6 documentários que todo fã de luta precisa assistir
A atmosfera das artes marciais nunca se deteve apenas ao ringue, ao tatame ou ao octógono, aqui vão seis documentários sobre lutas que tratam bem mais do que apenas socos e chutes.
Por trás de toda ação que ocorre diante dos holofotes que espetacularizam as diversas artes marciais existentes, há histórias incríveis de lutadores, eventos esportivos e famílias que reinventam a arte do combate.
Esportes milenares, fatos controversos de astros dos ringues, batalhas diárias de anônimos do meio; tudo isso faz parte da lista a seguir, que traz alguns documentários que retratam as pelejas ancestrais e contemporâneas de quem vive da luta.
Brasil de luta
Das origens ancestrais do combate no Brasil à glória do esporte nacional, confira alguns documentários que se dedicam a esmiuçar a vida e o legado de alguns dos expoentes das artes marciais em nosso país.
1. A Luta do Século (2016)
Documentário do baiano Sérgio Machado, A Luta do Século narra a histórica rivalidade entre o pernambucano Luciano “Todo Duro” e o baiano Reginaldo “Holyfield”. Segundo o cineasta, o documentário foi pensado para falar sobre o Brasil, “falar de injustiça, de impossibilidade, de desigualdade, de quanto é difícil pra esses caras analfabetos vencerem”, como conta em entrevista à Vice.
A narrativa tem nuances que vão do cômico ao dramático. É difícil não se emocionar ao contemplar o cotidiano dos dois boxeadores nordestinos que, aos 50 anos, vivem o declínio de suas carreiras na periferia de Pernambuco e de Salvador. Por trás dos holofotes de uma das maiores sagas do pugilismo brasileiro (são 7 lutas em 20 anos!) há a miséria, o ostracismo e o vazio. A luta do século não se resume aos ringues, mas é metáfora pronta para tratar da vida. Um filme sobre boxe que agrada até quem não é fã do esporte.
2. Terra de Luta — As Origens da Luta no Brasil (2017)
Como o próprio subtítulo traduz, Terra de Luta investiga as raízes das lutas no Brasil. O estudo do historiador Leandro Paiva é propagado pelas lentes do cineasta Tadeu Jungle nessa co-produção entre o Ultimate Fighting Championship (UFC), o Canal Combate e a produtora Academia de Lutas.
A história das artes marciais é vasculhada desde a pré-história — período no qual já existiam vestígios de combate, como conta Leandro Paiva ao analisar figuras rupestres em sítios arqueológicos no Piauí. Historiador e cineasta ainda passam por Salvador e pela Ilha de Marajó, no Pará, para pesquisar a tradição da Capoeira e da luta marajoara Huka-Huka, da tribo indígena Kamayurá. O documentário é precioso para os fãs assíduos das Artes Marciais Mistas (MMA), pois pretende resgatar os primórdios da modalidade.
3. Os Gracies e o Nascimento do Vale-Tudo (2009)
Das origens pré-históricas do MMA no número 2 da lista, partimos diretamente para a origem contemporânea do esporte. Neste número, senti-me na obrigação de indicar um documentário que retratasse a história do maior fenômeno das artes marciais brasileiras no século XX: a família Gracie.
Dentre outros bons filmes, como Choke (1999) e Hélio Gracie, O Primeiro Samurai Brasileiro, escolhi Os Gracies e o Nascimento do Vale-Tudo por ser o documentário que melhor apresenta o estilo de vida e a tradição de uma das famílias mais respeitadas e controversas da história do esporte.
Da criação do jiu-jitsu brasileiro com os patriarcas Carlos e Hélio ao auge do esporte — a criação do UFC por Rorion Gracie — o documentário perpassa as glórias, derrotas, brigas, polêmicas, divisões familiares, filosofia e tradição do clã que reinventou as artes marciais no mundo.
Assista ao trailer do documentário (em inglês):
Sessão Netflix
Aqui vão sugestões para você que não sai do streaming quando o assunto é assistir a filmes online. Dor, talento e resistência são algumas características marcantes dos filmes disponíveis no catálogo da Netflix que serão apresentados a seguir.
4. Dawg Fight (2015)
Se você tem o estômago fraco, não assista a esse filme. Sangue derramado, brutalidade e agressão são eventos retratados recorrentemente. Dawg Fight se situa nos subúrbios de Miami, onde ocorrem lutas ilegais no quintal da casa de Dada 5000, personagem central do documentário.
O bairro da periferia de Miami concentra uma população de maioria afro-americana que vive sob condições de pobreza e altos índices de criminalidade. Desesperançosos, os jovens veem no ringue improvisado uma chance de ascensão social. Entretanto, a violência não é glamourizada. O filme expõe uma triste realidade de miséria e de luta por sobrevivência.
5. Contragolpe (2017)
O título do documentário original da Netflix não representa apenas um movimento típico do boxe, mas uma reação da nova geração de lutadores à queda de popularidade do esporte.
O documentário de Jay Bulge acompanha a história de três pugilistas em estágios diferentes na carreira: um jovem promissor em início de carreira, um lutador amador obstinado a chegar no nível profissional e um pugilista profissional com a carreira consolidada.
Mesmo diante da queda de prestígio do boxe e do distanciamento da época de ouro do pugilismo, os três atletas buscam o êxito em rotinas diárias de treino intenso. O documentário é cativante e inspirador.
6. O Espetáculo da Dor (2016)
Dos mesmos produtores dos aclamados Tiros em Columbine (2002) e Fahrenheit 11 de Setembro (2004), o documentário vagueia entre os momentos de dor e de fama dos maiores astros da atualidade do MMA, especialmente do UFC — como Jon Jones, Ronda Rousey e Fabrício Werdum.
O documentário tenta desviar o estereótipo de violência do esporte. Diferente da premissa do filme de “levar um olhar mais profundo sobre o esporte”, por vezes, o filme aparenta ser uma colcha de retalhos de diferentes depoimentos de grandes astros das lutas. Com a narração de Kevin Costner, o filme é uma boa pedida pra quem é fã do esporte e gostaria de assistir a uma produção um pouco mais hollywoodiana.