MPB — Música Problematizadora Brasileira
MPB, Rock, Funk: não importa o gênero. Tudo pode virar espaço para problematização. Confira, em nossa lista, 10 artistas nacionais que emprestam suas vozes e composições em favor do questionamento social
Por Gabriela Feitosa, William Barros e Davi César
As problematizações levadas a público por artistas brasileiros sempre favoreceram conscientização e debate. Seja no samba de raiz seja no rap nacional, a música brasileira representa as mais variadas vozes e classes. Nos anos 1960 e 1970, as canções de protesto contra o regime militar tornaram-se clássicas nas vozes de Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré e Belchior, dentre outros artistas. “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”, uma das mais emblemáticas criações musicais do período, intimava: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Na década de 1980, o rock’n roll de Cazuza, dos Titãs e da Legião Urbana chegava para questionar, por exemplo, “Que país é esse?”. Já na década de 1990, foi a vez do rap — com a poesia ritmada de Thaíde, MV Bill e Racionais MC’s — trazer à tona o cotidiano violento da periferia e nos mostrar como era “sobreviver ao inferno”.
Hoje, problematizar na arte ainda é preciso. À medida que opressões da época ditatorial passam a não mais existir, novas problemáticas, pouco discutidas em outros tempos, como feminismo e questões de gênero, começam a ganhar maior destaque. Diversos artistas da nova safra musical brasileira compreenderam isso e vêm se empenhando para discutir questões de relevância em diversas agendas — raciais, femininas, políticas — sejam estas realidades recentes, sejam históricas.
O protesto por meio da arte segue se renovando nas formas de comunicar e de se propagar. Redes sociais como Facebook e Youtube impulsionaram produções independentes de artistas do país inteiro e deram voz a uma nova geração da música brasileira, que pode ser sentenciada no trecho de Flutua, canção de Johnny Hooker com participação de Liniker: “Um novo tempo há de vencer pra que a gente possa florescer”.
Mas, se você é daqueles que acham que “não se fazem músicas boas como antigamente”, tente deixar esse pensamento de lado por um instante e mergulhar na diversidade de possibilidades que o cenário musical brasileiro pode apresentar! Em nossa lista, você encontra 10 artistas ou bandas que trazem atuais e pertinentes questionamentos no repertório musical sobre o cenário social que vivemos hoje.
- XÊNIA FRANÇA (Indicação de Gabriela Feitosa)
“Mais Conhecida como Xaniqua Jonhson!”. É assim que a cantora se apresenta em seu Facebook, no que parece ser uma referência à Shaniqua Johnson, personagem do filme Crash — No limite (2004), que traz como questão central a temática racial. E isso diz muito sobre a artista e seu disco solo lançado recentemente.
Xênia é baiana e chegou a São Paulo com o sonho de ser modelo, mas acabou descobrindo seu talento pela música — que mais tarde seria unido à sua militância feminista e negra. Em 2011, iniciou sua carreira na banda Aláfia, em que era a única mulher vocalista. O grupo tratava de questões étnicas em canções bastante densas, algo marcante na trajetória musical de Xênia. Foi em seu disco solo intitulado Xenia (2017) que ela concretizou o sonho de ter um projeto pessoal.
O álbum é uma provocação bem-vinda a esses tempos em que a problematização é vista muitas vezes como desnecessária. Em uma conversa forte e incisiva, mas, ao mesmo tempo, delicada e intimista, Xênia escancara temas como a apropriação cultural, a solidão da mulher negra e os racismos diários e estruturais.
Do disco, destaco Pra que me chamas, Perfeita pra você e Respeitem meus cabelos, brancos, mostrando o que você vai encontrar em quase 48 minutos de pura ancestralidade: uma mistura gostosa de ritmos afro-brasileiros, representatividade e a certeza de que a produção musical negra é muito forte.
2. FRANCISCO, EL HOMBRE (Indicação de Gabriela Feitosa)
Trilha sonora da novela O outro lado do Paraíso (2017, Rede Globo), “Triste, louca ou má” tem se tornado uma canção porta-voz da trajetória de muitas mulheres que passam ou passaram por algum tipo de relacionamento abusivo.
