Paulista: glória de 2005, tristezas após

Último campeão da Copa do Brasil fora da primeira divisão nacional, o Paulista chegou perto do fim e hoje está longe até da elite estadual

Guilherme Freire Azevedo
Mezzala
4 min readOct 29, 2020

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Foto: Agência O Globo

O Paulista Futebol Clube é um clube de futebol de Jundiaí, cidade do interior de do estado São Paulo. Fundado em 17 de maio de 1909 como prosseguimento ao Jundiahy Foot Ball Club, equipe que existia na cidade seis anos antes. No entanto, foi em 2005, quase 100 anos após a criação, que o Galo do Japi (apelido do time) chegou ao maior título, a Copa do Brasil.

O início do século XXI foi, sem dúvidas, o período mais movimentado da história do clube. Isso, pois, até 2002, por parceria com a Parmalat, a equipe era nomeada por Etti Jundiaí. Consequentemente, após a empresa retirar os investimentos, o nome voltou ao tradicional. Logo após, em 2004, uma boa campanha no estadual levou o Paulista ao vice do torneio e, no ano seguinte, para a Copa do Brasil.

Foto: Reprodução

No torneio nacional, o Paulista era levado como azarão. Ocupante da Série B do Brasileirão, estreou contra o Juventude. Contra os gaúchos, o time comandado por Vágner Mancini (ex-jogador do Galo) venceu jogando no Jayme Cintra, em Jundiaí, e segurou um empate no Alfredo Jaconi.

Posteriormente, deixou para trás o Botafogo, após empatar os dois jogos e se classificar pela regra de gols fora de casa. Sem pressão por classificação, eliminou o ótimo Internacional nos pênaltis, nas oitavas de final. No sufoco, o Galo do Japi enfrentava sem medo clubes maiores. Nesse sentido, nas quartas de final, venceu, também em disputa de pênaltis, o Figueirense.

Para toda Jundiaí, a campanha do Paulista seria gloriosa de qualquer forma. No entanto, o Cruzeiro de Fred não foi páreo para o clube do interior de São Paulo. Após derrotar os mineiros por 3x1 em casa, foi jogar no Mineirão. Em Belo Horizonte, levou, atordoado, 3x0 na primeira etapa, mas após o intervalo, marcou duas vezes e garantiu a vaga na final.

Foto: Gazzeta Press

A final era contra o Fluminense. O sonho parecia estar acontecendo para os torcedores do Tricolor Jundiaiense e no jogo de ida o primeiro capítulo, de fato, aconteceu. Uma boa vitória por 2x0 no Jayme Cintra colocou o Paulista em vantagem. Na volta, o Tricolor Carioca parou no ferrolho defensivo armado por Mancini e não conseguiu bater o Galo do Japi, em pleno Rio de Janeiro. Título de tamanho imensurável para o Paulista.

O time base do Galo era: Rafael, Lucas, Réver (atual Atlético-MG), Dema (Anderson Batatais), Julinho; Fábio Gomes (ex-Sport), Cristian (ex-Corinthians), Juliano, Márcio Mossoró (ex-Internacional); Léo e André Leonel.

Além dos mais utilizados, Victor (atual Atlético-MG), Fábio Vidal (ex-Ceará), Amaral (ex-Vasco) e Finazzi(ex-Corinthians) fizeram parte do elenco.

Ao contrário do esperado por muitos, o Paulista não engrenou nos anos seguintes. Utilizado por grandes grupos financeiros de projetos esportivos duvidosos, o tradicional time caipira caiu livremente nas divisões nacionais, sendo a Série C de 2008 o último Campeonato Brasileiro da história do clube.

Porém, a pior fase do Galo foi após 2014. Naquele ano, em crise financeira, o rebaixamento à A2 estadual chegou. Não suficiente, em 2016 o descenso à A3 e no ano seguinte a queda para a Série B do Paulista (correspondente à quarta divisão) escancararam a crise do clube. Com isso, tentativas milagrosas de resgate aparecerem e até o leilão do Estádio Jayme Cintra.

Atualmente, um projeto do clube junto aos grupos Kah Sports e Fut Talentos tenta resgatar a glória ao Paulista. Em 2019, o Galo do Japi levou o título da “Bzinha” estadual. Porém, na atual temporada, foi rebaixado novamente.

Foto: Paulista FC

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Cursando Jornalismo. Aqui você vai encontrar futebol, política, devaneios e poesia, talvez tudo junto.