexander Hassenstein)

Com o bom desempenho individual na Copa, voltou a ser convocado e aos poucos foi ganhando espaço dentro de uma geração repleta de excelentes meio-campistas. Foi nas eliminatórias para a Eurocopa de 2012 que Kroos se tornou titular na equipe de Joachim Löw, sendo fundamental para a campanha de 100% de aproveitamento nos dez jogos disputados.

Löw estava construindo uma seleção histórica, elogiando sempre nas coletivas a forma que Toni construía jogadas, distribuía a bola e sua excelente visão de jogo.

O garçom do tetra alemão

Toni Kroos foi um dos principais jogadores no tetracampeonato mundial da Alemanha em 2014 (Foto: Reprodução/LifeAnimes)

Neuer, Lahm, Boateng, Özil, Müller, Kroos e muitos outros craques formaram uma das seleções mais competitivas da história da Alemanha. Esses nomes foram os responsáveis por uma incrível campanha na Copa do Mundo de 2014, com memoráveis goleadas sobre Portugal e, é claro, sobre o Brasil. Em um dos piores dias para a seleção brasileira, Kroos deu uma assistência e marcou dois gols.

Durante toda a edição daquele ano, Kroos foi espetacular. O meia teve grandes atuações, e ganhou o devido reconhecimento que merecia. Na grande final contra a Argentina no Maracanã, o alemão não deixou a desejar e deu início a jogada que resultou no gol de Mario Götze, que selou o tetra dos alemães.

Kroos após o título da Copa do Mundo de 2014 (Foto: Getty Images)

Além do título coletivo, Kroos ganhou diversos títulos individuais graças a brilhante campanha com sua seleção naquele ano. Na Copa, foi o jogador com mais assistências e foi eleito o melhor jogador de sua posição, participando da seleção dos melhores jogadores do torneio. Além disso, também participou do ‘Time do ano’, escolhido pela FIFA como um dos onze melhores do mundo.

A decepção dos campeões do mundo

(Foto: Reprodução/As)

Para a Copa de 2018 na Rússia, a seleção da Alemanha ainda chegava como uma forte candidata, apesar de algumas baixas em relação à última Copa. Alguns atletas da geração que foi tetracampeã já se despediam dos gramados, com novos bons jogadores surgindo.

Dentro dessa nova geração, ainda restavam alguns veteranos como Neuer e Kroos, que continuavam sendo essenciais para a Alemanha. Nas eliminatórias para o torneio, novamente os alemães surpreenderam e tiveram 100% de aproveitamento. A empolgação e expectativa eram grandes, diante do contexto de uma boa renovação na equipe.

Em um grupo com México, Suécia e Coreia do Sul, os alemães sofreram para não serem eliminados já no segundo jogo da fase de grupos. O que impediu uma eliminação precoce foi o gol de falta salvador de Toni Kroos contra a Suécia, garantindo a vitória por 2x1 já nos acréscimos.

Toni Kroos marcando o gol da vitória contra a Suécia (Foto: Stuart Franklin — Fifa/Getty Images)

A eliminação, no entanto, foi adiada para o terceiro jogo. Toni teve boas oportunidades de abrir o marcador para os alemães, com uma cobrança de falta no travessão. A seleção da Coréia do Sul aproveitou as oportunidades que teve, e liquidou a partida ao fazer o segundo gol com Son recebendo sem goleiro para marcar. Mais uma campeã do mundo sendo eliminada na Copa seguinte das glórias.

(Foto: Reprodução/TheTelegraph)

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