CREIA!

Quanto Vale Um Conto?

Reverendo T aka Tony Lopes
Microphonia
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3 min readNov 3, 2020

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O último momento de Atala — Luis Monroy, 1871.

Nunca escrevi um conto. Quer dizer até aquela noite nunca tinha escrito um. Hoje já tenho um conto no meu currículo. Ainda não foi publicado mas logo será. Coisas da pandemia. De amizades.
Uma noite dessas recebi uma mensagem pelo WhatsApp. Era um amigo me perguntando se escrevia contos e se queria participar de uma antologia.
É amiguinho, foi assim na lasca. Indaguei o que poderia ser considerado um conto, e corri para o Google para pesquisar o que exatamente era um.

Faz muito tempo que sai da escola e nunca fui um grande aluno mesmo. Ah! os estudos…
Ando com a moral elevada ultimamente por uns dois ou três elogios que recebi e também por um monte de parcerias musicais que tenho feito. O tempo tarda mas não falha. Só falta agora o retorno financeiro que nunca vem.
Perguntei qual era o prazo e como resposta ouvi que seriam de poucos dias.
Topei mas firmei um pacto com o meu futuro editor. Eu iria escrever o conto e submeter a ele para que o texto fosse minimamente avaliado.
O nosso compromisso foi que se ele não gostasse não deveria publicar, em contrapartida eu me comprometi a ajudá-lo mesmo se não tivesse o tal conto publicado no livro.
E meti a mão imediatamente no teclado do velho celular sem sentir saudades da máquina de datilografia. Nenhuma ideia pré estabelecida. Apenas fui teclando.
Desde o início da pandemia venho escrevendo a convite desse honrado coletivo, o Microphonia, textos que até então eram os maiores já escritos, porém ainda distantes, em tamanho e formato, de um verdadeiro conto.
Primeiro deveria escolher um tema e optei logo de cara por não fazer isso. Apenas comecei a juntar as palavras e ao mesmo tempo fui deixando a história ser escrita por vontade própria. Tomando seu rumo e suas decisões. Meio como uma nau à deriva, condição essa que todos nós estamos passando e que acabou se mostrando uma boa escolha. Ou não.
Pareceu simples. E foi. Acabei em pouco tempo, em algumas horas se tanto, e enviei para o Matheus Peleteiro. Escritor jovem e talentosíssimo que é o tal editor que me fez o improvável e irrecusável convite.
Ele tomou um susto pela rapidez. Leu, fez algumas perguntas, ressalvas, sugestões e comentários mas pasmem, gostou.
Simples, não é?

Me disse, com a sua elegância, que se fosse dar uma nota seria maior do que cinco, critério esse que eu mesmo impus. No meu tempo, cinco era a nota necessária para passar na matéria. Pra mim o suficiente. Quase nunca excedia esse limite. Sempre fui mediano mas jamais medíocre. Quero crer. Creia.
Então é isso. Fiz o meu primeiro conto e ele será publicado. A felicidade enfim bateu na minha porta…
Mas tinha mais. Logo tomei conhecimento quais seriam os outros autores e fiquei em estado de graça. Alguns eu não conhecia, é vero. Mas dentre os conhecidos tinha uma verdadeira seleção de craques, padrão copa de 70. Entende?
Pois bem, logo o livrinho estará batendo à sua porta. Abra e deixe essa galera te contar um monte de coisas muito interessantes.
Tá curioso? Tomara.
Eu estou ansioso. E penso até em pendurar as minhas chuteiras. Gols assim não acontecem todos os dias.

Nem pandemias… CreiA!

Reverendo T para o Microphonia.

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Reverendo T aka Tony Lopes
Microphonia

escrevo blasfêmias , orações e letras de músicas que poucos irão ouvir.