O grandioso Milan de 2006/2007
Título, escândalo e decepção. Essas três palavras resumem a temporada do Milan. Vamos ver os feitos desse time histórico nessa matéria.
O escândalo no campeonato italiano e a Copa da Itália
A temporada de 2006 no campeonato italiano começou agitada. A justiça italiana investigou times como a Juventus, Milan, Fiorentina e Lazio por conta da escolha de árbitros para manipularem os resultados das partidas. Os clubes foram punidos. A Velha Senhora foi a que sofreu mais, foi rebaixada para a Série B. A equipe de Milão começou a temporada com oito pontos a menos e sem poder disputar a Champions League. Depois de entrar com um recurso, conseguiu tirar a suspensão e disputou a maior competição europeia, se classificando na terceira fase preliminar. Na disputa pelo scudetto, ficou em quarto, depois de uma grande recuperação no segundo turno.
Já na Copa da Itália, o Milan teve o seu primeiro encontro contra o Brescia. Venceu os dois jogos e avançou para as quartas de finais. O adversário agora era o Arezzo. Os Rossoneri venceram o primeiro jogo, e perderam o segundo, mas mesmo assim, conseguiram a vaga para a semifinal. O embalado Roma seria o outro semifinalista. O jogo de ida foi duro. Os times fizeram uma boa partida e ficaram no empate de 2 a 2. Na volta, os romanos levaram a melhor, 3 a 1. Com isso, terminava a competição para os milaneses.
A volta por cima na Champions League
Depois de conseguir se classificar na fase preliminar, o Milan caiu no grupo H, junto do AEK Atenas, Lille e Anderlecht. Conseguiu a classificação para a próxima fase, as oitavas, onde encarou o Celtic. O primeiro jogo 0 a 0. Na volta, a partida foi para a prorrogação. Kaká salvou os italianos, fazendo o único gol do confronto. Nas quartas, o Bayern seria o adversário. A ida contra os alemães, foi 2 a 2. No segundo encontro, 2 a 0 para os milaneses.
O Manchester United era o nome da vez. Os ingleses estavam embalados com o seu ataque formado pelo jovem Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney. Os primeiros noventa minutos foram marcados por um jogo eletrizante. O time inglês venceu no último minuto por 3 a 2. Ninguém imaginaria, que a volta seria um baile do Milan. 3 a 0 para os italianos, com mais uma atuação fantástica do brasileiro Kaká. O time de Milão, que quase ficou de fora da Champions League, agora era finalista da competição.
A final foi na Grécia, em Atenas, contra o Liverpool. Seria a revanche de 2005? O Milan dessa vez iria levar a melhor ou seria vice mais uma vez? Bom, sabemos que os milaneses conseguiram revidar e ganharam dos ingleses, mas vamos analisar todo o esquema dos italianos para a partida que salvou a sua temporada.
O esquema de Carlo Ancelloti
O time do técnico italiano veio na formação 4–4–2. O goleiro Dida no gol, o lateral esquerdo Jankulovski formando a linha defensiva com Maldini, Nesta e Oddo na outra ponta. O meio era comandado por Seerdof, Ambrosini, Pirlo e Gattuso. O ataque era Kaká e Inzaghi.
Formação defensiva
Quando o Milan perdia a bola, formava-se uma defesa sólida de sete jogadores. A zaga ficava toda em linha e os meios-campistas marcavam recuados. Seerdof ficava mais solto para puxar o contra ataque, mas ajudava quando o Liverpool vinha em maior número. Ambrosini, Pirlo e Gattuso faziam o papel da marcação. O combate sempre começava com dois meias encurtando o espaço e um ficando na sobra, formando assim a zona de guerra. Se algum jogador entrasse nela, iria bater de frente com marcações duplas e triplas. As melhores oportunidades de gol do Liverpool só surgiram de erros individuais dos jogadores milaneses ou de chutes de longa distância.
Formação ofensiva
Na maioria das vezes, o Milan saía jogando com a bola no pé, evitando chutes para frente. Para ter uma saída tranquila, os zagueiros se posicionavam bem abertos e os laterais avançavam para ganhar espaço e abrir a marcação adversária. Gattuso junto de Pirlo e Ambrosini ficava mais recuado para armar o jogo. Inzaghi jogava espetado no meio dos zagueiros. Outra forma de avanço que o time de Milão usou na partida, foi contar com as arrancadas individuais de Kaká e as bolas lançadas de Pirlo. Para finalizar as jogadas, o cruzamento era a melhor opção. O time trabalhava bem pelas beiradas e tinha confiança na finalização do camisa 9. As faltas diretas e os chutes de longa distância também eram utilizados com frequência.
Dessa forma, o Milan teve grande superioridade diante do Liverpool. O primeiro gol dos italianos foi ainda na primeira metade do jogo. Kaká sofre uma falta perto da área e Pirlo vai para a cobrança. Bate direto para o gol, mas Inzaghi desvia na bola e tira Pepe Reina dela, 1 a 0.
Aos 82 minutos, o time inglês já parecia cansado e afrouxou a marcação, deixando o jovem brasileiro sozinho no meio de campo, que veio conduzindo e enfiou um passe rasteiro na grande área para o camisa 9, que driblou o goleiro e fez 2 a 0. O gol do Liverpool veio aos 89, de um escanteio, que contou com um desvio e parou na cabeça de Kuyt, 2 a 1. Mas já era tarde para acontecer uma reação. Final 2 a 1 para o Milan, o time italiano consegue a revanche de 2005.
O Mundial de Clubes
A final foi no dia 16 de dezembro, no estádio Internacional de Yokohama, no Japão. Ali, Milan e Boca Juniors disputavam para ver quem seria o campeão do mundo. O primeiro tempo da partida foi equilibrado, os argentinos jogaram de igual para igual contra os italianos, mas estavam perdendo de 2 a 1. Na volta do intervalo, Kaká comandou o show rossonero, fez gol, deu assistência e mais uma vez encantou o mundo. O placar terminou 4 a 2 para o time de milão e uma atuação fantástica do brasileiro, que foi eleito o melhor jogador do campeonato.
Kaká melhor do mundo
Kaká em 2007 encantou o mundo diversas vezes, colecionando partidas brilhantes e gols incríveis. Na Liga A, foi discreto. Em 31 jogos, balançou as redes em 8 oportunidades e deu 7 assistências. Na Champions League, a história é diferente. Nas 13 partidas que disputou, marcou 10 vezes e deu 3 passes para gol. Foi eleito o artilheiro e melhor jogador e atacante da competição. O mundo se apaixonou com suas arrancadas e jogadas desnorteadoras. No Mundial de Clubes, provou mais uma vez ser o número um do mundo, sendo escolhido o destaque do campeonato. Ganhou a bola de ouro e outros prêmios de diversas revistas influentes no mundo futebolístico, além de, claro, o título de melhor futebolista do planeta.
O ano de 2007 para o Milan teve diversas reviravoltas. O escândalo no campeonato italiano quase resultou em uma temporada jogada fora. Por sorte, o clube conseguiu transformar a história triste em glória, conquistando a Champions League e o Mundial de Clubes com atuações encantadoras.
