O primeiro turno instável do Náutico na Série B

Veja o que aconteceu para o rendimento da equipe sair de cinco vitórias nas cinco rodadas iniciais para cinco derrotas nos últimos cinco jogos

Raoni Ramos
Mezzala
4 min readAug 21, 2021

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O ex-técnico do Náutico, Hélio dos Anjos. (Foto: Tiago Caldas/CNC)

O Náutico terminou o primeiro turno da Série B 2021 de forma melancólica. Após a derrota para o Cruzeiro, em casa, na última rodada, a equipe chegou a uma sequência de seis jogos sem vitória, sendo cinco derrotas seguidas. O mais impressionante é que esse retrospecto negativo aconteceu logo depois do alvirrubro ter batido o recorde de invencibilidade da Série B por pontos corridos. A marca superada pertencia ao Corinthians que, em 2008, conseguiu onze jogos sem derrota, com oito vitórias e três empates. Já o Náutico de 2021 atingiu incríveis catorze jogos invicto, com oito vitórias e seis empates.

O que aconteceu para o rendimento da equipe sair de cinco vitórias nas cinco rodadas iniciais para cinco derrotas nos últimos cinco jogos?

A BOA FASE

A escalação base do Náutico.

Na semifinal do Campeonato Pernambucano de 2021, contra o rival Santa Cruz, Hélio dos Anjos escalou pela primeira vez o time que se tornou a base do Náutico vitorioso (indicado na imagem ao lado). O encaixe dessa equipe titular aconteceu de forma rápida e conseguiu entregar tanto resultado quanto desempenho. Assim, o Náutico se transformou numa das principais atrações do Brasil, não apenas da Série B.

O alvirrubro pernambucano se destacou muito pela intensidade que colocava nos jogos durante os 90 minutos.

As peças individuais foram primordiais para o funcionamento coletivo da estratégia de Hélio. Wagner Leonardo e Camutanga na composição da dupla de zaga permitia a boa execução da ideia de marcação alta adotada pelo treinador.

Comemoração característica do Náutico em 2021, reunindo todos os jogadores. (Foto: Tiago Caldas/CNC)

Outro destaque era o volante Rhaldney, cria da base alvirrubra, que executou muito bem a função de meio campista que chega como elemento surpresa na área adversária, além de auxiliar na saída de bola. Na parte ofensiva, o time contava com um quarteto muito bem entrosado composto por Jean Carlos, Erick, Vinicius e Kieza.

Esse período que corresponde das finais do estadual até os catorze jogos invictos na Série B deram ao torcedor do Náutico a sensação de que o acesso estava bem encaminhado e seria apenas uma questão de administrar com calma a vantagem obtida. No entanto, perdas importantes no time titular - por diversos motivos - e a falta de agilidade da diretoria em buscar reforços fizeram a tranquilidade ser substituída pela incerteza.

OS DESFALQUES

O atacante Erick no seu último jogo pelo Náutico diante do CRB. (Foto: Tiago Caldas/CNC)

Apesar de contar com um ótimo time principal, não era difícil perceber que o elenco alvirrubro necessitava de reforços, ainda mais levando em conta a quantidade de jogos da competição. Isso ficou mais evidente quando jogadores importantes foram deixando o time.

O primeiro desfalque foi o atacante Erick, que fez dois gols e deu duas assistências em oito jogos nesta Série B. A saída já era esperada, uma vez que o Náutico não tinha condições de negociar a compra do jogador junto ao Braga.

Duas partidas depois, o alvirrubro já não contava mais com o zagueiro Wagner Leonardo. Ele saiu após o Santos solicitar o retorno do jogador que estava emprestado ao time pernambucano. Em seguida, a última grande perda do Náutico foi a do artilheiro Kieza, que lesionou o ligamento do tendão do tornozelo esquerdo no empate de 1x1 contra o Brusque, pela 14° rodada.

Com essas saídas, a fragilidade do elenco foi exposta. A consequência foi que nos últimos nove jogos do turno, o que representa quase 50% dos jogos disputados, o Náutico teve um aproveitamento de 22,2% dos pontos. Apenas Brasil de Pelotas e Confiança, os dois últimos colocados da competição, possuem um aproveitamento geral de pontos tão baixo ( 22,2% e 22,8%, respectivamente).

PENSAR NO RETURNO

Marcelo Chamusca novo treinador do Náutico. (Foto: Jorge Rodrigues/AGIF)

Os resultados foram tão decepcionantes que, na manhã seguinte após a derrota para o Cruzeiro, o técnico Hélio dos Anjos solicitou o desligamento do clube. Para substituí-lo, a diretoria anunciou no mesmo dia a contratação de Marcelo Chamusca, que já defendeu o Botafogo nesta Série B. A direção alvirrubra prometeu ao treinador qualificar o elenco e buscar um goleiro, um lateral esquerdo, um jogador para o meio de campo, um ponta e um zagueiro.

É importante que a chegada do novo treinador traga um novo ânimo para o Náutico, que ainda têm condições de brigar pelo acesso. Atualmente, a equipe se encontra na sétima posição, somente dois pontos atrás do G4.

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Raoni Ramos
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Estudante de jornalismo, 19. Quero escrever sobre futebol e outras coisas menos importantes.