“Francisco, el hombre” é nome de um personagem lendário da cultura popular colombiana, presente no livro “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez, e também dá nome à banda que já fez diversos shows pelo Brasil, além de outros países da América Latina.
A banda brasileira, composta por cinco membros, lançou seu último álbum em 2016 com o nome de SOLTASBRUXA. Assim mesmo, tudo junto e em caixa alta. A ousadia da banda pode ser observada em trechos como: “Se a um fascista é concedido cargo alto e voz viril (…) Mesquinhez e intolerância, bolso nada que pariu.”, da faixa Bolso Nada.
Francisco, el hombre estará em Fortaleza para o festival de arte e cultura Maloca Dragão. Detalhes como o horário do show e local podem ser conferidos aqui.
3. JOHNNY HOOKER (Indicação de William Barros)
Nos palcos, o pernambucano John Donnovan assume uma outra personalidade: Johnny Hooker, “uma mulher em fúria no corpo de um homem com os olhos marejados de lágrima”, como o próprio artista define seu alter ego. “Eu assumi esse nome [Hooker], gíria americana para prostituta] por ter essa perspectiva da objetificação das mulheres, do machismo que elas sofrem diariamente.”, afirmou em entrevista à revista Caliban.
O álbum Eu Vou Fazer uma Macumba pra te Amarrar, Maldito! (2015) — primeiro trabalho da carreira de Johnny — trata de sexo, dor e vingança, trazendo a classe LGBT como pano de fundo para canções românticas, em faixas como Segunda Chance e Você Ainda Pensa?.
Depois de colocar suas músicas nas trilhas sonoras de filmes, novelas e vencer na categoria “Melhor Cantor” no Prêmio da Música Popular Brasileira (2015), Hooker lançou o disco Coração (2017), com a faixa Touro, que carrega um tom político: “Fascistas, passem por lá / Levando o seu mau agouro”. Entretanto, é impossível não destacar Flutua, canção que conta com a participação de Liniker. Nesta faixa, a bandeira levantada é a do amor livre: “Um novo tempo há de vencer pra que a gente possa florescer e, baby, amar, amar sem temer”.
O clipe de Flutua (acima) é um capítulo à parte. Nele, os atores Jesuíta Barbosa e Maurício Destri interpretam um casal que é vítima de homofobia — o personagem de Maurício é agredido após darem um tímido beijo na boca. A grande inovação é que todos os diálogos do vídeo acontecem através da Língua Brasileira de Sinais, levantando a temática da inclusão social dos surdos.
4. LINIKER E OS CARAMELOWS (Indicação de William Barros)
Não foi à toa que a banda se sagrou vencedora na categoria “Revelação” do Prêmio Multishow de Música Brasileira de 2016. Em 2015, quando um vídeo intimista de Liniker cantando a deliciosa canção Zero começou a circular pela internet, a voz grave e o visual (turbante, saias, brincos de argola e batom roxo contrastando com a barba da artista araraquarense) chamaram atenção, concomitantemente a um momento bastante propício para que os padrões de gênero fossem questionados de forma mais incisiva.
Depois do lançamento do EP Cru (2015) e a consolidação do sucesso, foram inúmeras as entrevistas em que teve de explicar sobre a sua identidade de gênero. Inicialmente, optou pelo não-binarismo. Até que, em meados de 2016, entendeu-se como uma mulher trans e negra. Daí em diante, o uso do artigo feminino foi definitivo em sua vida, processo relatado em entrevista ao programa Espelho, com Lázaro Ramos (2017, Canal Brasil).
Com os Caramelows, Liniker lançou o disco Remonta (2016), no qual abordam temas como amor, relacionamentos (a exemplo das faixas Tua, Sem Nome, mas com Endereço e Ralador de Pia) e empoderamento (caso da canção BoxOkê).
