2015, ano espetacular para esporte paralímpico

Rede Nacional do Esporte
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6 min readDec 15, 2015

Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro

Andrew Parsons é Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro

A poucos dias de iniciarmos 2016, ano que será o mais importante da história do Movimento Paralímpico Brasileiro, temos muitos motivos para celebrar 2015. Claro que a cereja do bolo foram os Jogos Parapan-americanos. Em Toronto, a delegação brasileira ficou em primeiro lugar com 257 medalhas (109 de ouro, 74 de prata e 74 de bronze), com mais do que o dobro de medalhas de ouro do país segundo colocado. Mais, o Brasil conquistou medalhas em 14 das 15 modalidades do programa dos Jogos e ficou em primeiro lugar em 10 modalidades. Uma performance espetacular!

O Brasil também teve sua melhor participação em todos os tempos num Mundial de Natação, com o quarto lugar geral em Glasgow, em julho, revelando novos campeões mundiais como Joana Neves e Estephany Oliveira. Em outubro, em Doha, no Mundial de Atletismo, enfrentamos muitas lesões, mas, mesmo assim, nossos atletas nos colocaram em sétimo lugar. Mais uma vez, novos campeões mundiais surgiram como Silvania Costa e Daniel Tavares.

Joana Neves se emociona no topo do pódio do Mundial de Glasgow. Foto: Marcio Rodrigues/CPB/MPIX

Na paracanoagem mais um novo campeão mundial mostrou sua cara: Luis Carlos Cardoso. No Mundial de Futebol de 7, o Brasil conquistou mais um pódio, assegurando o terceiro lugar e mostrando que pode brigar por posições ainda mais altas em terras cariocas no ano que vem. Isso só para falar de alguns campeonatos mundiais. Sem falar de inúmeras outras medalhas em etapas de Copa do Mundo e campeonatos internacionais abertos. As Confederações Brasileiras Paralímpicas trabalharam sem parar este ano. Tanto nestas competições quanto nas fases de treinamento e intercâmbios de suas seleções e no desenvolvimento de seus calendários nacionais. Essa parceria entre CPB e Confederações é que permite a contínua revelação de talentos esportivos.

“Essa parceria entre CPB e Confederações é que permite a contínua revelação de talentos esportivos”.

Fora das pistas, piscinas, quadras, arenas, tatames, campos e ginásios as vitórias também foram muitas. O Comitê Paralímpico Brasileiro — CPB, em parceria com as Confederações Brasileiras, lançou uma série de novidades. Destaque para duas iniciativas que nos ajudarão a promover ainda mais os feitos de nossos atletas: o programa de Embaixadores do CPB e a parceria com a Kinoplex. Quem não quer ter a seu lado personalidades do calibre de Emerson Fittipaldi, Gustavo Kuerten, Romário, Ronaldinho Gaúcho, Fernanda Lima, Rodrigo Hilbert, Flávio Canto, Luís Severiano Ribeiro e o inesquecível Ayrton Senna (in-memoriam)? O Movimento Paralímpico tem e eles têm nos auxiliado a divulgar nossas conquistas e novidades. Numa abordagem criativa e inovadora, a parceria com a rede de cinemas Kinoplex nos permite alcançar um público enorme que durante os trailers pode conhecer um pouco mais sobre o universo paralímpico. Só no ano passado, mais de 20 milhões de pessoas passaram pelas mais de 250 salas da rede Kinoplex. Essa parceria é realmente coisa de cinema!

Equipe brasileira do Tênis de Mesa celebra a campanha mais vitoriosa da história dos Parapans. Foto: Leandra Benjamin/MPix/CPB

Em nossa estratégia de desenvolvimento de atletas, faltava tratar de um momento importantíssimo: a transição da carreira de atleta para uma nova carreira. Faltava! Lançamos esse ano o Programa CPB de Transição de Carreira. Ouso dizer que é o mais completo e estruturado programa nesse sentido que conheço. Permitirá a atletas se desenvolverem ao final e mesmo durante suas carreiras esportivas se preparando para uma nova profissão, dentro ou fora do esporte, de acordo com sua vocação, para enfrentar de forma mais tranquila o momento do pós-carreira.

“Lançamos esse ano o Programa CPB de Transição de Carreira. Ouso dizer que é o mais completo e estruturado programa nesse sentido que conheço”.

