ON THE ROCKS

¡Viva la Muerte!

Walter Hupsel
Microphonia
Published in
2 min readMar 29, 2020

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Imagem do filme “O sétimo selo” (Ingmar Bergman, 1957).

Saúdem a morte, aplaudam-na. E vivam na morte.

Esse era o mote do Generalíssimo Francisco Franco, o ditador que dilacerou a Espanha na guerra civil (1936–1939) governando-a até sua morte em 1975. Franco não estava sozinho, teve padrinhos durante a guerra civil (Hitler e Mussolini, mas que morreram durante a II Guerra), e um grande amigo e vizinho, Salazar, tão longevo quanto o general.

Sim, fascistas! Franco, Salazar, Mussolini, cada qual com sua especificidade, compõem o triunvirato do fascismo europeu.

¡ABAJO LA INTELIGENCIA, VIVA LA MUERTE!

Nossa crise não é só o efeito do COVID-19, esse poderia ser mitigado como afirmam os especialistas sanitários. Nossa crise também não é só o efeito da economia, facilmente mitigada com medidas anti-cíclicas que vêm sendo adotadas pelo mundo.

Nossa crise é moral, ética e cognitiva.

Não há possibilidade de argumentação racional com os ruminantes, pois eles não jogam no campo da cognição.

Não há possibilidade de moralidade com os fascistas, pois a moral deles é uma pulsão de ordem e de morte.

Não há possibilidade ética com os mercadores da morte, pois são, sobretudo, anti-conhecimento, anti-ciência.

“O Trabalho Liberta” diz a infame placa na entrada de Auschwitz. O Trabalho liberta, diz Bolsonaro em seu trottoir pelas cidades satélites de Brasília. Em comum a morte como política e razão.

Contra eles, dancemos sozinhos em nossas casas. Bebamos. Façamos arte, sexo.

Nos façamos desejo.

Nada é mais humano que o desejo. Nada é mais humano que a vida.

VIVA A VIDA!

Walter Hupsel para o Microphonia.

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Walter Hupsel
Microphonia

Cientista político, punk, anarco… uma caralhada de moléculas em choque constante. Aqui é barulho, dissonâncias e muito fuzz. Só JESUS (AND MARY CHAIN) SALVA!