Para além das entrevistas e das composições, a intenção de Liniker em empoderar o público é evidenciada em um momento do show conhecido como “Bênção do Lacre”, mostrado durante entrevista da banda no Programa do Jô. Vale a pena conferir!
5. CARNE DOCE (Indicação de Gabriela Feitosa)
Com dois álbuns lançados, Carne Doce é, hoje, um dos expoentes do cenário musical independente brasileiro. A banda nascida em Goiânia, de Salma Jô e Macloys Aquino, que já haviam trabalhado juntos (o EP Dos Namorados), conta hoje com cinco integrantes e milhares de fãs. Carne Doce (2014) apresenta a banda com a carga de originalidade, já muito característica do grupo, que sempre acompanha as letras e melodias.
O álbum flerta o tempo inteiro com questões sociais, desde discussões étnicas até o “ser tão urbano” das cidades. Mas, Salma, a vocalista, não é tão óbvia. “Eu gosto de complicar as coisas”, disse ela em entrevista ao programa Cultura Livre, no final de 2016. A cantora mostra isso muito bem nas letras ousadas, ásperas e incômodas de Princesa (2016), que foi considerado um dos melhores álbuns do ano por blogs como Noize e Miojo Indie.
Carne Doce aborda temas espinhosos de uma forma mais espinhosa ainda e o resultado disso está em músicas como Falo, que diz: “E é bom que você se cuide, não vai ter quem lhe acude quando eu quiser te capar”.
O álbum é, em essência, uma reunião efervescente de temas necessários para discutir o que é ser mulher, o que é ser gente.
Ele conversa com momentos íntimos da própria vocalista e expõe inseguranças e preocupações comuns à maioria de nós, como na música Açaí, onde Salma canta “Se eu ralasse como os meus pais, se eu fizesse o que é certo”. Vale destacar também as músicas Falo, Artemísia (cujo tema principal é o aborto) e Eu te odeio. A turnê de Princesa terminou recentemente, mas o significado do álbum, certamente, continuará sendo digerido por muito tempo.
6. AS BAHIAS E A COZINHA MINEIRA (Indicação de Davi César)
Um berro sutil, elegante e certeiro. É a impressão que dá a musicalidade d’As Bahias e a Cozinha Mineira à primeira ̶e̶s̶c̶u̶t̶a̶d̶a̶ vista. Elegante e sutil pelos arranjos de Rafael Acerbi e pelo teclado de Deivid Santos. Berro certeiro pela densidade das composições e interpretações de Raquel Virgínia e Assucena Assucena.
O grupo paulista nasceu do encontro de Acerbi, Virgínia e Assucena, na faculdade de História da USP, e deu início à carreira embalando festas universitárias. Em 2015, ganhou notoriedade nacional com o disco “Mulher”, que trata de temas como machismo e homofobia. Com uma representação plural de mulher, o álbum grita contra a intolerância, o conservadorismo e o preconceito em letras de músicas como “Uma Canção Pra Você (Jaqueta Amarela)”, “Reticências” e “Josefa Maria”.
Bebendo da fonte de outros artistas de renome como Gal Costa e Clube da Esquina, As Bahias e a Cozinha Mineira abusa da ironia como forma de protesto no segundo álbum de estúdio, “Bixa” (2017) — em alusão ao disco de Caetano Veloso “Bicho” (1977) — e persiste com melodia irreverente em nuances de acid jazz e muita tropicalidade. A banda é também atração confirmada para o Festival Maloca Dragão e estará presente no quinto dia do evento, 29 de Abril, às 21h20, no Palco Draga Dragão.
7. PROJETO RIVERA (Indicação de William Barros)
Para quem acompanha o cenário musical cearense desde o fim da década de 2000, Victor Calíope, Flávio Nascimento, Bruno Silveira e Matheus Brasil já eram figuras conhecidas. No entanto, foi somente em 2012 que os rapazes se reuniram para formar o Projeto Rivera, banda de Rock que já tem no seu currículo participações em festivais como Rock in Rio, SIM (Semana Internacional da Música de São Paulo), MADA (Música — Alimento da Alma) e Ponto CE. Suas canções cruzam influências que passam pela MPB e vão do Baião ao Rock Alternativo.