Anunciamos uma importante parceria que vai beneficiar uma categoria fundamental da comunidade paralímpica brasileira: os clubes. São eles que propiciam a base, que recrutam pessoas com deficiência e os transformam em atletas. A parceria com a Confederação Brasileira de Clubes — CBC vai propiciar ao CPB os recursos financeiros necessários para dois importantes projetos: um deles será o Clube Formador Paralímpico, que financiará diretamente projetos de nossos clubes, principalmente aqueles que são reconhecidamente formadores e reveladores de grandes atletas. Outro é o Equipar Paralímpico, que permitirá ao CPB adquirir material esportivo para diversas modalidades e distribuí-lo aos clubes, sempre com foco na formação de atletas.

Pódio brasileiro no Parapan de Toronto, na prova dos 50m livre S9, com Vanilton Nascimento, Matheus Silva e Ruiter Silva. Foto de Jonne Roriz/MPix/CPB

Talvez a mais significativa conquista para o esporte paralímpico brasileiro em muitos anos tenha sido a aprovação e sanção da Lei Brasileira de Inclusão. Essa lei lida com diversos aspectos da vida das pessoas com deficiência, como moradia, acessibilidade, mercado de trabalho e garantia de direitos. E também com esporte paralímpico! O CPB interagiu com os poderes legislativo e executivo e conseguiu incluir dispositivos na lei que aumentaram nossa participação na arrecadação das loterias administradas pela Caixa Econômica Federal — CEF de 0,3% para 1%. Isso significa um crescimento orçamentário, somente desta fonte de recursos, de pouco menos de R$ 40 milhões para cerca de R$ 130 milhões anuais. A realidade do esporte paralímpico será outra a partir dessa conquista.

Permitirá ao CPB, por exemplo, a capacidade financeira para administrar de maneira eficiente o Centro Brasileiro Paralímpico de Treinamento, em São Paulo, que está em sua fase final de construção. A geração de atletas com deficiência pós Rio 2016 terá uma estrutura de treinamento e desenvolvimento que rivalizará com a das maiores potências esportivas mundiais. Um legado extraordinário dos Jogos Rio 2016. Melhor: um legado conquistado e entregue antes dos próprios Jogos.

Agregamos mais um parceiro ao rol de apoiadores do paradesporto. A Braskem é a nova patrocinadora do Paratletismo brasileiro. Mais do que um patrocinador que já chegou ativando e contando ao mundo sobre seu envolvimento conosco, é a primeira vez que uma empresa do setor privado patrocina diretamente uma modalidade paradesportiva específica. Esperamos que seja a primeira de muitas.

Se nesse ano o CPB completou 20 anos de existência em excelente forma, também celebramos outra marca importantíssima. 2015 marcou o décimo segundo ano seguido de patrocínio da CAIXA Loterias ao paradesporto. Marca impressionante. Uma das parcerias mais longevas, eficientes e geradora de resultados e medalhas do esporte brasileiro. Certamente o Movimento Paralímpico Brasileiro não teria chegado aonde chegou sem essa parceria. Mais da metade da existência do CPB foi ao lado da CAIXA Loterias. Estamos juntos!!

Um ano espetacular como esse não teria sido possível sem o esforço de muitos. Quero agradecer os parceiros com os quais estamos diretamente envolvidos: Governo Federal, Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, Ministério do Esporte, CAIXA Loterias, Nike, Estácio, Englishtown, EY e Braskem.

Agradecer de coração as confederações paralímpicas brasileiras e seus presidentes por seu apoio, parceria e sustentação. Por remarmos todos na mesma direção. Agradecer ao Time CPB, nossos mais de 100 colaboradores que suam a camisa no escritório para que não falte nada aos atletas. Também fazem parte desse time os treinadores e técnicos, coordenadores, profissionais de saúde, pessoal da ciência do esporte, pesquisadores e apoios. Não posso deixar de dizer que o agradecimento maior vai para os nossos atletas, que entenderam e responderam a proposta de trabalho do CPB. Para um gestor esportivo não há recompensa melhor.

Se o ano de 2015 foi marcado por tantas conquistas, o ano de 2016 certamente será marcado por muitas mais. Não tenho dúvidas de que os atletas paralímpicos brasileiros encherão de orgulho nosso País nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Por isso convoco a todos os 200 milhões de brasileiros a torcerem, vibrarem e se emocionarem conosco ano que vem. Vamos todos juntos, numa sintonia vitoriosa. Na mesma batida do coração de nossos atletas. Na mesma batida do Coração Paralímpico.

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Perfil oficial do Governo Federal sobre a preparação dos atletas brasileiros rumo a Tóquio 2020.