SELF FISH
Preciso Mudar de Assunto.
Gostaria muito, ou melhor, preciso urgentemente falar de outra coisa, falar de coisas boas, de coisas alegres. Estou ficando meio saturado de estarmos tão monotemáticos.
A saúde, a economia, a cultura, as relações familiares, as relações de trabalho, a política, tudo, hoje em dia, gira em torno do coronavírus. Não é pra menos. A coisa é séria e feia (no momento, já são mais de 15.000 mortos, só no Brasil, e o número não para de crescer) e, pior, ninguém sabe o que fazer. No fim das contas, já fomos todos atingidos por essa merda desse vírus, mesmo que jamais tenhamos contato com ele.
Mas, como eu ia dizendo, eu preciso mudar de assunto, falar de coisas boas, de coisas alegres. Não quero mais saber dessa discussão sem sentido sobre se é melhor preservar a vida das pessoas ou os seus empregos, dessa briga estúpida entre saúde e economia, entre os adeptos do #ficaemcasa e do #obrasilnaopodeparar. Não quero mais ouvir comparações entre isolamento horizontal, vertical, diagonal, transversal, perpendicular, paralelo, o caralho! Chega! Agora, é preciso salvar vidas. Ponto. E, por enquanto, a maneira mais eficaz é o distanciamento. Não tem discurso, palavrão, fake news, troca de ministro, buzina, chilique ou mugido que mude esse fato.
Mas, voltemos. Vamos falar de coisas boas, de coisas alegres. Chega de preocupação. Já bastam as notícias que nos preocupam, as previsões que nos preocupam, a falta de norte que nos preocupa, a estupidez que nos preocupa. Chega de tristeza, já basta a saudade. Já são mais de dois meses sem ver meus amigos, sem tocar, sem ensaiar, sem ir a shows, sem comer um acarajé!!! E não temos ideia de quando, ou se, poderemos voltar à vida normal(não que o normal fosse o ideal, mas, aí é outro assunto). O dia das mães esse ano foi pelo WhatsApp e a minha já tá com quase 90. Eu preciso aproveitar cada beijo e cada abraço, mas beijos e abraços são um risco e, pra ela, mais ainda. TÁ FODA!
Mas, desculpem, fugi completamente do tema a que me propus. Prometi mudar de assunto e promessa é dívida. Quero falar de coisas boas, de coisas alegres.
Devo, não nego, pago quando puder. Vai ficar pra outra vez. É isso.
Paulo Peixe para o Microphonia.
