CREIA!
Fracassos São Milagres Não Reconhecidos Pelo Vaticano.
Falo muito em fracasso. Principalmente dos meus possíveis fracassos.
Não acho ou achava isso um problema ou algo auto depreciativo.
Porém, depois de vários toques e conselhos, de minha companheira e de uns poucos chegados, fui me policiando e diminuindo o uso de tal expressão.
Na verdade nunca, em momento algum, me senti um fracassado. Os fracassos pessoais a que me refiro são também por outro lado grandes vitórias. Foram realizações concretas. Contaram muitas vezes com a ajuda e talento de outras pessoas.
Para a grande maioria o fracasso é um erro, uma ação mal sucedida. Para mim, o fracasso é o resultado quantitativo de tal ação. Apenas isso: números. Se forem baixos, o fracasso está consolidado.
Sempre gostei de quantidade, mas na arte, às vezes, isso é um tiro no pé. Porém insisto e sigo atirando para todos os alvos possíveis. Alvos metafóricos, claro.
Se não, vejamos alguns exemplos:
Tive duas lojas de CDs que eram muito mais que um simples local de vender discos. Elas foram referência e conhecidas mundo afora.
E, se, por vários motivos, não ganhei tanto dinheiro, o que é considerado um fator de credibilidade para se determinar sucesso ou fracasso, por outro sempre tive um grande reconhecimento do feito.
Gravei um LP, CDs, escrevi livros, fiz dezenas de letras de músicas com parceiros de altíssima qualidade. Abri negócios. Apoiei gente que eu curtia.
Trabalhei em diversos lugares. Fui árbitro de futebol. Radialista. Museólogo. Vendedor, supervisor de colagem de bussdoor. Auxiliar de escritório. Trabalhei no financeiro de uma empresa do Estado, e até com publicidade. Devo ter esquecido alguma atividade.
Passei também bastante tempo desempregado, fazendo pequenos bicos.
Não me aposentei e nem vou. Só trabalhei com carteira assinada por uns poucos anos. Escolha minha, muitas vezes.
Mas ainda assim, para muitos, o que importa é que não fiquei rico com nada disso. Nem consegui, ao menos, ganhar uns trocados a mais. Por isso para elas sou um fracasso. Mesmo que não digam eu vejo nos seus olhos. Sinto no ar.
Não me importo. Tudo, eu disse tudo, que quis fazer em minha vida eu fiz. Sozinho, ou com a ajuda ou apoio de alguém. Mas fiz. E vou continuar fazendo.
Posso até não ter sonhado muito alto, mas também não cai de muito alto.
Portanto nobres amigos e amigas que lêem essas e outras mal traçadas linhas não se enganem, fracasso mesmo é não tentar. Não arriscar. Não fazer.
Eu fiz. Eu faço e eu farei. E vou sempre tentar fazer. Sempre...
Sacou?
Reverento T para o Microphonia.