Depois de Eu vim te trazer o Sol (2015), primeiro álbum do conjunto, marcado por forte regionalismo, os músicos decidiram mostrar um lado mais crítico e consciente em Eu vejo você, lançado em 2018 e produzido durante a passagem da banda pelo Laboratório de Música do Porto Iracema das Artes. A obra contou com a tutoria de Léo Ramos, líder da banda Supercombo.
O título é uma tradução da expressão “sawabona”, termo utilizado por tribos sul-africanas e que remete à ideia de empatia, temática bastante presente nas faixas do disco, especialmente em Varanda. Em Triturado, abordam a depressão com um tom que quase nos transporta para uma encenação teatral, através de um eu-lírico que se questiona: “De que valem esses dias / Se boa parte é tão vazia?”. Já na canção Zael, trazem à tona a questão da identidade de gênero e dão voz às experiências de todos aqueles que não se identificam com os padrões impostos pela sociedade.
Não sendo suficiente, ainda encontram espaço para discutir o cenário político. Em Ladrilhar, levantam inúmeros questionamentos sobre o Brasil do contexto atual. A crítica social é direcionada tanto aos políticos quanto a cada um de nós, brasileiros: “Um tal de zé, sempre foge a luta / Mas enche o peito com seus discursos vazios em praça pública.”
8. GETÚLIO ABELHA (Indicação de William Barros)
“Eu acho que eu sou uma cabeça bugada na matriz que chega para fazer um furacão e transtornar os lugares”. Foi assim que o piauiense Getúlio Abelha se definiu durante entrevista concedida ao programa É Hoje! (NordesTV). Figura conhecida em Fortaleza, cidade onde mora há alguns anos, é dono de um visual bastante singular — impossível não lembrar de David Bowie ao vê-lo — e de uma personalidade artística multifacetada: canta, atua, performa, escreve e compõe.
É da infância, época em que era levado pelo pai a bares, karaokês, serestas e shows, que Getúlio absorve as referências para suas músicas: o Brega e o Forró. Neste sentido, a proposta do artista é desconstruir o machismo enraizado na cultura nordestina e reforçado pela produção musical da região. Getúlio também relata um cruzamento de influências que vão desde Madonna, Björk e Depeche Mode a Zezo, Calcinha Preta e Pinduca.
O cantor trabalha atualmente em um projeto intitulado Corta Fogo, que consiste na produção de singles em parceria com o instrumentista Batuta e na divulgação do material no canal de Getúlio no YouTube. Em suas canções, traz a temática LGBT para o universo dos ritmos nordestinos , como é o caso de Tamanco de Fogo, uma crítica à homofobia no meio religioso.
O destaque fica por conta de Laricado, grande hit de Getúlio. A canção de ritmo dançante retrata de forma muito natural a relação entre dois homens: “Você vai me comer, eu vou comer você / Você vai me comer e a gente vai se devorar”. O clipe foi lançado no final do ano passado e já conta com mais de 30.000 visualizações. Tudo isso, graças à inovação e à irreverência de Abelha, que escolheu o Mercado São Sebastião — ponto turístico de Fortaleza — como cenário para o vídeo. “As pessoas acordaram, vieram trabalhar e, do nada, chegou um viado parecendo um redemoinho, girando nos corredores”, relembra.
9. KARINA BUHR (Indicação de Gabriela Feitosa)
“No final ideal não terás domínio sobre mulher alguma!”. Essa é a frase que encerra o último álbum lançado pela cantora pernambucana Karina Buhr. Não à toa, a música Selvática dá nome também ao disco e avisa: Já não há quem possa!
