O Grenal na final da Copinha

Internacional vence o seu maior rival nos pênaltis e vence a Copa São Paulo de Futebol Júnior pela quinta vez em sua história

Rafael Bizarelo
Mezzala
5 min readJan 25, 2020

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Internacional e Grêmio fizeram uma partida eletrizante no aniversário da cidade de São Paulo (Foto: Reprodução)

No aniversário de 466 anos da cidade de São Paulo, mais uma tradição foi realizada. A final da edição de número 51 da Copa São Paulo de Futebol Júnior aconteceu no Pacaembu entre Grêmio e Internacional, sendo a primeira final sem clubes do estado de São Paulo desde 2011.

Além do título, os jogadores vêem a Copa São Paulo como uma oportunidade para se promover. É óbvio que os clubes já conhecem os jogadores, mas dependendo do desempenho na competição, eles podem alcançar vôos maiores, lançando-se no radar de clubes grandes do Brasil no caso de jogadores de equipes menores e até no radar de clubes europeus. Aparecer para o torcedor de sua equipe também é importante, até porque a final Copinha é transmitida pela Rede Globo para todo o Brasil, sendo a maior competição de futebol de base do país.

Ao contrário do que acontece no profissional, o Grenal da Copinha mostrou duas equipes dispostas a jogar para frente e trabalhar bastante as jogadas, com a bola rodando o campo todo, passando por dribles, passes em profundidade e de calcanhar, voleios e tudo que o jogo mais bonito pode apresentar. As duas equipes mostraram tal abordagem durante toda a competição, eliminando equipes fortes sem precisar jogar defensivamente, e não poderiam fazer feio na finalíssima.

Grêmio

Jogadores do Grêmio celebram um gol contra o Oeste (Foto: Leonardo Benhossi/Divulgação/FPF)

Durante a Copinha, o Grêmio jogou o futebol mais vistoso da competição. Se o ataque tricolor sabe driblar, armar e finalizar, a defesa gremista sabia parar o adversário, até por isso sofreu apenas quatro gols durante toda a competição.

O Grêmio tenta implementar um modelo de jogo do profissional até a base, mas parece que a equipe sub-20 tem uma abordagem até mais ofensiva que a de Renato Gaúcho. A pressão no adversário é forte, os pontas trabalham muito bem de fora para dentro e os dribles impressionam.

Diego Rosa foi quem liderou o meio de campo do Grêmio durante o torneio, e mostrou muita habilidade, assim como o ponta Elias, autor do gol mais bonito da Copinha, sendo premiado com o Prêmio Dener, além de fazer outros golaços e dribles incríveis. O meia Rildo também se apresentou entre os destaques do tricolor gaúcho, seja como armador ou como finalizador.

Internacional

Jogadores do Internacional celebram um gol contra o Confiança-PB (Foto: Reprodução)

Campeão, o Internacional mostrou ofensividade e efetividade durante a Copinha. Com uma forte dupla de zaga e um excelente meio de campo, a equipe colorada tinha tudo para vencer a competição.

O futebol do Inter foi ofensivo durante toda a Copa, sendo excelente para os jovens jogadores aprenderem fundamentos da troca de passes, da máxima movimentação e para não se inibirem na frente do adversário, aplicando sim dribles sempre que possível.

Bruno Praxedes foi o maior destaque da equipe campeã, mostrando a habilidade desperdiçada pelo Fluminense, que não manteve o jovem meia em sua base. Praxedes jogou o fino da bola, e deve ser um dos jogadores aproveitados no profissional com Eduardo Coudet. Cesinha, camisa 10 e capitão do Colorado, mostrou toda a sua habilidade na competição, assim como o atacante Guilherme Pato, com sua ótima capacidade de finalização. Lucas Mazetti, lateral-direito, destacou-se na competição, como a ótima dupla de zaga formada por Tiago Barbosa e Carlos Eduardo.

O jogo

Jogadores de Grêmio e Internacional mostraram um futebol bastante ofensivo na Copinha (Foto: Marcelo Braga/Globoesporte.com)

No primeiro tempo, a efetividade que os dois gaúchos apresentaram na Copinha deixou a desejar. Os dribles apareceram, as equipes trabalharam bem a bola no meio de campo, o Grêmio dominou grande parte da primeira etapa, mas a finalização das jogadas foi mal realizada e, por isso, Grêmio e Internacional foram para o intervalo com 0–0 no placar.

A emoção estava guardada para os próximos 45 minutos. Aos 7', Fabrício driblou os jogadores do Internacional na ponta esquerda e viu Elias chegar livre na área, mas o zagueiro Tiago Barbosa, do Internacional, apareceu para interceptar Fabrício, desviando a bola para o gol, tirando as chances de Emerson Júnior, que se preparava para o cruzamento. Após o gol do Grêmio, os jogadores foram até a torcida para comemorar, e o zagueiro Alison Calegari, já amarelado, subiu o alambrado, e tomou o segundo amarelo. Foi aí que o Inter assumiu o controle do jogo e pressionou o Grêmio, até que, aos 12', Matheus Monteiro cruzou para Guilherme Pato deixar tudo igual no Pacaembu.

O jogo foi decidido nos pênaltis. O Inter já havia vencido o Red Bull Brasil oitavas nos pênaltis, assim como o Grêmio, que eliminou o Vasco da Gama na semifinal também nos pênaltis. Matheus Monteiro perdeu o primeiro do colorado, e Vitor Prado fez o mesmo no tricolor. Depois, o Internacional marcou três pênaltis com Cesinha, Tiago Barbosa e Carlos Eduardo, enquanto apenas Gazão marcou para o Grêmio.

O Internacional soube aproveitar a desvantagem do Grêmio, que ficou perdido após perder Alison Calegari. As duas equipes mostraram um bom futebol durante toda a competição, incluindo na final, realizando uma partida eletrizante.

Internacional vence a Copa SP de Futebol Jr. pela quinta vez e se torna o segundo maior campeão da competição junto do Fluminense (Foto: SC Internacional)

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