CREIA!

Não Escolha Errado o Seu Super-Herói

Reverendo T aka Tony Lopes
Microphonia
Published in
3 min readMay 31, 2020

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Thor — Avengers Endgame, 2019, Marvel Movies.

Até onde eu sei não existe super herói gordo.

Porém a vida real, às vezes, nos guarda surpresas que não estão escritas nem nas histórias em quadrinhos e nem nos filmes de ação.

Todo mundo tem um amigo gordo, super legal e cheio de graça. Um super fofo.

Mas falo de algo maior, bem mais pesado e intenso. Daquele cara que cola contigo nas piores roubadas. Que te estende a mão pra te tirar do fundo do poço. Que compartilha sua birita.

E o rock baiano, que tanto adoro, é uma grande roubada. Todos sabem.

Temos até um slogan atribuído a Irmã Dulce: se tá no rock é pra se fuder.

Mas o nosso herói não voa e nem tem superpoderes. Nem usa capa.

Basta você olhar pra baixo, bem pra baixo, lá nos porões escuros e escrotos onde alguma banda de rock estiver tocando e lá estará ele. Camisa preta indefectível. Copo na mão.

Inevitável não encontrá-lo nesses ambientes inóspitos e totalmente rockers.

Você também poderá vê-lo em locais mais arejados. Comandando o baile. Ele consegue transitar nos dois mundos. Um DJ cheio de nuances e ritmos da pesada.

Ele, o gordo, tem acesso livre e irrestrito a vários lugares. Desconheço, mas sei que tem, quem não goste dele. E quem não tem desafetos, né?

"Hey gordão, tome cuidado

Hey gordão, não se arrisque mais

Você pode sentir

Que eu não digo por mal nenhum

Voe como uma pluma

Esqueça do macarrão

Hey gordão, abra seus olhos

Hey gordão, esqueça o macarrão

Isto é razão para você salvar sua pele

Esqueça do macarrão

Voe como uma pluma

Esqueça do macarrão"¹

Acho que a partir de agora posso trocar o "gordo" por "Big".

Uma coisa posso afirmar, nesses meus mais de trinta anos de labuta pelo underground baiano. Sei que, sem ele, muita coisa não teria acontecido. O seu papel, que se modificou e se transformou várias vezes, foi e é fundamental em vários aspectos.

Desde o leva e traz de discos, até a produção de eventos personalizados. E foi ele que sedimentou o respeito que o rock baiano adquiriu graças ao seu empenho. Aqui, ali e acolá.

Merece um livro. E, creia, planejo escrevê-lo já há uns dois ou três anos.

Tá rabiscado na mente. Uma BiGografia.

E se, até agora, você não sabe de quem estou falando, me faça um favor e me apresente outro que também tenha carregado com maestria e elegância nos ombros toda uma cena.

Sei que agora alguns dirão: que cena?

E eu responderei: a cena que eu, ele e uns poucos loucos tentam provar que existe. Há décadas. Na cidade do axé, na cidade do horror.

Então deixo aqui registrado o meu respeito e admiração por esse cara que dignifica o rock baiano.

Querido do Oiapoque ao Chuí… adorado por paulistas, mineiros, pernambucanos, gaúchos, cariocas, sergipanos...

Muito prazer, sei que eu não sou ninguém, mas ele é. Ele é o meu big amigooooo…..

Rogério Bigbross.

Palmas, senhoras e senhores, palmas.

Yeahhhhh!

¹ Hey Gordão (J. Renato Albanese / Próspero Albanese) da banda Joelho de Porco

Tony Lopes para o Microphonia.

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Reverendo T aka Tony Lopes
Microphonia

escrevo blasfêmias , orações e letras de músicas que poucos irão ouvir.