Depois de Eu menti pra você (2010) e Longe de Onde (2011), o terceiro trabalho autoral lançado pela artista, Selvática (2015), é reflexo das muitas facetas de Karina. Cantora, compositora, atriz, escritora e ilustradora. Ainda em 2012, começou a publicar uma coluna mensal para a Revista Cultura. Foi quando surgiu o convite para trabalhar em seu próprio livro. Desperdiçando Rima foi publicado no mesmo ano do lançamento de Selvática.
O álbum possui referência bíblica, inclusive no nome. Mas, longe de ser mais um material religioso, Selvática é uma afronta àquilo que a bíblia e a sociedade construíram em torno do que é mulher, feminino, profano e sagrado. Na capa, Karina aparece como guerreira, segurando uma lança Yanomami, colares de búzios, seios à mostra, desafiadora. Nas músicas, letras francas e espontâneas se misturam ao sotaque nordestino e à sonoridade pesada. Karina canta: “Hoje eu não quero falar de beleza/Ouvir você me chamar de princesa/Eu sou um monstro”, na música de abertura do álbum (Eu sou um monstro).
Selvática, Dragão e Eu sou um monstro, marcadas por letras que visam o empoderamento e exaltação da mulher, são as músicas que se destacam do álbum.
Ainda colhendo frutos do Selvática, Karina continua fazendo shows em festivais de músicas alternativas, como o Rec Beat. Também segue participando de projetos teatrais, a exemplo do Cabaret Macchina, peça produzida pelo coletivo Casa Selvática.
10. RINCON SAPIÊNCIA (Indicação de Davi César)
Representante legítimo do atual hip hop, o artista é ácido nos versos carregados de críticas sociais e no ritmo composto por uma fusão de batidas — passeando pelo rap, funk e samba.
Com influências do rap nacional como Racionais MC’s e Sistema Negro, o rapper representa traços marcantes da diversidade brasileira e aborda em suas músicas problematizações em diversas esferas. Entre os destaques mais recentes, discorre sobre racismo e política em “Galanga Livre”. Em cada verso da canção há espaço para questionamento. A progressão da letra é construída embasada em uma lógica que flutua entre o histórico e o contemporâneo, como nos versos: “Eu não vou bater panela na varanda!/Rua nós vamos ocupar” e “Fui convidado pro jantar/Migalhas não vou recolher!/Vida me chama pra cantar/Sem fuga, livre pra correr!”
Em outro hit, “Ponta de Lança (Verso Livre)”, Sapiência reflete sobre o próprio cenário do rap brasileiro. Provocador, o músico enfatiza a importância de sua arte como fator de problematização social: “Quanto mais a gente inserir valores culturais nossos — pode ser o candomblé, a umbanda, capoeira, ciranda, funk, o arrocha, sertanejo — de uma forma bem dosada, todos esses temperos enriquecem a nossa música”, destaca em entrevista ao El País.
Menção Honrosa: ELZA SOARES (Indicação de Davi César)
A menção honrosa desse texto vai para uma artista que não é nada recente, mas que continua a ressignificar sua obra e a representar vozes oprimidas e silenciadas no contexto social.
Com cerca de 80 anos, a voz da mulher do fim do mundo ecoa cada vez mais alto. Elza Soares é símbolo de luta e representatividade. Artista consagrada, a cantora já possui 60 anos de carreira, mais de 30 discos gravados e um Grammy Latino — além de ter sido considerada uma das cem maiores vozes brasileiras pela revista Rolling Stone.
Da sua voz rouca já saíram clássicos como, “A carne” (2002) e “Maria da Vila Matilde” (2015), que, dentre outras canções do repertório da artista, provocam e questionam o comportamento patriarcal e machista que assola o Brasil e que sempre a acompanhou desde a infância no Rio de Janeiro.
Um ícone da negritude e do empoderamento feminino, a cantora segue criando, se reinventando e provocando. Sobre seu próximo álbum de estúdio, “Deus é Mulher”, Elza afirmou em entrevista à BBC Brasil que segue mais uma vez protagonizando o feminino e reiterou a importância do grito.
“O momento é propício para o grito. Esse grito não pode ser silenciado. Tem que continuar gritando, e muito”
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